Desconhecimento sobre rastreamento de câncer de próstata gera negligência com a saúde masculina

Por Assessoria - 06/11/2020

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. A idade é o principal fator de risco da doença: a incidência e a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos. Cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O INCA estima que até o final de 2020 quase 66 mil novos casos de câncer de próstata sejam diagnosticados no país, impulsionados, principalmente, pelo aumento da expectativa de vida.

De acordo com o oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês, Dr. Denis Jardim, junto com a predisposição genética e histórico familiar de câncer de próstata, a idade avançada compõe a lista de fatores de risco chamados não modificáveis. “O tabagismo, alto consumo de gorduras animais e baixa ingestão de vegetais são os fatores de risco modificáveis que podem estar associados ao desenvolvimento da doença”, completa o especialista.

O diagnóstico precoce é a principal estratégia para detectar o tumor em fase inicial. Segundo o INCA, nesses casos, a chance de cura é de 90%. Os principais exames para detecção precoce de câncer de próstata são o PSA, de dosagem sanguínea e o de toque retal, indicados geralmente a partir dos 50 anos. Apesar de rápido e indolor, o exame de toque ainda é um tabu e causa de resistência entre os homens. O desconhecimento pode culminar na negligência com a saúde. “Um estudo da Prostate Cancer Foundation¹, realizado em 2018, aponta que mais da metade dos pacientes avaliados deixavam de fazer o exame sanguíneo de PSA, com receio da necessidade de realizar o exame de toque retal combinado”, relata Jardim.

Em caso de alteração nestes exames, o especialista afirma que é indicada uma investigação adicional. Segundo ele, “pode ser solicitada uma ressonância e até mesmo uma biópsia”. Quando há confirmação do diagnóstico, a escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um. O oncologista esclarece que “os métodos de tratamento mais comuns, para tumores em estágio inicial, são a cirurgia (prostatectomia) e a radioterapia. A doença em estágio mais avançado, principalmente quando há metástase, requer o bloqueio hormonal da testosterona do paciente”.

O especialista comemora que o risco de comprometimento da função sexual do paciente que faz tratamento do câncer de próstata tem diminuído muito nos últimos anos, conforme estão evoluindo os procedimentos radioterápicos e cirúrgicos.

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