Ex-servidor aponta desmonte na saúde de Mafra

Por Gazeta de Riomafra - 17/04/2021

Em uma moção de repúdio o ex-servidor Lucas Barbosa acusa a atual administração de desvio de recursos humanos, de aparelhamento político na Secretaria de Saúde e de perseguição política a servidores

Nesta quarta-feira (14) o ex-servidor da Secretaria de Saúde de Mafra, Lucas Barbosa, divulgou uma moção de repúdio acusando a administração Emerson Maas de negligência e de desmonte da Saúde mafrense.

Lucas abre a moção descrevendo que o Prefeito Municipal, Emerson Maas, está intervindo em alguns serviços públicos de saúde através da Secretaria Municipal responsável pela pasta. Mostra não ter conhecimento dos fluxos e da legislação do sistema de saúde e desrespeitando os servidores públicos.

Desde o início do governos Maas no dia 1º de janeiro deste ano, a Secretaria de Saúde já está no seu quarto secretário.

Na moção o ex-servidor traz cinco tópicos, apontando desvios de recursos humanos, da retirada de profissionais da atenção básica para aturarem na UPA e na Policlínica comprometendo o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (Postinhos de Saúde); Desmonte de serviços de apoios como gestão de pessoas, central de armazenamento da farmácia (CAF), setor de compras, serviços e manutenção, setor de transporte, ambulatório de feridas, Programa de oxigênioterapia domiciliar e Programa de Atenção à Pessoa Ostomizada; Critica ainda a nomeação de um gestor para pasta sem conhecimento em gestão pública e na área da saúde, a falta de transparência na comunicação dentro da Secretaria e a falta de respeito com seus profissionais.

Até o momento o município não quis se manifestar a respeito da denúncia.

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Leia a moção na íntegra:

Moção de repúdio

Vimos por meio deste lamentar a maneira que a atual gestão municipal está conduzindo e intervindo em alguns serviços públicos de saúde de Mafra – SC.

O prefeito municipal, por meio da atuação do Secretário Municipal de Saúde estão agindo, embasados no desconhecimento de fluxos e legislação do Sistema Saúde, unidos muitas vezes pelo desrespeito com servidores públicos e déficit na integralidade e qualidade dos serviços de saúde prestado à população mafrense.

Estas situações se comprovam nas seguintes ações do executivo municipal:

– Desvios de recursos humanos e, portanto recursos financeiros e desvios disfunções de profissionais da atenção básica (unidades de saúde da família) para atuarem na UPA (que se trata de uma Organização Social) e para a Policlínica (serviço especializado, de média complexidade), enquanto que as unidades ficam descobertas de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e profissionais de higienização por longos períodos e até de forma permanente, sobrecarregando equipe e prejudicando  sobremaneira serviços de assistência à saúde da população.

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– Desmonte e/ou prejuízos aos serviços de apoio da Secretaria Municipal de Saúde como, por exemplo: gestão de pessoas, central de armazenamento da farmácia (CAF), setor de compras, serviços e manutenção, setor de transporte, ambulatório de feridas, Programa de oxigênioterapia domiciliar e Programa de Atenção à Pessoa Ostomizada. Estes desmontes ou prejuízos aos serviços vêm ocorrendo sem causas ou justificativas legítimas (técnicas e legais) e sim por perseguição Político Partidário velado. Em muitos dos casos os profissionais são retirados sem possibilidade de treinar outros para sua função, ou sequer são substituídos, novamente trazendo sobrecarga e déficit na qualidade dos trabalhos prestados à população mafrense.

– Nomeação de secretário de Saúde sem formação e conhecimento de gestão pública e Sistema único de Saúde, que utiliza como principal método de trabalho retirar profissionais capacitados de seus postos de trabalho e realizar desmonte de serviços a mando de prefeito, atendendo a caprichos e demandas políticos partidárias, porque até o momento não foi informado às claras e com embasamentos técnicos e legais.

– Déficit de comunicação e transparência na manipulação de processos internos, onde os profissionais que compreendem a força de trabalho do SUS de Mafra percebem ações e movimentação nos setores que atuam e nos processos de trabalho após estes já estarem acontecendo, instituídos de forma vertical, sem tempo para se organizarem e contribuírem com os processos.

– Falta de respeito aos profissionais que atuam na área da saúde, que se encontra em número reduzido em algumas categorias, sem treinamentos específicos para a ampliação da demanda atual (pessoas com sequelas de COVID-19, pessoas com sofrimento mental, pessoas graves buscando atendimento nas unidades de saúde, com receio de procurar a UPA), ausência de processo seletivo, concurso público para reposição ou até contratação emergencial, levando os profissionais a necessidade de realização horas extras e sobreavisos para manter serviços funcionando, trabalhando sem presença de enfermeiros em algumas unidades, porque estes estão em desvio de função nos serviços de Policlínica Municipal e UPA, além da presença de uma expressiva classe profissional de técnicos de enfermagem com salários defasados e assim como os demais profissionais com responsabilidades intensas e nobres como por exemplo Campanha de vacinas, unidades abertas até as 21h, manutenção de todos os atendimentos com eficiência para contribuir com a manutenção da saúde e da qualidade de vida da população.

Atenciosamente

Grupo de Profissionais da Saúde
Lucas Barbosa

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