Iniciativa estimula o autocuidado em produtoras rurais do interior de Itaiópolis

Os cuidados com a saúde no meio rural são uma preocupação constante do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc). Diante disso, com o objetivo de orientar as mulheres do campo sobre a importância em cuidar da saúde e prevenir doenças de colo de útero foi desenvolvido, nesta quarta-feria, 14 de setembro através do Sindicato dos Produtores Rurais de Itaiópolis, com a parceria da Secretaria de Saúde do município, o programa especial “Saúde da Mulher Rural”.

O evento foi realizado no salão da comunidade de Moema, Itaiópolis e contou com a participação de 150 mulheres e mais 30 voluntários e convidados.

Vânia Siemmer é moradora da comunidade de Moema no interior do município de Itaiópolis. Filha de produtores rurais, nasceu e cresceu no campo. Na fase adulta, foi diagnosticada com câncer no endométrio. Após realizar cirurgia e passar por um período de tratamento, superou a doença e hoje serve de exemplo para outras mulheres. “Se eu, que sempre fiz os exames preventivos, desenvolvi a doença, imagina os riscos que correm as mulheres que têm um acesso mais limitado a esse tipo de serviço e informação”, comentou.

Nessa semana Vânia, a mãe Sueli e mais de 150 produtoras rurais participaram do programa especial “Saúde da Mulher Rural”, na comunidade de Moema. A iniciativa desenvolvida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), em parceria com a Secretaria de Saúde e o Sindicato Rural de Itaiópolis, tem como objetivo orientar as mulheres do campo sobre a importância em cuidar da saúde e prevenir o câncer do colo de útero e outras doenças.

“Eu acho fantástico esse tipo de iniciativa. Nasci e me criei no campo e sei que antes isso não existia. A mulher, para ter acesso a esse tipo de conhecimento, tinha que ir para os grandes centros”, lembrou Vânia.

Para a produtora, o programa promove o acesso à saúde de maneira didática, agradável e interessante. “A iniciativa veio suprir essa necessidade, além de oportunizar um momento diferenciado, com diversão e interação entre as mulheres da comunidade”, considerou Vânia.

Vanessa Ferreira é enfermeira chefe do posto de saúde da unidade de Moema. Segundo ela, desde 2009 são desenvolvidos eventos de conscientização e promoção de saúde. Porém, há um ano, quando iniciou a parceria com o Senar/SC e o Sindicato Rural de Itaiópolis, as ações ganharam força e foram intensificadas. “Junto com o Senar/SC conseguimos atingir um número maior de mulheres. Isso é muito importante porque quanto mais participações tivermos maior será o alcance e mais mulheres se sentirão estimuladas ao autocuidado”, afirmou.

Conforme a supervisora regional do Senar/SC; Carine Weiss, as produtoras rurais tiveram acesso a exames Papanicolau, atendimento no espaço beleza, palestras educativas e kits saúde, além de lanche e almoço. “Todas as atividades foram voltadas à conscientização sobre os hábitos saudáveis que possam contribuir com a melhoria da qualidade de vida e o bem estar das mulheres do meio rural”, salientou.

No dia 22 de setembro (quinta-feira), as atividades do programa serão realizadas no município Papanduva.

O evento é voltado para mulheres rurais que nunca fizeram ou que estejam com o exame preventivo atrasado há pelo menos dois anos. “A intenção é gerar oportunidades de educação, prevenção e diagnóstico do câncer do colo do útero nas comunidades, levando conhecimentos que possibilitem a mudança de atitude favorecendo para uma melhor qualidade de vida”, explica o superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi.

O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, ressalta que o programa visa estimular os cuidados com a prevenção de doenças em todas as famílias rurais. “Nossa preocupação é reduzir o número de vítimas do câncer. Por isso, é necessário chamar a atenção para o diagnóstico precoce das doenças tanto nas mulheres como também nos homens. A saúde no campo é a saúde do Brasil”.

A DOENÇA

O câncer do colo do útero é causado por uma infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). Em geral, a doença se manifesta de maneira lenta e pode não apresentar sintomas, por isso, quanto mais cedo for detectada e tratada, há mais chances de cura. É o terceiro tumor mais frequente entre as mulheres, atrás somente do câncer de mama e do colorretal.

O exame que diagnostica a doença é o Papanicolau (preventivo). Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil a doença é a quarta causa de óbitos de mulheres por câncer. Até o ano de 2013 foram constatadas 5.430 mortes em todo o País. A estimativa do INCA é de que em 2016 surjam 16.340 novos casos da doença.