A semana começou com greve dos caminhoneiros nas estradas brasileiras, e em Mafra, na BR-116, não foi diferente. A categoria estacionou seus caminhões no Km-07, próximo ao ‘trevo do Mallon’, em protesto aos continuados aumentos dos combustíveis – desde o último dia 14, foram seis altas seguidas – e contra a taxa de pedágio. O protesto já dura dois dias.
Os manifestantes pararam seus caminhões e carretas no acostamento nos dois lados da BR-116 (sentido sul e sentido norte) e nas marginais ao longo da rodovia, bloqueando a passagem caminhões. O trafego está liberado apenas para veículos de passeio, ônibus e caminhões com carga viva.
Eles querem a redução do valor do óleo diesel, a mudança na política de reajustes da Petrobras, com a redução da carga tributária para o diesel e a isenção da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
Além de protestarem contra a alta do diesel os caminhoneiros questionam os valores praticados nos pedágios.
A paralisação é comandada pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), entidade que representa os motoristas autônomos.
AGRICULTORES SE JUNTAM AO MOVIMENTO
Na manhã de ontem os agricultores mafrenses se juntaram aos caminhoneiros parando seus tratores e maquinas agrícolas ao longo do acostamento da BR-116. Segundo os produtores rurais, os agricultores utilizam o diesel em seus maquinários, além de pagarem o frete para o transporte da sua produção, por isso a adesão junto ao movimento dos caminhoneiros.
PETROBRAS ANUNCIA REDUÇÃO NO PREÇO DO COMBUSTÍVEL
Ontem após o preço do diesel subir 0,97% nas refinarias a Petrobras anunciou que a partir de hoje o valor irá cair 1,54%. O preço da gasolina deve ter uma redução de 2,08%. A justificativa da estatal para as constantes altas dos combustíveis é a disparada dos valores internacionais do petróleo, assim como explica a redução de hoje que foi devido à queda do dólar nesta segunda-feira (21). Lembrando que a estatal adota a política de seguir as oscilações do petróleo no mercado internacional e no cambio, o que prevê alterações quase que diárias nos combustíveis.
A redução do preço dos combustíveis na refinaria não significa que o preço baixará nas bombas. Vai depender de cada posto aplicar a redução ou não, já que eles são livres para aplicarem os reajustes.
Entre julho do ano passado até abril deste ano o preço da gasolina comercializado nas refinarias acumulou alta de 55,47% e o diesel 56,88%, muito acima da inflação oficial neste período que é de 2,68%.
LOCAIS DE MANIFESTAÇÃO EM SC
Manifestações em rodovias federais em Santa Catarina: BR-101 km 116, Itajaí, BR-101 km 282, Imbituba; BR-101 km 342, Tubarão; BR-101 km 354, Jaguaruna; BR-101km 421, Araranguá; BR-116 km 07, Mafra; BR-116 km 54, Papanduva; BR-116 km 138, Santa Cecília; BR-116 km 245, Lages; BR-280 km 21, Araquari; BR-282 km 344, Campos Novos; BR-282 km 395, Joaçaba; BR-282 km 463, Ponte Serrada; BR-470 km 09, Navegantes.
LOCAIS DE MANIFESTAÇÃO NO PARANÁ
No Paraná: BR-163 Km 32, Santo Antônio do Sudoeste; BR-277 Km 338, Guarapuava; BR-369 km 178, Arapongas; BR-376 Km 245, Apucarana; BR-376 Km 295, Mauá da Serra; BR-376 Km 187, Marialva; BR-373 km 478, Coronel Vivida; BR-163 Km 284,Marechal Cândido Rondon; BR-376 Km 137, Nova Esperança; BR-369 km 83, Cornélio Procópio; BR-158 Km 204, Peabiru; BR-272 km 364, Campo Mourão; BR-369 km 158, Mamborê; BR-369 Km 158, Londrina; BR-467 Km 76, Toledo; BR-277 km 518, Guaraniaçú; BR-277 km 452, Laranjeiras; BR-376 km 137, Nova Esperança; BR-376 km 490, Ponta Grossa; BR-277 km 238,8, Irati.
FALTA “ESPAÇO” PARA BAIXAR TRIBUTOS SOBRE COMBUSTÍVEIS
O espaço nas contas públicas para baixar tributos sobre os combustíveis é “muito reduzido”. Foi o que disse o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, ontem 22, após reunião com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, para tratar da disparada no preço, que vem gerando protestos de caminhoneiros pelo país.
Semanas atrás, Guardia havia dito que não existia a possibilidade neste ano de o governo abrir mão de parte da arrecadação de impostos para conter a alta de preço dos combustíveis, devido à situação das contas públicas.