Mafrense voluntário no resgate as vítimas de Brumadinho conta sua experiência

Por Gazeta de Riomafra - 21/02/2019

O mafrense Carlos Nataniel Barros não pensou duas vezes quando pela televisão acompanhava a tragédia em Brumadinho. Ele sentiu que precisava ajudar aquelas pessoas e suas famílias.

Socorrista há vários anos, a cada notícia que assistia se sentia na obrigação de ser voluntário ajudar de qualquer maneira, “a minha vontade era de ir para Minas Gerais no mesmo dia [da tragédia]”, conta. Diz que numa hora destas e mediante o tamanho da tragédia: “uma pessoa a mais, faz a diferença”!

Ele e um amigo de Quitandinha (Rogério), profissional do Samu, saíram na madrugada de sábado de Mafra, com equipamentos e mantimentos próprios, sem ajuda de ninguém e de nenhuma instituição, chegaram em Brumadinho na noite do mesmo dia, e na manhã de domingo se apresentaram ao comando das operações de resgate no local da tragédia. No mesmo dia no período da tarde iniciaram os trabalhos, realizando o serviço de descontaminação das equipes de resgate.

No terceiro dia, uma segunda-feira, passaram a integrar uma equipe civil de Manaus/AM na busca de vitimas e corpos na lama.  Enquanto auxiliaram nas buscas, Carlos e seu amigo encontraram um corpo e segmentos de outros 4 corpos. Conta que mesmo pela televisão é difícil mensurar o tamanho da tragédia, quando se vê “in loco” a devastação de mais 10 km de destruição até chegar ao rio. “A tragédia é tamanha e imensurável que não consigo comprar com nada imaginado até, é um cenário horripilante de total destruição” Por isto disse ser um trabalho muito difícil e perigoso, onde só profissionais capacitados conseguem atuar. Conta que ele e seus amigos, foram uns dos poucos civis que foram aceitos pelos militares para ajudar no resgate as vítimas.

Carlos conta ainda que os dias de trabalho foram exaustivos, mas que valeram a pena, pois ele ajudou de alguma forma a trazer um pouco de conforto às famílias que perderam casas e parentes com o rompimento da barragem.

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Finalmente ressalta a solidariedade do povo brasileiro em ajudar o próximo: “A cada momento chegavam voluntários do Brasil inteiro, formando filas gigantescas de pessoas na tentativa desesperada de ajudar o próximo, isto me marcou muito, jamais esquecerei o olhar daquelas pessoas com lágrimas nos olhos nos olhando com esperança e clamando para que encontrássemos seus entes…”. Emocionado, finaliza a sua maior experiência de vida!

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