Histórico
Em 1940, José Rauen idealizou um projeto para a construção de um complexo constituÃdo por Hotel, Cinema e Restaurante na cidade de Mafra, cujo objetivo principal era a exploração do comércio cinematográfico e teatral. Tal complexo, a Empresa Mafrense de Cinema e Teatro, vindo dessas iniciais o nome Emacite, foi fruto de uma parceria entre José Rauen e Alfredo Herbst, que disponibilizou parte de seu capital com um terreno situado em Mafra, na Rua Coronel Victorino Bacelar e Praça HercÃlio Luz, com área de 1813,60m², onde foi edificado o prédio destinado ao cinema.
Sua construção teve inÃcio em 1950, sendo que o projeto inicial não passou de quatro paredes levantadas e teve a construção paralisada, sendo retomado apenas em 1958, pelo engenheiro Rubens Meister. O cinema foi concluÃdo em 1961 e neste mesmo ano inaugurado em grande estilo, com acomodação para 901 pessoas. Sua arquitetura tem sido considerada uma das melhores do estado, com excelente acústica, tornando-se um dos mais modernos e perfeitos cinemas da época.
O filme da inauguração do Cine Emacite foi “A história de Ruthâ€. Um filme bÃblico com 2h12 de duração e classificação indicativa de 12 anos para a época. Sinopse: Em uma magnÃfica narrativa da história épica do Velho Testamento, Elana Eden retrata a linda Ruth, que ainda jovem, vive cercada por adoradores do deus de pedra Quemos. No entanto, já como uma jovem mulher, ela é tocada pela crença de Malom (Tom Tryon), um artesão judeu, e renuncia à sua idolatria. Quando uma tragédia leva a Ruth e a mãe de Malon a empreenderem uma árdua jornada rumo a Jerusalém, Ruth conhece Boaz (Stuart Whitman) e surge a paixão. Mas, ela está prometida para outro, precisa ter coragem, inteligência e apoiar-se em sua nova fé para encontrar a paz que ela anseia desde criança. Ao mesmo tempo, intenso e comovente, “A história de Ruth†é um filme fascinante e inesquecÃvel!
Com os avanços tecnológicos e o surgimento do vÃdeocassete em 1988, o cinema sofreu grande queda de público, não podendo mais repetir filmes, como era costume até então, e sim somente exibir lançamentos. Em meados do fim do século XX, o Cine Emacite deixou de exibir filmes definitivamente, por não conseguir manter as despesas da sala e pela escassez de público.
No inÃcio do século XXI foi reformado pela Prefeitura Municipal de Mafra, sob a responsabilidade da arquiteta Dilene Dias, e reaberto em 2005, sob nova direção e dispondo de ambiente moderno e, com a reforma, o palco ganhou espaço avançando sobre a plateia, que ficou com 717 lugares. Atualmente, caracteriza-se por ser um dos poucos cinemas de rua ainda em atividade.
Após passar por três trocas de proprietários, o Cine Teatro Emacite foi fechado e entregue em 2013 ao Banco Fibra como pagamento de dÃvida com o valor equivalente a R$ 1,5 milhão. Antes da efetivação da transferência de propriedade do imóvel ao banco, um grupo composto por empresários e lideranças locais, denominado Grupo em Prol do Emacite, foi formado com o objetivo de tentar arrecadar – através de quotas – o valor equivalente ao imóvel com a finalidade de comprá-lo e, consequentemente, evitar o fechamento do mesmo, mas não houve sucesso.
Em 2014 – após muita luta – houve a realização do tombamento da função do Cine Teatro Emacite, através do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural, Histórico e ArtÃstico de Mafra (CoMPPaM). Para o tombamento foi necessário realizar todos os trâmites previstos na lei nº 3592/2010 que criou a entidade e regulamenta as ações para o tombamento do imóvel. Foi necessário ainda seguir todos os trâmites previstos no capÃtulo III – Processo de Tombamento, artigo 8 e demais, de 06 de outubro de 2010, que regulamento o tema, sendo este efetivado com a publicação do edital no diário oficial do municÃpio, na edição do dia 10 de janeiro de 2014.
Vale ressaltar que ao longo de todo o tempo em que o cinema ficou fechado, o Banco Fibra, proprietária do imóvel, contou com o importante apoio do empresário Valdir Della Giustina Junior, proprietário do Hotel Emacite e EdifÃcio CondomÃnio Comercial, TurÃstico e Cultural Emacite, que sempre comunicou ao banco quando houve a necessidade de alguma manutenção e colaborou nos ajustes necessários. O esforço durante os três anos de fechamento para mantê-lo preservado foi essencial para que não houvesse danos no imóvel, tornando-o inviável para o uso, impossibilitando assim a reativação do cinema.
Em 2016 a Rede Cineplus assumiu o local. Atualmente O Cineplus Emacite possui 730 lugares e sistemas modernos de som e projeção de última geração. A projeção é digital, sendo considerada a melhor do mercado cinematográfico nos dias atuais.
Histórico cultural
O Cine Emacite, teve seu maior movimento nos anos 60 e 70. Os cinemas da época, mediante o fato de ainda não existir vÃdeocassete, apresentavam lançamentos, reprises, em especial de filmes famosos, pois era a única forma, muitas vezes, de se assistir a um filme cultuado pela tradição.
A cultura do cinema, nas décadas de 60 e 70, era caracterÃstica, de forma a se tornar um marco social de relevância e acesso à cultura e informação. Os cinemas eram o ponto de encontro da cidade, o local onde os jovens se conheciam, encontravam e namoravam. Havia a importância da espera da sessão, quando a sala de cinema era mantida iluminada, e os jovens da cidade usavam-na para a antiga “paqueraâ€; havia também a importância da comunicação, mediante o fato de o cinema ter sido, na época, um meio de difundir comportamentos, modas e tendências.
A programação do Cine Emacite, nas décadas de 60 e 70, tinha caracterÃsticas próprias, apresentava a maior parte dos filmes aos sábados e domingos, através das sessões da tarde, as matinês, além de sessões noturnas. Havia também sessões especiais, tais como a sessão “Belo-sexoâ€, à s quartas-feiras à noite, quando as mulheres não pagavam o ingresso. Geralmente, a sessão era dupla, apresentava dois filmes seguidos, e quase sempre um dos filmes era um Western spaghetti. Os lançamentos passavam, na sua maioria, na sessão da noite. Houve alguns lançamentos históricos, que mereceram sessões extras, como quando foi lançado o filme Gandhi, de Richard Attenborough, e grande parte da população da cidade foi assistir.
CaracterÃsticas
O Cineteatro Emacite é um espaço adaptado como centro poli-valente, para cinema, palestras, eventos musicais, apresentações teatrais e danças. Sua capacidade atual é de 717 pessoas. Possui um hall de entrada, saÃdas laterais, e um palco com 6,80 m de altura e 14 m de comprimento. As poltronas são estofadas com a parte posterior em madeira que favorece o tempo de reverbação alto, ideal para coros e orquestras.
“O sistema de projeção ainda movido a carvão funciona razoavelmente bem. São excelentes máquinas de fabricação inglesa, não há deficiência. O sistema interno de som também é de primeira qualidadeâ€. Por estar incorporada ao circuito Paraná/Santa Catarina/Rio Grande do Sul, a empresa exibe somente filmes inéditos e lançamentos em conjunto com as capitais dos três Estados.
Acústica
As aferições acústicas recentes confirmaram nÃvel de “Excelência acústica ISO 3382 †(ruÃdo de fundo: 25 decibéis, vivacidade, calor (presença de graves), brilho (harmônicos superiores), nÃvel de som direto, clareza (bem definida, limpa) e impressão espacial (efeito psicoacústico).
Fonte: Wikipédia
como faz falta o funcionamento do cinema na cidade, seria muito ótimo ter ela de novo!
As sessões chamadas "BELO SEXO" eram exibidas todas às quintas feiras, e realmente eram duplas, foi uma época maravilhosa.
Era o programa certo nos fins de semana. Como abandonar um patrimônio como aquele !
"a saudade mata a gente" dizia o poeta.
Servi no segundo Batalhão Ferroviário, que lamentavelmente, as autoridades e comunidade não conseguiram
mante-lo na cidade. Tenho uma filha Rionegrense. Estou bem vivo, mas com Rio Negro e Mafra, no coração.
Aià Odontino, temos este ponto do 2º Batalhão Ferroviário em comum. Eu estudei no General Rabelo, a escola do batalhão, entre 1960 e 64. Lembro que quando chegávamos para as aulas e sentÃamos cheiro de álcool, era dia de vacina para os militares. Vez ou outra sobrava também para nós, alunos. E não tinha choro, era fazer fila e ir para a tal da enfermaria. E no recreio, rapaz, toda a piazada da escola ia para o refeitório do batalhão, o lanche era sempre um festival de sopa e canjica. Lembro disso com saudade, muita saudade.
Fui frequentadora assidua do cine Emacite, na década de 60. Fiquei triste quando, há uns 5 anos atras, mais ou menos, fui levar minha sobrinha para assistir o filme de Zezé di Camargo e Luciano (não lembro o nome) e presenciei a ação dos vândalos, destruindo o patrimônio da cidade. O cinema, que havia sido reformado recentemente, já apresentava problemas nos belos acentos, rasgaduras e suporte para copos quebrados. Seria tão bom se o povo fosse educado como éramos nos anos 60…com certeza todos serÃamos benefi
ciados.
Que saudades! ,na minha juventude nos anos sessenta época boa quando podÃamos assistir bons filmes.Não perdÃamos um domingo .
Na década de 60 e 70. Diversos filmes, show Roberto Carlos, Jerry Adriane, Vanderley Cardoso etc.
Época que não volta mais.
Também fiz parte dessa geração que teve o privilégio de viver essa época mágica. Também assisti o show do Rei Roberto Carlos, assisti filmes épicos como, Os dez mandamentos, Benhur e Westerns além de filmes nacionais, especialmente do Mazzaropi
Inauguração do Cine Emacite (em 61 conforme o texto): se não me falha a memória o filme era “As Sandálias do Pescador”, com Anthony Quinn. Mesmo moleque, eu estive lá pois minha avó, saudosa D.ª Elza Cardoso, me levou. Anos depois, em 69 ou 70, vi o show do Roberto Carlos naquele local. Vida longa e próspera ao Cine Emacite.