A lesão por esforço repetitivo (LER) está relacionada com a atividade exercida e, em alguns casos, pode ser caracterizada como doença ocupacional. O problema instala-se lentamente no organismo e, muitas vezes, só é percebida quando há um grave comprometimento da área afetada.
A LER compreende um grupo de doenças que afeta principalmente os músculos, nervos e tendões. As consequências incluem irritações e inflamações em razão da sobrecarga do sistema musculoesquelético.
As causas incluem a postura inadequada por um longo perÃodo de tempo, atividades de trabalho que exijam força excessiva com as mãos; atividades esportivas que exijam grande esforço dos membros superiores; ritmo intenso de trabalho; mobiliário mal projetado e ergonomicamente errado; esforço fÃsico; trabalho muscular estático; choques e impactos; execução da mesma tarefa por tempo prolongado; pressão mecânica sobre algumas regiões do corpo; pressão no ambiente de trabalho; cobrança por produtividade; entre outros.
O médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann explica que o primeiro sintoma da LER é a dor seguida de formigamento, dormência, insensibilidade ou falta de força para segurar objetos. “Em estágios avançados, as inflamações podem evoluir para um processo degenerativo que afeta nervos e vasos sanguÃneos de maneira prejudicial, o que pode causar deformidades como cistos, inchaços e perda de força. Além disso, a dor pode se tornar insuportável e tarefas simples de rotina podem tornar-se difÃceis ou impraticáveisâ€.
Entre as principais doenças causadas pelo esforço repetitivo estão a tendinite (inflamação do tendão que une o músculo ao osso), sÃndrome do túnel do carpo (causada pela compressão do nervo mediano que passa por um canal estreito no punho chamado de túnel do carpo), tenossinovites (inflamação do revestimento da bainha que reveste um tendão, denominado sinóvia), bursite (inflamação da bolsa sinovial – estrutura cheia de lÃquido que se localiza entre um tendão e a pele ou entre um tendão e o osso com função de amortecimento e auxÃlio no deslizamento dos tecidos e sua nutrição), mialgias (dor localizada na região muscular afetada, podendo incluir limitação de movimento nos membros associados, inflamação de tendões e dor de cabeça) e a sÃndrome do pronador redondo (compressão do nervo mediano no antebraço em sua passagem pela região do cotovelo entre as duas porções do músculo pronador redondo).
Reichmann orienta que, caso o trabalho exija movimentos repetitivos e o profissional apresenta sinais de LER, é momento de procurar o médico da empresa ou um ortopedista para avaliar o caso. “As chances de recuperação são bem maiores quando o problema é tratado em estágios iniciais. O cuidado com a ergonomia e a prática regular de exercÃcios fÃsicos também são fatores importantes para prevenir e minimizar problemas desta naturezaâ€, conclui o médico.