Começou a circular, nesta quinta-feira (23), uma campanha de uso racional da água para estimular a população a economizar diante deste cenário de estiagem que tem assolado todo o Paraná. Veiculado em rede de TV, rádios, portais dos jornais e mÃdias sociais, o vÃdeo chama a atenção da população para a grave escassez de chuva e pede a colaboração para que a população priorize a água para alimentação e higiene pessoal.
Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a baixa precipitação pluviométrica já dura dez meses. Nove das maiores cidades paranaenses, de quase todas as regiões do Estado, tiveram chuvas bem abaixo da média histórica entre junho de 2019 e março de 2020.
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Houve uma redução média na precipitação de 33% no conjunto de municÃpios formado por Curitiba, Ponta Grossa (Campos Gerais), Guarapuava (Centro), Maringá (Noroeste), Londrina (Norte), Foz do Iguaçu (Oeste), Cascavel (Oeste), Guaratuba (Litoral) e Umuarama (Noroeste).
O impacto imediato tem sido nos sistemas de abastecimento de água. Rios, poços, minas e córregos estão perdendo vazão, principalmente na Região Metropolitana de Curitiba e no Oeste do Estado. Já estão com sistema de rodÃzio a Região Metropolitana de Curitiba, Medianeira e, a partir desta sexta-feira (24), a cidade de Palmeira, no Centro-Sul
Na capital, a média mensal de chuvas para março é, desde 1998, de 127 milÃmetros. Mas neste ano, choveu apenas 12 mm em março (menos de 10% da média). Em abril, também o nÃvel de precipitação já está 22% abaixo da média histórica para este mês.
O Rio Miringuava, que abastece Curitiba e 12 cidades do entorno, perdeu 60% do volume de água. O nÃvel médio das barragens do IraÃ, Passaúna e Piraquara 1 e 2, do Sistema Abastecimento Integrado de Curitiba, está em 60%. Os mananciais que abastecem as cidades de Almirante Tamandaré, Rio Negro, Fazenda Rio Grande e Colombo também estão com nÃveis preocupantes.
Em março de 2020, na Região Metropolitana, o consumo de água foi 6,25% maior do que março de 2019, o que equivale a um aumento médio de quase 47 milhões de litros de água tratada por dia, o que equivale ao gasto diário de 300 mil pessoas.
OESTE – No Oeste do Estado, a situação mais crÃtica está em Medianeira. Os poços e o Rio Alegria que abastecem aos moradores da cidade já perderam 40% de vazão. Em Cascavel, o sistema também já começa a sentir a falta de chuvas deste ano também e, desde quarta-feira (22), a Sanepar voltou a utilizar água do Lago Municipal. Francisco Beltrão está em risco de entrar em rodÃzio. Outros sistemas estão tendo complemento com caminhões-pipa. Em Pranchita e Santo Antonio do Sudoeste, houve queda de 50% na vazão dos poços.
NORTE – Em Quatiguá e Siqueira Campos, os mananciais e poços também tiveram queda de 50% na vazão. O reforço no abastecimento está sendo feito com caminhões pipas de sistemas vizinhos.