Durante a sessão ordinária da Câmara de Rio Negro, realizada no último dia 12/11, o ex-prefeito Alceu Ricardo Swarowski, fez uso da tribuna para rebater algumas questões referentes à sua gestão. O ex-prefeito questionou o fato de a maternidade de Rio Negro ser fechada alegando que ao deixar cargo, a Prefeitura tinha em seu cofre um superávit: “desde 2005 a Prefeitura apresentou superávit financeiro de R$ 1,5 a 2 milhões, em 2012 não foi diferente, apesar do corte no valor de R$ 2 milhões do fundo de participação dos municípios, repasse do governo federal, nós apresentamos um superávit no valor de R$ 1.627.630, esse dinheiro se trata de um recurso livre que permite ao atual preito utiliza-lo da maneira que achar mais conveniente” – disse. O antigo prefeito ainda afirma que no final do seu mandato a Prefeitura recebeu um repasse para executar obras no PA e na maternidade “fora o superávit, nós recebemos um repasse no valor de R$ 300 mil para a conclusão do pronto atendimento, então se somarmos os dois valores, nós deixamos no caixa da Prefeitura quase R$ 2 milhões” – disse.

Com isso, Alceu Ricardo diz ter estranhado o fechamento da maternidade, pois com este superávit ela não poderia ter fechado, disparou: “Nos deixa muito chateado, o episódio lamentável do fechamento da nossa tradicional e quase centenária maternidade de Rio Negro, uma lástima, pois tenho certeza que com estes recursos do superávit, seria possível evitar seu fechamento” – sentenciou.

Nossa reportagem contatou o atual prefeito Milton Paizani que contestou as afirmações de Alceu Swarowski, segundo Paizani, o dinheiro em caixa da Prefeitura foi utilizado para o pagamento das dívidas que o próprio Swarowski deixou: “quando assumimos nós tivemos que pagar três meses de horas extras, mais um terço do décimo terceiro dos professores, mais gastos com a iluminação, débitos que não tinham previsão no orçamento, eu posso afirmar que em dois ou três meses esses 2 milhões que ele falou, foram diluídos para o pagamento de conta que ele deixou” – afirmou.

Já o secretário de finanças Wilson Scheur, discriminou onde foram gastos os quase 2 milhões de superávit, segundo ele: “foram gastos R$ 520 mil no novo contato com o PA, mais R$ 209 mil no Termo de Ajuste de Conduta assinado para o encerramento da greve no hospital Bom Jesus, mais 400 mil em manutenção das rodovias, gastamos R$ 90 mil no pagamento de horas extra, e R$ 320 no pagamento de juros de créditos aprovados pelo Paraná Cidade, todos esse valores estavam fora do orçamento de 2013” – afirmou.

Ao ser questionado sobre o fechamento da maternidade, Milton Paizani, defende-se, explicando que a maternidade recebia apenas repasses federais e não municipais, “a maternidade tinha apenas convênio com o SUS, ela nunca recebeu dinheiro da Prefeitura, e pelo fato de o governo federal repassar valores irrisórios, nós estávamos tendo prejuízos de R$ 23 mil reais por mês, fora isso, o forro e telhado estavam caindo, então a diretoria que há anos queria fechar finalmente consegui no inicio desse ano, não foi por causa de verbas, pois não existiam contratos da Prefeitura com a maternidade. O que o antigo prefeito tinha na gestão dele era um contrato com o PA onde ele repassava o valor de R$ 140 mil por mês, o que não atendia nem a despesa do pronto socorro, para se ter uma ideia, hoje nós repassamos R$ 250 mil só para o PA” – disse.

Folha de funcionários

O ex-prefeito Swarowski questionou ainda sobre o fato de o prefeito Milton Paizani afirmar que na Prefeitura existia excesso de funcionários: “a falácia que o atual governo publicou pela imprensa, alegando existir excesso de funcionários na Prefeitura municipal é uma grande mentira senhores vereadores, pois este mesmo governo (atual), ampliou o quadro de funcionários, segundo o Tribunal de Contas, em 23 funcionários. Quando nós assumimos o governo em 2005, havia na Prefeitura 659 funcionários, no dia 31/12/12 haviam 936 funcionários, aumentamos em 277 o número de funcionários, 40% a mais, mas aumentamos também em 160 % a receita líquida o município” – disse.

Respondendo as declarações do ex-prefeito, Milton Paizani explicou a sua versão dos fatos alegando que: “em janeiro de 2012 a Prefeitura tinha 822 funcionários, em setembro do mesmo ano, o número de funcionários passou para 984, ou seja, em nove meses aumentaram 162 funcionários concursados, em novembro e dezembro ele teve que demitir quase todos os funcionários comissionado e quase todos os secretários municipais para fechar as contas, e é essa conta que ele faz e muito menos consegue explicar, ele não calcula na sua folha os cargos comissionados nem os secretários que foram demitidos, hoje na Prefeitura estamos com 955 funcionários”.

Analisando os discursos de ambos os lados, percebemos várias contradições e um verdadeiro “empurra-empurra” e troca de acusações, onde se depara com duas versões, e ambos garantem estar falando a verdade. Porém só pode existir uma verdade! A única certeza que fica é que alguém está faltando com ela nessa história toda, resta agora saber quem é? Acreditamos que documentos é a forma mais correta para mostrar quem realmente está falando a verdade. O que estranha ainda mais neste contexto todo é que ambos são do mesmo partido e parceiros políticos durante décadas, tanto é que o atual prefeito Milton Paizani é o sucessor do ex-prefeito Alceu Swarowski pelo PSDB. Lamentável!

Filha não trabalhou na Prefeitura

O ex-prefeito também aproveitou a oportunidade para esclarecer noticias, segundo ele caluniosas, que foram publicadas por um periódico local que afirmava a contratação de sua filha pela Prefeitura, no final de sua gestão. Ricardo Swarowski se inflamou ao relembrar o caso: “quero esclarecer, as declarações caluniosas, covardemente contra minha filha, pois elas serão analisadas pela justiça, onde o jornal mentiu dizendo que minha filha era empregada da Prefeitura municipal, essa denuncia foi apurada pelo Ministério Publico de Rio Negro, foi arquivada, e apesar disso, todos sabem, que quando eu era prefeito a minha filha não era médica, e quando eu deixei de ser prefeito ela virou médica, calunia em cima de calunia, e agora o jornal mentiroso será novamente condenado pela justiça rionegrense” – finalizou o ex-prefeito.a