O setor agropecuário é um dos mais importantes do país, crucial para o desempenho econômico brasileiro. É difícil acreditar que até a década de 1960 o Brasil importava grande parte dos alimentos que consumia. No entanto, um investimento considerável em ciência, aliado à implementação de políticas públicas, impulsionou o uso da tecnologia e a adoção das melhores práticas na área. Como resultado, o custo dos alimentos foi reduzido, a produtividade aumentou; acompanhado pelo crescimento das exportações e pela intensificação das práticas sustentáveis.
Atualmente, o país é uma referência em ciência e tecnologia na agricultura e um dos maiores produtores de alimentos do mundo que exportar a uns 200 países.
O Brasil alcançou um aumento tão significativo de produção com um aumento mínimo na área agrícola. Foi feito graças a pesquisa e inovação. A produção torna-se mais eficiente, melhorada graças à aplicação de tecnologia de sementes, rotação de culturas, cultivo duplo, maquinaria da última geração e práticas de agricultura de precisão como monitoramento remoto do estado da vegetação. Os agricultores brasileiros também usam soluções de proteção de cultivos e fertilizantes para manter boas safras. O investimento em pesquisa e agrotecnologia tropical é tão grande que se pode prever que a eficiência produtiva do Brasil continuará a crescer nos próximos anos.
Na verdade, um em cada quatro produtos do agronegócio nos mercados mundiais vem do Brasil, alimentando mais de 800 milhões de pessoas. O setor é tão forte no Brasil que prospera mesmo em tempos de crise de Covid-19.
Produtos de valor do agronegócio brasileiro
A área de produção agrícola anual no Brasil ocupa 69 milhões de ha. As principais culturas são soja, milho, cana-de-açúcar e arroz, que representam 90% da área total cultivada, e (exceto arroz) o país é um dos maiores produtores e exportadores dessas culturas. A maior parte da cana-de-açúcar, soja e milho é produzida em condições de sequeiro (>90%); o arroz é produzido em condições irrigadas (80%) e de sequeiro (20%) nas regiões sul e centro-norte, respectivamente.
A maior parte do Brasil tem um clima favorável para a produção de culturas de sequeiro, com precipitação total anual que varia, nas principais regiões produtoras, de 700 mm a 2100 mm. A precipitação é bem distribuída durante o ano no sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), enquanto apresenta forte sazonalidade nas demais regiões produtoras, com verões úmidos e invernos secos.
Oportunidades do agronegócio no Brasil
Espera-se que para 2050 a população mundial será de 9,3 bilhões de pessoas. Para garantir a segurança alimentar da população desse tamanho, o mundo precisaria de 50% mais alimentos do que está sendo produzido atualmente. O Brasil ainda possui uma grande proporção de terras férteis subutilizadas. Essas terras oferecem muitas oportunidades para empresas estrangeiras agrárias que buscam se expandir e inovar suas práticas de agronegócio no Brasil.
O preço dos alimentos está subindo e à medida que as negociações da OMC sobre o agronegócio continuarem, gradualmente serão eliminadas as barreiras comerciais e haverá um aumento na demanda dos alimentos. Essa pressão provavelmente estimulará a produção agrícola global. Em todo o mundo, os governos estão procurando novos produtos alimentares e mais fornecedores para suprir suas populações crescentes e mais preocupadas com a saúde.
Ao mesmo tempo, os biocombustíveis estão se tornando mais populares. Visto que os recursos petrolíferos do mundo começam a diminuir, as pessoas procuram fontes sustentáveis de energia.
Neste caso, no futuro a produção de cana-de-açúcar, milho e soja será cada vez mais importante, pois faz parte de uma cadeia de valor vital. A busca pela combinação de menores emissões e mais energia sustentável, sem dúvida, vai influir no agronegócio. O aumento do mercado de biocombustíveis subirá a demanda pelos produtos agrícolas, portanto, abrindo muitas novas oportunidades nesta área no futuro.