Na quarta-feira (9), o Governo do Paraná, em parceria com as prefeituras municipais, promoveu uma série de atividades para convocar a população a também entrar na luta contra o mosquito Aedes aegypti. Em Campo do Tenente, uma força-tarefa foi organizada, unindo as equipes de Vigilâncias: Epidemiológica e Sanitária, agentes comunitárias de Sáude – ACSs e técnicos em Saúde Ambiental. Pela manhã foi realizado um ato público em frente a prefeitura de orientação sobre prevenção e combate a dengue, e os objetivos desse dia D na área urbana do municÃpio. Ato contÃnuo as equipes iniciaram visitas domiciliares, no comércio com orientações e distribuição de folders informativos.
Paralelamente as equipes de profissionais das vigilâncias da Saúde concentraram – se na identificação dos acúmulos de água nos locais que possam servir de criadouros para os mosquitos, como ex. vasilhas ao relento, caixas de águas, pneus, terrenos baldios, etc. Para a técnica em Saúde Ambiental, Jussara Goetz Ferreira, “há uma necessidade constante de ficarmos vigilantes e também de multiplicarmos as informações e ações de prevenção e combate a dengue. Os trabalhos de combate ao mosquito serão contÃnuos e têm como meta, fazer a varredura pente – fino na totalidade do quadro urbano municipalâ€. observou a técnica.
AÇÕES NO ESTADO DO PARANÃ
O Dia D de combate ao mosquito contou com o apoio maciço das comunidades paranaenses e foi marcado por ações educativas e mutirões de limpeza em todo o Estado. “Foi um dia inteiramente dedicado para chamar a atenção da sociedade sobre a importância de incorporar o combate ao mosquito à rotina diária de cada um. Só assim vamos proteger nossas casas e famÃliasâ€, disse o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.
O secretário ressaltou, ainda, a necessidade do poder público também fazer a sua parte. “As prefeituras devem intensificar o trabalho de orientação e visita casa a casa. Neste momento crÃtico não se pode dar férias aos agentes de endemias, responsáveis por este tipo de ação, nem paralisar atendimento em Unidades de Saúde por conta de possÃveis recessos de final de anoâ€, afirmou o secretário.
SAÚDE MONITORA POSSIBILIDADE DE NOVOS CASOS DE ZIKA NO PR
Oficialmente, apenas dois casos de Zika vÃrus foram confirmados laboratorialmente pela Secretaria da Saúde do Paraná. Os pacientes são do municÃpio de São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Estado. Eles foram diagnosticados no mês de maio e passam bem. Contudo, os profissionais da Secretaria Estadual da Saúde analisam a possibilidade de que esse número seja maior.
“Registramos um grande número de casos suspeitos de dengue que não se confirmaram e isso pode indicar a circulação da zika ou mesmo outras doenças com sintomas parecidosâ€, destaca a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte. No entanto, o Paraná não identificou até o momento casos de microcefalia em bebês relacionados com a doença.
Em relatório divulgado nesta semana, o Ministério da Saúde chama a atenção para a possibilidade de que os casos descartados como dengue no Paraná possam ser de zika vÃrus. A dificuldade no diagnóstico e a forma silenciosa com que a doença se manifesta podem ter sido as principais causas da subnotificação, segundo o Ministério da Saúde. Para se confirmar a zika, é preciso coletar amostras de sangue do paciente suspeito até o 5º dia após o inÃcio dos sintomas.
Estudos internacionais apontam que cerca de 80% dos casos de zika não apresentam sintomas caracterÃsticos da doença, como febre baixa, manchas vermelhas e coceira na pele, olhos vermelhos (sem coceira e sem secreção), dor muscular e nas articulações. “Por conta disso, muita gente não procura atendimento de saúde e se recupera em casa, sem a necessidade de internação ou tratamento mais especializadoâ€, esclarece o diretor-geral da Secretaria da Saúde, Sezifredo Paz.
Assim como a dengue e a febre chikungunya, o zika vÃrus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que já circula em 294 municÃpios do Paraná. Isso significa que 73% das cidades paranaenses correm o risco de registrar casos das três doenças. “Vivemos uma trÃplice ameaça, o que ressalta a importância de se reforçar as ações de combate ao mosquitoâ€, alertou a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte. A preocupação com a zika se deve principalmente por causa da correlação entre o surto da doença e o aumento no número de casos de microcefalia na região nordeste. Até agora, já foram identificados 1.761 bebês com suspeita de microcefalia no paÃs, distribuÃdos em 422 municÃpios de 14 unidades da federação.