Desde o inicio do ano, impulsionado pela alta do dólar, o preço não para de subir. Segundo o Centro de Estudos Econômicos – CEPEA a saca de milho de 60kg no mês de março estava cotada em Santa Catarina a R$ 41,00, sendo considerada a mais cara do país. Com isso, a falta do produto tem motivado ao fim de atividades que precisam do grão, em regiões como o Oeste, Sul e Planalto do estado.
Esse aumento fez com que o produtor prefira plantar soja nos últimos anos, já que também virou produto de exportação, ficando mais rentável que a produção do milho.
Comparado a 2015, houve uma diminuição de plantio do milho no estado em 10%, onde está ligada à exportação do produto, pois, o governo federal passou a exportar o grão devido à preocupação com a balança comercial, causando a escassez do produto e aumentando o preço. “Será que teremos milho para o pequeno produtor alimentar seu plantel na produção bovina, suína e de aves?”- pergunta o Presidente da FETAESC, José Walter Dresch, que tem participado de encontros com o governo para tratar do tema.
Alguns acreditam que mesmo com a falta do produto, a partir de junho poderá amenizar o problema, já que a safrinha deverá ejetar cerca de 70 milhões de toneladas. Porém, para que isto ocorra é necessário ter boas condições, já que o plantio do milho é bastante suscetível ao clima e as previsões não são como esperadas. “Hoje o agricultor que colhe 140 sacas de milho por hectare, compromete 75 sacas para pagar todos seus insumos. Temos que diminuir o custo porque quanto maior é a produtividade, maior serão seus lucros e assim o preço pode ser melhor para o milho do que para a soja”, disse o presidente.
O governo estuda parcerias por intermédio das agroindústrias e cooperativas, onde as indústrias forneceriam os principais insumos como, adubo, areia e semente. A cooperativa forneceria os demais insumos e o agricultor plantaria e se comprometeria com o volume de produção para a entrega na cooperativa, sendo pago os insumos, tendo seu preço fixado com a agroindústria catarinense. A expectativa é ampliar em mais 100 mil hectares para a produção de milho no estado, onde Santa Catarina estaria assegurado com mais de 840 mil toneladas de grãos para o abastecimento interno do estado. Além disso, asseguraria também o incentivo para fiscal a agroindústria, garantindo o preço de garantia do produto e dos custos da produção.
O transporte de grãos via linha férrea também é uma alternativa que a FETAESC tem incentivado, onde a idéia é buscar o milho nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde a saca seria no valor de R$ 10,00 na média, levando-o via trens para Lages.
Para a FETAESC é preciso incentivar a produção interna, diminuir a exportação dos grãos e subsidiar parte dos custos do produtor.