Na manhã desta segunda-feira (28), alunos, professores e servidores da EEB Francisco Izabel, de Mafra, realizaram uma passeata em protesto contra a violência. O evento contou também com a participação de pais de alunos, comunidade local, lideranças políticas e gerentes da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Mafra.
O protesto refletiu a indignação de todos com o incêndio que atingiu a escola na madrugada de sábado (26). Ao realizarem o atendimento, os bombeiros identificaram três focos, sendo que o de maior proporção, na secretaria, atingiu móveis, equipamentos e o forro de pvc. No segundo foco de incêndio os bombeiros presenciaram forte cheiro de gasolina, além de notarem que a porta de acesso ao corredor encontrava-se arrombada. Tais fatores reforçaram a hipótese do evento ser criminoso, mas somente após o laudo do IGP, que realizou a perícia na tarde de segunda-feira, é que os motivos do incêndio poderão ser comprovados.
Os indícios de vandalismo e violência, porém, causaram revolta em toda a comunidade escolar. “É uma cena de horror, mas não vamos ficar caídos. Hoje estamos demonstrando a força da comunidade contra a violência”, declarou a diretora Marcelina Granemann Bonin Oracz. A gerente de educação da ADR de Mafra, Eliane Hübl, disse que ficou muito consternada quando soube da notícia. “É difícil acreditar que um local voltado para a educação seja atacado desta maneira”, salientou. “Mas quando vejo a união desta comunidade eu não tenho a menor dúvida de que é possível vencer a violência e se reconstruir emocionalmente.” Eliane disse que as aulas devem recomeçar na quarta-feira, após a limpeza e readequação da rede elétrica, garantindo assim a segurança dos alunos e servidores.
Com relação à reforma da área atingida pelo incêndio, o gerente de infraestrutura da ADR, Célio Leandro Sarmento, disse que o levantamento já está sendo realizado, com o objetivo de encaminhá-lo, até terça-feira (29), para a Diretoria de Infraestrutura da Secretaria de Estado da Educação. “Após o encerramento da perícia e a liberação do local, vamos realizar o levantamento completo de tudo que precisa ser feito. Esperamos que em 40 dias a reforma possa ser realizada”, destacou Sarmento.
Em visita à escola, na tarde desta segunda-feira, o secretário executivo da ADR, Abel Schroeder, conversou com os professores e disse acreditar que se trata de um caso isolado. “Os prejuízos foram de elevada monta e as autoridades competentes estão apurando para descobrir os autores do crime. O momento que vivemos nos diz que devemos investir ainda mais na educação e não destruir o que conquistamos”, finalizou.