Barão de Antonina “Um olhar sobre a vida de João da Silva Machado”

Por Fábio Reimão de Mello - 22/11/2012

Nascido em 1782 na vila de Taquarí, no Rio Grande do Sul, João da Silva Machado, diferentemente do que o título de “Barão de Antonina”, que receberia mais tarde, possa indicar, teve origem simples, estudou pouco e começou a trabalhar cedo, demonstrando desde jovem a nobreza de seus valores e atitudes, não deixando-se intimidar pelas dificuldades que a vida lhe impunha e nem tão pouco acomodar pela aceitação daquela situação. Ousou, buscou conquistar mais do que aquela vida simples, aparentemente lhe ofertava, sem devaneios e com muito trabalho e dedicação aliados a uma grande inteligência.

Foi capataz de fazenda, foi tropeiro e negociante de gado, que adquirido no Rio Grande do Sul, Uruguai ou Argentina, era vendido nas distantes feiras de Sorocaba (São Paulo), Santana (Bahia) ou Caxias (Maranhão), negócio extremamente desgastante e arriscado, mas muito lucrativo, cuja ousadia e boa administração o fez conquistar a riqueza.

Bem sucedido nos negócios, mas nem um pouco conformado em simplesmente manter-se no tão merecido conforto alcançado, o tropeiro e comerciante tornou-se também político, com atuação destacada no desempenho de importantes cargos da área, como Presidente da Câmara da Vila Nova do Príncipe (atual Lapa), Deputado e Vice-Presidente da Província de São Paulo (que à época fazia fronteira com o Rio Grande do Sul), assim como Senador Vitalício.

O espírito arrojado, lapidado pelo tropeirismo e pela participação em conflitos da época, foi mantido e alimentado pelo Barão em episódios com alto teor de aventura, como a expedição ao Morro do Itaió, a abertura da estrada da Graciosa e a exploração dos sertões dos rios Tibagi e Paranapanema, perfil que o conduziu direta e decisivamente para escrever seu nome na história de Riomafra.

Em 1826 com a aprovação da obra de abertura da Estrada da Mata, Silva Machado, então como Sargento-Mór, foi nomeado inspetor da obra, passando a conduzir pessoalmente os trabalhos, realizados nas terras que ele mesmo, anos antes, percorrera na condução de suas tropas de gado. Foi aqui, em Mafra e Rio Negro, enfrentando o ambiente hostil daquele período, marcado pela falta de recursos em meio a uma área desabitada e a constante a ameaça de índios, que estabeleceu o abarracamento do São Lourenço (na localidade de mesmo nome) e permaneceu lá até a transferência da sede dos trabalhos para as proximidades do rio Negro, mais exatamente na margem esquerda, nas proximidades do local onde atualmente acha-se a praça Hercílio Luz.

Tendo adotado aquele lugar como lar até a conclusão da obra, João não somente conduziu os trabalhos da estrada, como fomentou a colonização e povoamento de Riomafra, demonstrando nestas terras, parte do trabalho que o conduziram ao merecido título de Barão, obtido em 1843.

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João da Silva Machado, o Barão de Antonina, mais do que emprestar sua reputação à execução de uma obra, mostrou aqui, o valor de seu trabalho, a capacidade e a necessidade de superação, a coragem em enfrentar desafios e superar dificuldades, exemplo que não só, nós como riomafrenses temos que admirar, como principalmente, incorporar como atitudes reais, atitudes capazes de conduzir ao sucesso e a prosperidade as nossas cidades.

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