Em tempos de Quaresma e Semana Santa aumenta a procura pelo peixe. E, se é necessário ter precaução quanto às datas de validade do pescado, os fiscais agropecuários alertam que o consumidor deve ficar atento também quanto à veracidade do que está sendo oferecido no mercado.
A fraude e a malandragem estão presentes também neste segmento do mercado. É evidente que não quer aqui generalizar afirmando que não tem idoneidade no setor, mas sim que o consumidor fique atento e adquira a carne do pescado que tenha procedência garantida, mesmo que isso signifique pagar um pouco mais.
Infelizmente, entre as fraudes praticadas, uma prática bem comum é a substituição de espécies, principalmente quando se trata do filé de peixe.
Explicando como isso funciona, o bacalhau e o linguado são os principais alvos. O produto é trocado por peixes de menor valor, como o panga, o alabote e a polaca do Alasca. Mas a merluza, o congro, a pescada, a garoupa e até a carne de siri também são substituídos. Ainda segundo os fiscais agropecuários, essa é uma prática criminosa e fere o direito do consumidor. E falando da fiscalização, os profissionais deste setor identificam a troca de espécies e coletam amostras em produtos suspeitos de fraude, que são encaminhadas ao Laboratório Nacional Agropecuário em Goiás (Lanagro-GO) para análise de DNA. Desde 2013, o laboratório está equipado e capacitado para a realização do exame. Em 2015, foram identificadas fraudes em 23% das amostras em todo o País.
Esse número é alarmante! É muito peixe adulterado.
Além da fraude com substituição das espécies, os consumidores podem ser enganados em relação ao peso do pescado. Explicando melhor, as empresas desenvolveram tecnologia para adicionar água ao peixe, em qualquer tipo de produto, do “in natura” ao enlatado. Os peixes são deixados de molho, com produtos que aumentam a quantidade de água na musculatura.
Para o consumidor não cair no “conto do vigário”, a recomendação é sempre desconfiar do preço muito baixo, das promoções e até procurar saber se a empresa fabricante já esteve envolvida em fraude. Lembrando que as fraudes são mais fáceis em filés, já que o consumidor não vê o alimento inteiro. Para dificultar a identificação do produto, toda a pele do peixe é retirada. Não se iluda quanto às promoções muito vantajosas.
Infelizmente, essa é a realidade. Então, ao consumidor resta prestar atenção ao que está adquirindo e não se intimidar na hora de recusar produtos e reclamar os seus direitos junto aos órgãos competentes.