O isolamento social, o impedimento de contato com parentes e outras pessoas próximas, as restrições quanto ao uso de espaços públicos e comerciais, e a avalanche de informações sobre a Covid-19, com destaque para os dados diários sobre óbitos relativos à doença, são algumas das situações impostas pela pandemia e que podem provocar ansiedade, angústia e quadros depressivos. No mês de prevenção ao suicídio, a Secretaria de Saúde de Mafra, preocupada com a saúde mental da população, orienta sobre como identificar sinais de pessoas com tendências suicidárias e como ajudá-las. Vale destacar que o suicídio configura-se como uma morte auto provocada, isto é, quando uma pessoa decide tirar a própria vida, é um fenômeno complexo e multifatorial.
PANDEMIA X ANSIEDADE
A psicóloga do NASF, Débora Popadiuk, explicou que devido a grande carga de informações sobre a pandemia, isso pode deixar as pessoas com mais medo, mais ansiosas e deprimidas. “A falta de contato físico, a perspectiva não tão boa de conseguir um emprego, isso deixa nossa vida muito incerta. Têm pessoas que já não sabem lidar com alguma situação anterior e agora o quadro se intensificou nessa pandemia. O medo do que vai acontecer com nossa família tem feito as pessoas se preocuparem, alguns até em demasia”, esclareceu. Ela alertou ainda que devemos prestar atenção na pessoa que está em sofrimento. “Precisamos ouvi-la, dizer para ir buscar ajuda e, se possível, ir com ela. Depressão não é ‘frescura’, mas sim uma doença que deve ser tratada como qualquer outra, como diabetes ou hipertensão”. Além disso, é uma importante forma de prevenção o não compartilhamento de fake news e de detalhes ou imagens que demonstrem métodos utilizados para subtração da vida.
SINAIS DE ALERTA
A maior parte das pessoas pede ajuda ou demonstra sinais em algum momento. Segundo a psicóloga, não se pode menosprezar ou subestimar a dor da pessoa. Confira os sinais de alerta:
- Mudança na personalidade, no hábito alimentar ou sono;
- Comportamento retraído, dificuldade de relacionamento pessoal;
- Odiar-se, sentimento de culpa, de se sentir sem valor ou com vergonha;
- Uma perda recente importante – morte, divórcio, separação;
- Frases como: “Não aguento mais… Sou um peso… Quero dormir e não acordar”…
- Tristeza profunda, contínua e/ou falta de interesse no futuro;
- Tentativas de suicídio anteriores e/ou história de suicídio na família;
- Dependência química e/ou doença psíquica.
O QUE FAZER?
- Ouvir, mostrar empatia e ficar calmo;
- Ser afetuoso e dar apoio;
- Levar a situação a sério e verificar o grau de risco;
- Perguntar sobre tentativas anteriores e o plano de suicídio;
- Explorar as outras saídas, além do suicídio;
- Identificar outras formas de dar apoio emocional, sugerindo apoio na comunidade;
- Remover os meios pelos quais a pessoa possa se matar;
- Se o risco é grande, não deixar a pessoa sozinha.
ONDE ENCONTRAR AJUDA?
Existem diversas formas de se buscar ajuda, orientação, ou conselhos no caso de problemas relacionados ao suicídio. Família, amigos e colegas, igreja, trabalho e grupos de convivência são algumas opções. Mafra já há alguns anos estabeleceu atenção especial à saúde mental, estruturando a rede de saúde mental, como apoio e suporte em todos os níveis de agravos mentais. Durante esta pandemia a Secretaria Municipal de Saúde instituiu medidas de escuta qualificada com a central de psicologia pelo número: 98436-2908. A ajuda também pode ser encontrada na Unidade de Saúde mais próxima, no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), através dos telefones (47) 3642-9983 e 98402-7456 ou no Centro de Valorização da Vida – CVV, cujo acesso pode ser feito pelo site: www.cvv.com.br ou pelo número 188 – a ligação é gratuita para qualquer linha de telefone fixo ou móvel.
Falar sobre o suicídio não faz com que a pessoa decida se matar, mas dá a ela a oportunidade de conversar sobre o seu sofrimento e assim obter ajuda.
Material de apoio para download
No site oficial da Prefeitura de Mafra – www.mafra.sc.gov.br – junto a esta matéria podem ser acessadas três cartilhas sobre prevenção ao suicídio:
- Como falar de forma segura sobre suicídio
- Prevenção do suicídio na internet
- Cartilha de orientações gerais de prevenção do suicídio na família e na comunidade