A celeuma sobre o fechamento do trevo acesso entre o centro de Mafra e o bairro Jardim América, conhecido como ‘trevo da Dirmave’ parece estar longe de terminar, se depender de alguns vereadores e agora até mesmo do prefeito que, na última segunda-feira em reunião com alguns edis, já demonstrou interesse na ‘reabertura’ do referido trevo.

Inspetor Luciano Crisafulli Rodrigues

O vereador Bicheski mais uma vez solicitou à Polícia Rodoviária Federal informações já prestadas por duas vezes no Legislativo, referentes ao número de acidentes ocorridos junto ao referido trevo nos últimos anos e a resposta já está sendo encaminhada pelo inspetor Luciano Crisafulli Rodrigues, inspetor chefe da 6ª Delegacia PRF/Mafra. “Embora já tenhamos explanado aos vereadores quanto ao número de acidentes, motivações dos mesmos e inclusive sobre o fator de que não se pode ‘misturar’ o trânsito rodoviário com o trânsito urbano, mais uma vez estamos encaminhando as respostas aos questionamentos, para melhor esclarecer o edil e seus colegas de Câmara”, diz.

Crisafulli destaca que normas internacionais atentam para o fato de que o trânsito urbano não pode se misturar ao trânsito rodoviário haja vista as velocidades serem diferentes, entre outros aspectos já analisados.

Destaca o inspetor que todo trevo tem uma situação quando implantado e que com o passar do tempo e acréscimo no número de veículos em circulação, precisa ser constantemente replanejado, além de lembrar que o atual ‘trevo da Dirmave’ apresenta problemas estruturais e de localização, onde em decorrência até de desníveis vários tombamentos de cargas já foram registrados.

Outro ponto abordado por Crisafuli diz respeito ao resultado de pesquisa realizada já em 2006 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA e destaca que nos últimos dez anos somente em acidentes ocorridos no trevo citado ou em decorrência de algum problema detectado no mesmo, o Brasil gastou R$ 5.728.341,00 para atendimentos dos sinistros, sem considerar aí danos/condições sociais.

Sem considerar os índices de inflação de 2006 até o presente a pesquisa aponta que um acidente sem vítimas custa ao Estado R$ 16,8 mil, com base em todos os gastos desde combustível e desgaste de veículos, pagamento de policiais e de guinchos etc. Já acidente com vítimas em gravidade leve ou grave chega ao patamar de R$ 86 mil, considerando-se também gastos com Hospital (SUS), medicamentos e outros.

Para casos de acidentes com morte o custo ao Estado foi apontado pelo Instituto de Pesquisa como de R$ 418.341,00, acrescentando-se às demais despesas, também a movimentação e trabalho de todos os Órgãos que acabam se envolvendo e seguros. “Não podemos esquecer que em acidentes com vítimas de natureza leve ou de morte, podem ocorrer casos de falecimento de uma pessoa em idade produtiva e que sem seus vencimentos, irá gerar transtornos sociais e financeiros aos seus familiares”, enfatiza o inspetor Crisafulli, lembrando que no ano em que foi efetuada a pesquisa o Brasil gastou somente em atendimentos a acidentes de trânsito, mais de sete bilhões e meio de reais.

Na resposta enviada à Câmara de Vereadores o inspetor chefe também cita acidentes desde o trevo até o KM 1,4 da BR 116, enfatizando que “não se pode analisar um acidente apenas pelo ponto de impacto e sim também pelo fato gerador do mesmo”. Dados utilizados em até mesmo trabalhos de cursos de faculdades e suas especialidades apontam que o congestionamento em um trevo, por exemplo, pode ser fato de um acidente há aproximadamente um, dois ou mais quilômetros do mesmo. “Se tivermos engarrafamentos ou outros problemas neste trevo do KM 0,8 da BR 116, nada impede que em outro trecho da rodovia ocorra um acidente, muitas vezes por os motoristas tentarem recuperar o tempo que perderam numa situação qualquer”, disserta. “A nossa posição sobre o ‘trevo da Dirmave’ este e ficará mantida, não iremos autorizar a reabertura do acesso entre bairros por sobre uma Rodovia, até porque já existe um túnel subterrâneo que garante maior segurança para aqueles que fazem o trajeto bairro centro ou centro bairro”, finaliza Crisafulli.

Construindo uma passarela para pedestres e ciclistas

Algumas pessoas da comunidade já se conscientizaram que o fechamento do trevo é uma questão de segurança para todos e uma ideia lançada pela Gazeta de Riomafra já vem sendo motivo de concordância por grande parte dos leitores. Afinal, se a queixa maior é o trajeto para pedestres e ciclistas, com ações que não mais serão desenvolvidas pela Auto Pista Planalto Sul, como a iluminação que seria implantada ao longo da BR e que foi negada pelo prefeito Eto Scholze, embora a Municipalidade somente tivesse que arcar com o pagamento da iluminação pública que já é quitado pelos consumidores do Município, tal recurso poderia ser utilizado para construção de uma passarela elevada junto à BR 116, de forma a propiciar a transposição de forma segura por pedestres e ciclistas. Está lançada a ideia e a palavra, agora, fica com as autoridades.