Itaiópolis completa 102 anos de história tradição, cultura e desenvolvimento

Por Gazeta de Itaiópolis - 28/10/2020

Nesta quarta-feira, 28 de outubro, Itaiópolis completa 102 anos de emancipação política e administrativa.

Itaiópolis, privilegiada pelas belezas naturais e pela cultura dos seus imigrantes, na maioria, poloneses e ucraínos que trouxeram consigo fortes conceitos religiosos, destacando o município, também no turismo religioso, onde já passou a fazer parte da rota do turismo religioso nacional.

Itaiópolis também abriga belezas naturais. E na última década, Itaiópolis avançou significativamente no setor da construção civil e o crescimento econômico é notório.

Origem do nome do município

O nome Itaiópolis é um hibrismo tupi-grego, formado por “ita” (pedra) + “i-ó” (molhada) + “pólis” (cidade). O significado “cidade da pedra (ou laje) molhada” pode ser por causa dos rios bem característicos da região, que apresentam em seus leitos extensos trechos de lajes (pedra com a superfície plana) sobre os quais escorre uma lâmina d’água (que mantém as lajes sempre molhadas).

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História

A história de Itaiópolis se inicia sobre antiga rota de tropeiros que faziam a ligação comercial entre o sudeste e o sul do Brasil em lombo de mulas, e tem sua origem em conjunto com a fundação da cidade paranaense de Rio Negro.

Os primeiros habitantes do município foram as famílias de João Reichardt, José Wiergenawski e João Becker, que chegaram à região em 1889, e defende-se, portanto, como data inicial do povoamento o ano de 1890. Em 1890 eles fundaram, com mais três famílias do lugar, a Colônia Federal Lucena, na região das nascentes dos rios São João, Lança, Negrinho, São Lourenço, Preto e outros, iniciando o desenvolvimento da região. Os primeiros colonos chegaram em 1891, de nacionalidade inglesa, ex-trabalhadores de Londres, e mais alguns poloneses e russos. Não se sabe precisar a data exata da criação da Colônia Lucena, considerada o marco inicial da cidade de Itaiópolis. Acredita-se que o nome tenha sido dado pelo Engenheiro Carlos Leopoldo Ferreira, então Chefe da Comissão de Terras de Rio Negro, em homenagem ao Barão Henrique Pereira de Lucena, na ocasião Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.

Entre os anos 1.890 e 1895, a Comissão de Rio Negro, foi responsável pela formação das colônias polonesas de Lucena e Itaiópolis num total de 1488 pessoas e a colônia de Augusta Vitória com 120 pessoas. Outros colonos chegavam em 1891, vindos da Inglaterra, e os imigrantes russos, rutenos, poloneses e alemães oriundos de São Bento do Sul vieram a partir de 1903 formando, com as famílias de tropeiros que já acampavam na região, o povoado onde hoje se localiza a cidade.

Criou-se a Paróquia de Santo Estanislau, em Paraguaçu, em 1901, e o Distrito em 1903, integrado no município de Rio Negro e, havendo a emancipação da Colônia, houve a municipalização, em 18 de março de 1909, pela lei estadual do Paraná número 850, com sede em Colônia Lucena, sendo instalado em 1° de julho de de 1909. Constituiu-se, então, a 1ª câmara municipal, com os integrantes: Henrique Köenig, José Wiergenovski, João Reichardt, Mathias Pieczarka, Leonardo Becker, José Pscheidt, Estanislau Procopiak, sendo que esse foi o primeiro prefeito.

Em 7 de setembro de 1917, Santa Catarina entrava na posse efetiva das terras que lhe couberam e o território do município extinto ficou fazendo parte do município catarinense de Mafra, criado à época. Ainda em 1917, pela lei n° 3, de dois de outubro, era criado outra vez o distrito de Itaiópolis, cuja instalação ocorreu em novembro do mesmo ano.

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Um ano depois, Itaiópolis conquistou definitivamente sua emancipação, o município foi novamente criado, pela lei estadual n° 1120, de 28 de outubro de 1918 e instalado a 1° de janeiro do ano seguinte. Em 1 de janeiro de 1919, houve a reinstalação do município, que havia sido recriado em 1918 (Lei 1.220).

Em 27 de novembro de 1953, houve a criação da paróquia de Nossa Senhora Imaculada da Medalha Milagrosa, por desmembramento da paróquia de Santo Estanislau, no Alto Paraguaçú, que já existia desde 1901.

Vários distritos foram compondo o município, tais como Iracema, Moema, Iraputã, Itaió e, em 1982, foi criado o distrito de Santa Terezinha, que em 1991 foi desmembrado definitivamente de Itaiópolis, elevando-se à categoria de município.

Cultura e pontos atrativos

– Na sede do município pode-se apreciar construções de origem alemã e polonesa. Na localidade de Alto Paraguaçu, arquitetura polonesa, com destaque para a Igreja de Santo Estanislau. Em Serzefredo, casas polonesas e alemãs, com moinhos de roda d’água e marcenarias típicas. Em Iracema, construções ucranianas. Em Moema, alemãs.

– O Paço Municipal foi construído no local onde era uma antiga da praça da cidade, a qual foi transferida para um local em frente ao antigo prédio do Hospital Santo Antônio. Na antiga praça havia uma cancha de esportes, que servia também para ensaio da Fanfarra Municipal, então dirigida por Ernani Martinechen. Além de um play-ground existia um pequeno cedro onde aos sábados ficavam casais de namorados. Possuía um pequeno prédio, que era a estação de distribuição de energia elétrica da usina de Carlos Link, originário da Alemanha, que atendia a localidade na época, antes da entrada da Celesc. Na praça havia também um relógio de sol, construído na década de 1960.

– A Biblioteca Pública Jorge Lacerda foi criada através da iniciativa de um grupo de cidadãos de Itaiópolis, no final da década de 1960, preocupados com o desenvolvimento cultural da cidade. Cada membro contribuiu com uma importância em dinheiro para compra de livros, até o momento em que a prefeitura municipal decidiu assumir sua administração.

Em 29 de agosto de 1970, foi criada a biblioteca, pela lei municipal n° 047/70, com o objetivo de atender a toda a comunidade.

Em 1993, foi solicitado junto à equipe do Arquivo Público de Santa Catarina orientação técnica sobre organização, avaliação e conservação de documentos do Arquivo Público de Itaiópolis (Lei ns 016/89, de 22 de fevereiro de 1989).

Economia

A economia de Itaiópolis, tradicionalmente, desde a chegada dos pioneiros, tinha como base a extração, o beneficiamento e o comércio de madeira e erva-mate, pois a região conta com florestas nativas, compostas por espécies como a araucária, a imbuia, o cedro e a canela. Devido ao esgotamento destes recursos naturais o ciclo econômico desta atividade, que foi altamente predatória, se encerrou.

Para fornecer matéria prima para as indústrias instaladas em outros municípios, há uma área reflorestada municipal de mais de 20 mil hectares de reflorestamento com pinus e eucaliptos, quase tudo plantado ilegalmente, resultando em uma das maiores devastações da Mata Atlântica já vista no País nos últimos anos. Nem as matas ciliares que protegiam as nascentes e os rios foram respeitadas. E isto não trouxe desenvolvimento para Itaiópolis, provocando uma grande degradação ambiental e mais desemprego na área rural, conforme mostra os estudos do Prof. Dr. Carlos Young do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Desmatamento e o mito da geração do emprego rural.

As principais culturas de Itaiópolis são o tabaco, a soja, o feijão e a erva-mate. Pelas condições climáticas, dedica-se também ao cultivo de frutas diversificadas: laranja, tangerina, uva, pêra, pêssego, ameixa e caqui. Itaiópolis é hoje considerado o maior produtor de pêras do estado.

Itaiópolis destaca-se, também, na pecuária, com produção de leite, com 1.200.000 litros de leite ao ano, e na produção do mel, com cerca de 50 toneladas ao ano.

Na indústria, destaca-se a produção de cerâmica (tijolos) e alimentos.

O setor terciário itaiopolense é formado por 571 empresas, sendo 290 do sub-setor comércio e 281 do sub-setor de prestação de serviços.

Turismo

O turismo itaiopolense se dirige ao aspecto religioso e ao aspecto rural. As igrejas de Santo Estanislau, no Alto Paraguaçu, a Paróquia da Sagrada Família e o Morro do Calvário, com sua festa típica, a Festa da Romaria ao Monte do Calvário, em Iraputã, são alguns atrativos da cidade.No âmbito rural, destaca-se a florada e a colheita da pêra, em São Pedro.

Itaiópolis conta com diversas grutas, a maioria às margens do Rio Itajaí. As principais são: Caverna em Itaió IIIª Secção (mina de Sal), Caverna de Costa Carvalho e gigantescas grutas na localidade Vontroba, nas taipas do rio do Couro, cujas rochas liberam sais e ainda a Gruta Emídia na localidade de Rio Vermelho.

Prefeitos que já governaram o município:

Reginaldo Fernandes é o 38º prefeito eleito desde a constituição do município em 1918

1° Estanislau Procopiak -1909/1912

2° Paulo Klodzinski -1912/1916

3° Nicolau Ruthes Sobrinho- 1916/1922

4° Ricardo Köning -1923/1925

5° Antônio Weiss -1925/1927

6° Nicolau Ruthes Sobrinho -1927/1930

7° Pedro Veiga Sobrinho -1930/1931

8° Germano Wünsche -1931/1936

9° Pedro Veiga Sobrinho -1936/1940

10° Guilherme Lang -1940/1940

11° Olivério José de Carvalho Costa -1940/1942

12° João Francisco de Assis -1942/1945

13° José Luciano Nunes -1945/1946

14° João Francisco de Assis -1946/1947

15° Alexandre Ricardo Worell -1947/1948

16° Paulo Eurico Wielewski -19481951

17° Alexandre Ricardo Worell -1951/1956

18° João Silveira Primo -1956/1958

19° Alois Tyska -1959/1959

20° Augusto Wendt -1959/1959

21° Francisco Stoltz -1959/1959

22° Zízimo Moreira -1959/1961

23° Alfonso Klemke 1961/1966

24° Alexandre Ricardo Worell -1966/1970

25° Teófilo Tavares -1970/1973

26° Eduardo Kazmierczak -1973/1977

27° Francisco Linzmeyer -1977/1979

28° Damião Panchiniak -1979/1982

29° Alceu Gaio -1982/1988

30° Reginaldo José Fernandes Luiz -1989/1992

31° Alceu Gaio -1993/1996

32° Reginaldo José Fernandes Luiz -1997/2000

33° Alceu Gaio -2001/2004

34° Ivo Gelbke -2005/2008

35° Hélio Wendt-2009/2012

36° Gervásio Uhlmann-2013/2014

37º José Eraldo Shritke – 2014/2016

38º Reginaldo José Fernandes Luiz – 2017/2020

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