Não uma exclusividade rionegrense, o “Senhor Bom Jesus” é padroeiro de mais de 200 igrejas no Brasil, nas quais pode-se verificar as diferentes invocações, que quase em sua totalidade, assumem representações de episódios da Paixão de Cristo, não se limitando a imagem original da crucificação, figurando assim como “Bom Jesus dos Passos” (levando a cruz), “Bom Jesus do Horto” (no Jardim das Oliveiras), “Bom Jesus da Pedra Fria” (representado sentado) e, dentre tantos outros, o nosso tradicional “Bom Jesus da Coluna”, retratado na cena em que Pilatos o apresentou ao povo, coberto com o manto púrpura, amarrado e coroado de espinhos, após a flagelação.
Seja a representação de Cristo como “Bom Jesus da Coluna” adotada em Riomafra, inspirada ou originada do grupo militar (Coluna) encarregado da segurança dos trabalhadores responsáveis pela abertura da Estrada da Mata; da Coluna militar comandada pelo Brigadeiro Francisco Xavier da Cunha, que partindo daqui, pôs-se em combate na Revolução Farroupilha; ou ainda; de devoção trazida por imigrantes alemães que aqui se estabeleceram; a religiosidade esteve sempre presente em nossa sociedade, dos primórdios da colonização aos dias atuais.
Capela 1912 Interior da igreja 1920 Matriz 1918
No caso em questão, essa religiosidade, mais do que algo cultural/espiritual, foi materializada por meio da construção de templos, cuja imponente igreja matriz de Rio Negro, localizada na praça Coronel Buarque é fruto da sucessão de igrejas e capelas que ao longo do tempo foram erguidas em louvor ao Senhor Bom Jesus da Coluna.
Da capela temporária na margem direita (Rio Negro) à capela construída em madeira no ano de 1831, na margem esquerda (Mafra), que por volta de 1859 foi transladada para o outro lado do rio (lado rionegrense).
Essa capela resistiu até 1879, quando desgastada pelo tempo deu lugar a uma construção mais sólida, feita em alvenaria, esta que por sua vez, não mais comportando o número de fiéis, foi substituída pela atual igreja matriz por volta de 1916.
Hoje, o Senhor Bom Jesus da Coluna é símbolo da fé, da devoção e da história de um povo único, Riomafrense, que transcende as fronteiras políticas e é marca centenária de nossas cidades.