Na última segunda-feira, 17, ocorreu a audiência do caso “Mensalinho”, na vara criminal da comarca de Mafra. Foram ouvidas 20 depoentes sobre a denúncia, referente à investigação realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em 2006, pela Câmara de Mafra. O objetivo da CPI era apurar os possíveis repasses dos salários feitos pelos funcionários públicos em cargos de confiança (secretários, diretores e chefes) na gestão 2001-2004 em beneficio da reeleição do ex-prefeito Carlinhos na época.
O juiz responsável pelo caso é dr. André Luiz Lopes de Souza, e representando o Ministério Público o promotor, dr. Germano Krause de Freitas. Entre os acusados estão ex-prefeito Carlos Roberto Scholze e outros 6 réus, na época funcionários de confiança do então prefeito Carlinhos.
A denúncia, acompanhada de cinco volumes de documentos, num total de 690 páginas, foi ajuizada no setor de distribuição judicial do Fórum no dia 24 de abril de 2009, houve vários adiamentos na data do julgamento.
A audiência
Durante a audiência que durou aproximadamente quatro horas, o promotor baseou seus interrogatórios nos depoimentos dados pelas testemunhas na CPI de 2006. Várias testemunhas, por vezes, não souberam detalhar os fatos da época ou diziam não se lembrar dos seus depoimentos.
Dos 20 depoentes, três se lembraram de conversar com o prefeito da época, Carlos Scholze, onde ele exigia o pagamento de uma porcentagem do salário de cargos de confiança para cobrir as despesas da campanha. Apenas duas ocuparam esses cargos e pagavam R$ 1 mil mensal para o prefeito. Também os mesmos acreditaram que o pagamento estava condicionado a continuação dos seus cargos comissionados.
O nome de Geovana Fernandes foi citado sete vezes pelos depoentes. Algumas falaram que ela era responsável por cobrar o porcentual do salário dos cargos comissionados, que variou entra R$ 700,00 a R$ 1.600,00. Segundo estes depoentes ela também era responsável pela caixinha para ajudar nos gastos da campanha, como combustível, festa ou eventos do partido, o valor ficou entorno de R$ 50,00 a R$ 100,00. O promotor Germano, muito atuante na audiência, em alguns momentos, chegou a ler o depoimento da época para algumas testemunhas que se diziam “não lembrar” ou que tentavam destoar do mesmo.
O motorista de Carlinhos, Jorge Roberto Fritz, foi citado por receber envelopes lacrados em nome do prefeito que continham dinheiro e depoentes falaram que ao entregar diziam “relatório para prefeito”. Já Vanderleia da Fonseca foi citada como receptora do pagamento, porém era algo esporádico. Também várias depoentes não se lembravam de quem era Vanderleia.
Também houve participação de Luiz Claudio Rodrigues (Bigode), Darvin Batista Alves e Gutemberg Pereira dos Santos na arrecadação para gastos da campanha, segundo alguns depoentes.
Outros acusados citados foram Roberto Kredens (em memória), Acary Juruá Stoeterau (em memória), que cobravam uma taxa de R$ 50,00 a R$ 100,00 para gastos de campanha. Tanto Roberto como Acary são citados como cobradores de porcentagens de salários de dois depoentes com cargos comissionados.
Em torno de 10 depoentes afirmaram que o pagamento era espontâneo para contribuir para o partido e a campanha. Também alguns depoentes afirmaram que em nenhum momento se sentiram pressionado a perder o cargo caso não pagassem e até mesmo não pagaram alguns meses. Porém, três depoentes afirmaram que sentiam seus cargos condicionados ao pagamento do porcentual do salário e a caixinha para gastos de campanha.
A procuradora da ré de Geovana Fernandes, afirmou que a mesma não compareceu a audiência por motivos psicológicos, mas não dispensa do interrogatório. Também questionou aos depoentes se sabiam que Geovana após comparecer a CPI teve problemas de saúde. Outros depoentes afirmaram que a CPI foi inquisitória.
A continuação do julgamento será no dia 30 de agosto, onde serão ouvidos os réus do caso “Mensalinho”. Outra testemunha que não mora em Mafra será ouvida através de precatória no dia 15 de setembro de 2013. Algumas testemunhas também foram dispensadas de prestarem depoimentos durante a audiência.
nao tem nada ha ver, se nao tivesse dado motivos nao estaria sendo investigado… fora nepotismo… mafra nao precisa disso
E a familia Scholze ainda não entendeu,tem gente que afundou o pai e hoje está na prefeitura sob comando do filho. Errar é humano mas persistir no erra é burrice. Acorda Eto, é não estamos falando dos concursados, estamos falando daqueles que torcem para a bandeira que virar ao vento ao seu favor