Cerca de 30 profissionais paralisaram suas ações nas barreiras sanitárias de Mafra. A paralisação faz parte de um movimento nas 65 barreiras em toda Santa Catarina. Na última sexta-feira, 8 de novembro, o movimento organizou um protesto na aduana de Dionísio Cerqueira, no oeste do estado.
As paralisações pretendem sensibilizar o governo catarinense sobre as más condições de trabalho nas barreiras sanitárias, “trabalhamos 12 horas seguidas para ganhar um salário de R$ 800, muitos de nós moram longe das barreiras e perdem duas horas para chegar até o posto de trabalho, esse transporte é feito com veículos particulares, com esse salário fica difícil”- explicou a nossa reportagem o agente Daniel das Neves.
Entre as principais reivindicações da categoria está o reenquadramento dos trabalhadores para a função de agente de fiscalização agropecuário, a implementação de piso salarial no valor de R$ 2.088,77 – atualmente o salário é de R$ 895,80 – jornadas de trabalho de 12 horas por 72 horas de compensação. Faz parte ainda revindicações o serviço de transporte adequado, garantindo o deslocamento até os locais de trabalho, bem como veículo de apoio disponível durante a jornada de trabalho, auxilio transporte nos casos em que a empresa não disponibilizar veículos, implementação e manutenção de infraestrutura mínima adequada nas barreiras sanitárias, e garantia da segurança através de policiamento qualificado aos trabalhadores durante todo o seu turno de trabalho nas barreiras.
Os trabalhadores pedem apoio na comunidade “pedimos à comunidade que estejam do nosso lado, pois se hoje uma dona de casa pode ir ao mercado sem se preocupar com a origem dos produtos que consome, é graças ao trabalho que realizamos” – disse Daniel.
Entre as funções dos agentes sanitários das barreiras da Cidasc está a abordagens de caminhões e veículos, conferências de cargas de produtos de origem animal e vegetal, sementes e agrotóxicos, lacres de cargas, conferências dos documentos sanitários e fiscais, desinfecção de caminhões e veículos, apreensão de cargas contaminadas.
Sem essas inspeções o estado de Santa Catarina pode perder muito, haveria restrições na comercialização de produtos agropecuários para outros estados, e até mesmo para fora do Brasil, causando grande prejuízo para agricultores e agroindústrias locais. Com a greve, doenças como a febre aftosa, gripe aviária, brucelose e a tuberculose poderiam entrar sem controle no estado, colocando em risco a saúde do povo “nosso estado hoje é referência no controle de doenças, somos o único estado brasileiro imune da febre aftosa sem o uso de vacinas” – concluiu.
Em resposta o governo catarinense declarou que no próximo dia 29 irá fazer uma proposta, os trabalhadores aguardam ansiosos por aquilo que será proposto.