Itaiópolis terá novamente parte de sua história documentada. Em breve deverá estar concluído um documentário contando tudo sobre os eslavos da colônia Lucena (hoje Itaiópolis). O cineasta Edemar Miqueta e o fotógrafo Evandro Nascimento Martin, pretendem iniciar ainda este ano os trabalhos. O documentário será produzido pela Nitram Produções Cinematográficas.
Devido a sua cultura e história, onde também possui um rico acervo de material histórico preservado pelos colonizadores e descendentes, Itaiópolis chama cada vez mais a atenção dos historiadores, por ainda preservar suas origens e resgatar suas culturas.
Um pouco da história da Colônia Lucena (Itaýopolis)
A constituição da Colônia Lucena, uma das primeiras colônias polonesas de Santa Catarina, acarretou no fortalecimento da ocupação do território. Aproximadamente no final do século XIX começam a chegar as primeiras levas de imigrantes, em sua maioria eslavos (principalmente poloneses e ucranianos) na região. Como aponta Andruchewicz (2007), as famílias de João Reichardt, José Wiergenawski e João Becker são consideradas as primeiras a chegar à Colônia.
No final do século XIX e nos primeiros anos do século XX, o Paraná, emancipado de São Paulo em 1853, administrou e promoveu a ocupação das terras ao norte e a oeste do rio
do Peixe, pelos seus municípios de Rio Negro, Porto União da Vitória, Palmas, Itaiópolis e Três Barras, enquanto que, por sua vez, Santa Catarina ocupou a área até a margem esquerda do rio do Peixe pelos municípios de Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas.
Neste período Itaiópolis, ainda pertencia ao estado do Paraná, onde o mesmo estendia seus domínios até as margens do rio Itajaí, sem linhas definidas, abrangendo muitos municípios do planalto norte catarinense.
A responsabilidade pela criação da Colônia foi do governo federal, porém a administração coube ao governo paranaense. Em 1903 o povoado foi elevado à categoria de distrito, pertencente à jurisdição do município de Rio Negro e, em 18 de março de 1909, a município, com o nome de Itaýopolis, integrado ainda ao estado do Paraná, instalado a 1º de julho do mesmo ano e procedida pelo tenente coronel Felipe Küchler, presidente da Câmara Municipal de Rio Negro.
Com o intuito de explorar as terras obtidas às margens da estrada de ferro São Paulo – Rio Grande do Sul, realizada pela empresa Brazil Railway, em 1911, uma nova companhia a ela foi subordinada, a madeireira Southern Brazil Lumber and Colonization Company.
Com a implantação desta empresa madeireira, tendo sido considerada na época a maior serraria da América Latina, inaugurou-se um período de grandes transformações na região. O contrato para a construção da ferrovia permitia à empresa tomar 15 quilômetros de cada lado da linha implantada para que se iniciasse um plano de colonização.
Contudo, não foi reconhecido que fazendeiros e pequenos posseiros já haviam se estabelecidos naquela faixa prometida à Brazil Railwaymuito antes da construção da estrada de ferro.
Este embate acabou sendo um dos motivos que deu início a Guerra do Contestado e por conseguinte, ao desmembramento do território de Itaiópolis do estado do Paraná.
A questão das fronteiras entre as terras catarinenses e paranaenses foi resolvida quando em 20 de outubro de 1916. Os paranaenses “cederam” Itaiópolis, Papanduva e Canoinhas, mas recuperaram Palmas e Clevelândia.
A Colônia Lucena tinha em 1907 uma população estimada de 6000 habitantes. Atualmente o município.