Na próxima terça-feira, 17, é celebrado o Dia Mundial da Prematuridade. Aliado a isso, o mês Novembro Roxo é dedicado à conscientização e à prevenção da prematuridade (nascidos com idade gestacional abaixo de 37 semanas). Em Santa Catarina, das 96.799 crianças nascidas vivas, 10,4% (10.118) foram prematuras em 2019. Esse percentual é menor que o do Brasil (12%), segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC).
O objetivo da data é intensificar as ações para a redução dessas taxas de nascimentos prematuros com a sensibilização da sociedade para a sua prevenção e com a promoção de ações estratégicas para redução da morbimortalidade infantil.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Atenção à Saúde da Mulher, Criança e Adolescente, vinculado à Diretoria de Atenção Primária em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (DAPS/SES), Vanessa Vieira, a prematuridade é uma síndrome clínica complexa. “É determinada por fatores socioeconômicos, estilo de vida e de trabalho, que interage de maneira complexa com os fatores biológicos e deve ser abordada com múltiplas estratégias para sua prevenção”, destaca.
“As crianças que sobrevivem ao nascimento prematuro têm riscos aumentados de condições crônicas de saúde como alterações nos padrões de crescimento, atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor, além de doenças endócrinas e cardiovasculares”, exemplifica Clara Arruda, integrante da Área Técnica de Saúde da Criança da DAPS/SES.
Mortalidade
A prematuridade é considerada a principal causa de morte em crianças menores de cinco anos. “Apesar da diminuição da mortalidade nos últimos anos, ainda há um número significativo de óbitos potencialmente evitáveis, relacionados à prematuridade e sensíveis à atenção efetiva no pré-natal, parto e período neonatal”, destaca Vanessa Vieira.
Em Santa Catarina, dos 944 óbitos de crianças menores de um ano, ocorridos em 2019, 62,9% (594) foram de nascidos prematuros, segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do DATASUS.
Prevenção
Esses resultados podem ser evitados por meio da informação e da assistência pré e perinatal de qualidade. “A assistência deve responder adequadamente às demandas clínicas da mãe e do bebê, de acordo com a estratificação do risco gestacional que inclui planejamento reprodutivo, consultas pré-natais, boas práticas no parto e no nascimento e também a redução do número de cesárias eletivas”, acrescenta Vanessa.
Em Santa Catarina a cobertura populacional estimada pelas equipes de Saúde da Família, em 2019, foi de 80,92%. Quanto às consultas de pré-natal, a proporção de sete ou mais consultas em 2018 foi de 78,03%, de acordo com dados do SINASC. Esses números refletem a qualidade da assistência ao pré-natal no estado.