No bordão de Eliana Gutstein, o pessoal que você não vê, faz o jornal que você lê

Tão importante quanto às personalidades que aparecem nas fotos em reportagens sociais, políticas ou econômicas, são os profissionais que propiciam a divulgação dos acontecimentos que marcam a sociedade nos determinados momentos históricos.

Em 1981 a comunidade riomafrense tinha poucos meios de comunicação, limitando-se a rádios, televisão aberta, revistas e jornais de fora, com apenas um semanário local que era impresso em outro município, além do tradicional Jornal A Notícia, de Joinville, que circulava por aqui.

A região estava em franco progresso e comportava mais um órgão de imprensa. Sendo assim, Paulo José de Souza Filho teve a iniciativa de lançar o Jornal Gazeta de Rio Negro e posteriormente Gazeta de Riomafra, com apoio do então prefeito José Müller e depois do prefeito Alceu Antônio Swarowski, de Rio Negro.

Já dispunha de maquinário e equipamentos gráficos e buscou colaboradores técnicos que se dispuseram a garantir uma impressão de qualidade, bem como articulistas para escrever sobre os diversos temas de interesse da comunidade.

Com a fundamental parceria dos filhos e de outras pessoas que foram se agregando à equipe e propiciando a consecução do objetivo de bem informar. Alguns fizeram de seu trabalho na querida Gazetinha, uma verdadeira escola de jornalismo. Depois saíram e buscaram em outros locais seus projetos de vida. Também a administração da Gráfica Editora Riomafrense foi se transformando, hoje sob a Gerência do filho mais novo do “Seu Paulo”, Renato Murilo do Souza.

Mas o que me impressiona neste jornal é a amizade fraterna entre os familiares e funcionários de mais de 30 anos que ainda permanecem na empresa, como o gráfico Valdir Jorge, o fotógrafo e agora colunista Miguel Luiz. Com mais de 10 anos de trabalho, a secretária Regiane Schutt. “Dentinho”, “Bicudo”.

E dos “agregados” que foram sendo acolhidos como colaboradores, aí eu me incluindo. Fui convidada a escrever notícias sobre educação, já que trabalhava na 8ª Coordenadoria Regional de Educação, sob o comando do casal Adria e Lycurgo Aleixo Nora. E não parei mais. Fui escrevendo por onde passei, como escolas, APAE, Clube Soroptimista, Partido Político, 25 Anos dos Pioneiros da UnC, 30 Anos e este ano teremos os 35 Anos, ONG Voz do Rio (atualmente). E aqui assinei a coluna “Bastidores”, nos anos 90.

Citar nomes se torna temerário, entretanto recordo, dentre tantos: J.B. Paloma, Hebe e J. Sartori, Mano Antunes, Adilson Rodycz, Mário Voos, Hélio Lansky, Kasumi, Jonir Trindade, Antônio Mário Koschinski, Gari Vinício Kiatkoski, Aldoni Kochinski, Padre Aloísio Deina Goch, Dina Abdalla, Tatiana Hassi de Souza, Márcia, Miraci Vieira, Mauro César de Souza, Marília Beninca.

Em cada município onde a Gazeta foi criando filiais, teve nomes respeitados. De saudosa memória, Albani Busmann (vice-prefeita de Rio Negro) e Lu Menezes, recentemente falecida ainda jovem. Numa rápida volta ao passado, recordo desses nomes e espero que os demais sintam-se igualmente homenageados.

E tem também a lendária figura do Trombeta, coluna mais esperada pelos leitores a cada edição e que parece que previa os acontecimentos. Ele contava aquilo que os envolvidos não queriam. Despertava especulações sobre sua identidade e até aparecia nas fotos da edição de fim de ano da equipe (logicamente atrás de um cartaz).  Deixou descendentes, e agora quem escreve é o polêmico Trombelhudo das quartas-feiras.

Hoje a “Escola da Gazetinha” tem mais e mais “alunos-destaque”, como Robson Komochena, Maria Christina de Oliveira, Daniel Nizer e Geancarlo Stein. Outros hão de vir, pois o “Seu Paulo” garantiu o espaço.

Dentre tantas vitórias resultantes de coragem, ousadia e perseverança, acho importante ressaltar que o mérito maior da Gazeta foi ter superado as dificuldades de toda ordem, incluindo os planos econômicos, com ênfase na década de 90.

O início de publicações coloridas, no ano de 1993 foi celebrado pelo “seu Paulo” e com plena aprovação dos leitores, embora a experiência de impressão em duas cores já fosse antiga na Gazeta.

A criação de jornais da Gazeta em outros municípios e, principalmente, a circulação às quartas-feiras em Rio Negro e Mafra, foram inovações louváveis. E lembrar que tudo começou com a impressão em linotipos – letrinha por letrinha, em ferro, maiúscula e minúscula, mas, montada no espelho, como se lê em carimbos!

Agora, as publicações são feitas em modernos computadores e impressoras, bem como via web, no site www.clickriomafra.com.br.