O reajuste de 9,62% na tarifa de água e esgoto no Paraná foi suspenso, que começaria a valer a partir de 31 de outubro deste ano, foi suspenso temporariamente na tarde desta terça-feira (1º) em reunião da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar).
A decisão dos conselheiros foi por unanimidade, acompanhando o voto do relator Braulio Freuly. A suspensão deve durar cerca de 100 dias até nova definição. O reajuste havia sido homologado em 25 de agosto.
Conforme o relator, na segunda-feira (31), representantes do Governo do Paraná, que fez o pedido de suspensão do reajuste, e da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) se reuniram para discutir a situação, com intermediação da Agepar.
No encontro, um acordo foi firmado para que o governo formule por escrito os argumentos e cálculos apresentados na reunião em até cinco dias.
Depois disso, a Sanepar terá 90 dias para apresentar os argumentos da companhia. O governo ainda terá direito a uma réplica, no prazo de cinco dias.
Procurados, o Governo do Paraná e a Sanepar não quiseram se manifestar sobre a decisão. A companhia informou ainda que “vai cumprir a decisão da agência reguladora”.
Cálculo do índice
Segundo a Agepar, o cálculo da tarifa do saneamento, que chegou ao índice de 9,6299%, é composto da seguinte forma:
- o índice de 6,1860% é de uma composição de indexadores que incidem na variação da cesta dos índices (IPCA, IGP-M e INPC) mais a variação de custos (energia elétrica, produtos químicos utilizados no tratamento da água, entre outros). O custo da energia elétrica e a variação cambial do dólar em 2019, que elevou muito os preços dos produtos químicos importados, influenciaram na alta deste indicador;
- o índice de 3,4439% é refente à quarta parcela do diferimento tarifário, que recompõe a tarifa do congelamento ocorrido entre 2005 e 2010, aprovado em 2017.
Segundo a agência, na época da negociação do diferimento ocorreram audiência e consulta públicas para aprovação da reposição de 25,63%, parcelado em oito anos, sendo a primeira parcela de 8.53% e sete parcelas de 2.11% (corrigidas pela Selic).
Fonte: G1