O Governo de Santa Catarina apresentou na manhã desta quarta-feira (9) o plano estadual de contingência para a retomada das aulas presenciais na rede pública e privada, do ensino infantil ao médio. O retorno em 2020 deve ser priorizado para atividades de reforço escolar.
A Secretaria de Educação reforçou que o retorno será de uma série por semana, começando pelo 3º ano do ensino médio e pelos alunos com dificuldades de acompanhar as atividades retomadas, mas o número de alunos por sala ainda não foi definido. A retomada das séries abaixo do 6º ano pode não ocorrer neste ano.
A volta presencial segue prevista para a partir de 13 de outubro no estado em etapas, mas depende das condições sanitárias até lá. Enquanto isso, os alunos seguem fazendo atividades online ou impressas. Há alguns que não acessaram nenhum material e o Estado e municÃpios realizam busca ativa pelas famÃlias.
O planejamento é que apenas os estudantes que tiveram com dificuldades de aprendizagem durante o ensino remoto voltem às salas de aulas em 2020 na rede estadual. Mas se algum aluno que não se enquadre na necessidade de reforço queira voltar, não será impedido, segundo o secretário de Estado da Educação, Natalino Uggioni.
Cerca de 3,5 mil alunos da redes estadual que não estão fazendo nenhuma das atividades remotas estabelecidas pela Secretaria de Estado da Educação e sendo procurados pelas escolas na busca ativa deve estar entre os primeiros alunos a serem atendidos presencialmente.
“Não terá retorno da totalidade dos estudantes”, afirmou Uggioni durante a apresentação do plano. As redes municipais e privadas podem seguir o governo estadual, mas poderão estabelecer o retorno de mais alunos. No entanto, o ensino infantil não poderá voltar porque, para o Estado, as condições sanitárias não são favoráveis.
“Alguns estados decidiram começar pela educação infantil. Respeito isso, é uma questão de gestão. Esse público é menos suscetÃvel ao desenvolvimento grave da doença, mas é mais difÃcil para cumprir o regramento mÃnimo”, justificou o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, sobre o retorno das crianças menores.
“Já temos dificuldades de modo geral na sociedade, como se olha no feriadão, que se vê praias e outros ambientes lotados, imagina o que seria fazer regramento com crianças menores”, afirmou Motta Ribeiro.
O documento com oito diretrizes está sendo encaminhando aos municÃpios para ser usado como referência na elaboração também de regras municipais de retorno à s salas de aula.
O Estado vai capacitar e treinar os gestores escolares para que elaborem planos especÃficos de cada unidade escolar, segundo o documento apresentado ao comitê de retomada na sexta (28).
Mudaram o tipo de avaliação dos alunos, mas os estudantes não terão aprovação automática no ano letivo de 2020. A aprendizagem será avaliada.
O plano traz cinco cadernos de diretrizes apresentados pelo comitê em julho, que incluem as medidas sanitárias, pedagógicas, gestão de pessoas, transporte escolar e alimentação escolar a serem adotadas.
Agora, mais três pontos foram acrescentados ao plano de contingência: diretrizes para comunicação e informação, capacitação e treinamentos e finanças. As regras, elaboradas com participação da Defesa Civil, serão referência para que cada rede de educação elabore seu protocolo próprio.
Retorno em etapas
As aulas foram suspensas em 19 de março e seguem assim pelo menos até 12 de outubro na rede estadual de educação, nas redes municipais e também em escolas privadas. Só na rede estadual, são mais de 500 mil estudantes afetados com a pandemia.
O retorno está condicionado à situação sanitária de Santa Catarina no fim de setembro. Isso porque a retomada será anunciada com ao menos duas semanas de antecedência.
Segundo a Secretaria de Saúde, para a aula voltar, nem a situação de risco moderado por causa da Covid-19 pode está em vigência. Atualmente, são cinco regiões em situação gravÃssima e 11 em risco grave. Até a noite de sábado (29), eram 2.218 mortes pela doença e 146,4 mil diagnosticados com coronavÃrus.
Quando acontecer, o retorno deve ser escalonado. Os estudantes do ensino médio voltam primeiro e depois os demais. Os alunos que tiveram dificuldades de acessar os materiais virtuais e impressos também terão prioridade na volta. Crianças da educação infantil devem ser as últimas a retornarem.