Diante da situação desesperadora da falta de leitos públicos para terapia intensiva no atendimento aos pacientes da Covid-19 no estado, muitas famílias que não têm plano de saúde e nem condições de bancar as despesas hospitalares desse tratamento na rede privada, estão recorrendo, na tentativa de salvar a vida do familiar, ao internamento nos leitos disponíveis em hospitais e em clínicas particulares não conveniadas ao Sistema Único de Saúde – SUS. Quando a conta chega, o drama já vivido só aumenta e acaba gerando mais endividamentos e campanhas para arrecadação, em meio a uma crise sem precedentes, que não oferecem qualquer garantia de se conseguir arcar com os compromissos assumidos no momento de desespero.
Por meio de um envio de expediente ao secretário da Saúde, Beto Preto, a deputada estadual Luciana Rafagnin (PT) pede ao governo do estado que estabeleça critérios e efetive o ressarcimento dos custos hospitalares dos pacientes de baixa renda ou que perderam sua fonte de renda neste momento da pandemia e que se encontram nessas condições. “Nós estamos vivendo tempos sombrios, muito difíceis, e a contaminação do novo coronavírus fugiu ao controle do atendimento pelo sistema de saúde. No desespero, as famílias que não têm condições financeiras e nem plano de saúde acabam buscando o atendimento onde for possível encontrar. As filas de espera estão grandes na rede pública e as pessoas estão morrendo dentro das ambulâncias, na porta dos hospitais conveniados ao SUS, ou mesmo em suas casas. O governo precisa assumir essas despesas por meio de convênio com a rede particular, a fim de amparar o nosso povo”, destaca Luciana.
A saúde é um dos direitos sociais, que estão previstos na Constituição Federal (CF/88). A deputada Luciana lembra que o artigo 196 da Carta Magna estabelece ainda que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. “Desse modo, com a falta de leitos públicos para atendimento à demanda crescente, solicitamos ao governador, através da secretaria de saúde, que o estado arque com os custos dos internamentos de pacientes com Covid, que não têm convênio médico, em UTIs de hospitais não conveniados ao SUS, por meio de reembolso ao próprio estabelecimento”, conclui a deputada no documento enviado ao Governo do Paraná.