Na última quinta-feira dia 23, alunos do Colégio Sesi de Rio Negro, entre 14 a 17 anos de idade, contaram com a presença de acadêmicos do curso de psicologia da Universidade do Contestado, onde os mesmos puderam debater sobre a superexposição nas redes sociais, assunto que é preocupante em toda a sociedade.
Junto aos alunos, os palestrantes puderam falar sobre o uso frequente de redes sociais, como Facebook, Twitter e WhatsApp, causando grande dependência aos usuários. No Facebook, são 1,5 bilhões de usuários cadastrados na rede, sendo 86 milhões de usuários no Brasil, ocupando o 3º lugar do país com mais usuários do mundo.
O vício em redes sociais é forte como o da dependência química. Como o viciado em drogas, que com o tempo precisa de doses cada vez maiores de uma substância para ter o efeito entorpecente parecido com o obtido no primeiro contato, o viciado em Facebook também necessita se expor e ler as confissões de amigos com cada vez mais frequência para saciar sua curiosidade e narcisismo.
Sintomas de crise de abstinência, como ansiedade, acessos de raiva, suores e até depressão quando há afastamento da rede, também são comuns. “É como um alcoólatra. Se para ele o bar é o objetivo, para o viciado estar sempre conectado às redes sociais é a meta.” – afirma uma psicóloga. Estudos mostram também, que é mais difícil resistir à tentação de acessar sites como Facebook e Twitter do que dizer não ao álcool e a cigarro.
Com isso, os acadêmicos puderam mostrar os riscos que a utilização e a superexposição podem trazer ao indivíduo, alertando e prevenindo meios para que não seja influenciado no cotidiano de cada um. Dentre os riscos apresentados, está o check-in, aplicativo utilizado para que o usuário possa mostrar onde está, ver onde outras pessoas estão e, principalmente, compartilhar lugares com seus amigos online, aumentando assim, o grau de exposição dos mesmos frente à internet, já que a rede seduz o indivíduo a compartilhar a sua vida, fazendo com que o mesmo seja monitorado 24h em todas as suas ações.
Especialistas alertam que a superexposição na web, pode fazer com que os usuários possam ficar mais vulneráveis a pessoas que monitoram para que possam cometer crimes, tais como assaltos, sequestro, pedofilia, ciberbullyning (tipo de violência praticada contra alguém através da internet ou de outras tecnologias relacionadas) e até mesmo suicídio.
Os acadêmicos puderam ainda, estar apresentando aos alunos que no último ano, apenas nos Estados Unidos, nove adolescentes cometeram suicídio supostamente por terem sofrido ciberbullying em uma rede social chamada Ask.Fm, em que alguém faz uma pergunta de forma anônima e o outro tem que responder, como o jogo da verdade das gerações passadas. Apesar de não ser muito conhecido pelos adultos, o Ask.Fm é a terceira rede social mais utilizada pelos adolescentes no Brasil, atrás apenas do Facebook e do Instagram.
Como prevenção, os acadêmicos de psicologia alertaram aos alunos para que não aceitem convites de amizades nas redes sociais de pessoas desconhecidas; evitarem a exposição de fotos íntimas (sexting), como no Snapchat ou WhatsApp por exemplo; a redução de check-in para que não sejam monitoradas de forma online por pessoas que possam planejar algo prejudicial ao usuário; além de jamais fornecer dados pessoais na internet, sendo este realizado frequentemente pelos internautas, aumentando o riscos de serem as “próximas vítimas”.
Como finalização, os acadêmicos perguntaram aos alunos do Colégio se conheciam o termo “Nomofobia”, onde os mesmos disseram que não. Após isso, os palestrantes apresentaram o termo aos alunos, o qual se trata de uma fobia causada pelo desconforto ou angústia resultante da incapacidade de comunicação através de aparelhos celulares ou computadores, causando grande impacto aos alunos, já que muitos se identificaram com a dependência de uso do aparelho eletrônico.
Parabéns pela iniciativa, acho fundamental ter em todas as escolas públicas e particulares essas palestras, pois com certeza alguns pais falam sobre isso, mais tem muitos adolescentes que os pais deixam livre o uso e acesso.
Jovens falando para os jovens, muito bom isso. Dou dez para os acadêmicos da UNC.
Excelente iniciativa dos estudantes de psicologia da UNC. E excelente ilustração da Gazeta Riomafra. Esses "bichinhos" virtuais estão descontrolados nas mãos de adolescentes, arrastando uma geração de pessoas ao isolamento virtual, e posteriormente, vai arrastar para uma agressividade sem limites. Tente tirar um celular da mão de um adolescente, para ver a revolta. Se tudo tem limite na vida, tecnologia tambem deve ter.