Os dados contidos no último informe do estado são oriundos da vigilância universal de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que monitora os casos hospitalizados e óbitos com o objetivo de identificar o comportamento do vírus influenza, orientando os órgãos de saúde na tomada de decisão frente à ocorrência de casos graves de SRAG causados pelo vírus. Os dados são coletados pelas Secretarias Municipais de Saúde por meio de formulários padronizados e inseridos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação on-line: SINAN Influenza Web. As amostras laboratoriais são coletadas e encaminhadas para análise ao LACEN/SC. As informações apresentadas neste informe são referentes ao período que compreende as semanas epidemiológicas (SE) 01 a 22 de 2017, ou seja, casos com início de sintomas de 3/1/2017 a 03/06/2017.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) são casos de síndrome gripal que evoluem com comprometimento da função respiratória, sem outra causa específica que, na maioria dos casos, levam à hospitalização. Os casos podem ser causados por vírus respiratórios, dentre os quais predominam os da influenza do tipo A e B; ou por bactérias, fungos e outros agentes.
Perfil Epidemiológico dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Santa Catarina
De 1 de janeiro a 03 de junho de 2017 (SE 22) foram notificados 627 casos suspeitos de SRAG em Santa Catarina. Destes, 137 (21,7%) foram confirmados para Influenza, sendo 01 (0,7%) pelo vírus Influenza A (H1N1)pdm09, 124 (90,5%) pelo vírus A(H3N2), 02 (1,5%) estão aguardando subtipagem para identificação do tipo de vírus influenza A e 10 (7,3%) pelo vírus influenza B. Outros 357 (56,9%) casos de SRAG tiveram resultado negativo para influenza A e B (SRAG não especificada), 96 (15,3%) SRAG por outro vírus respiratório, 01 (0,2%) SRAG por outros agentes etiológicos e 36 (5,7%) casos se encontram em investigação, aguardando confirmação laboratorial (Tabela 1).
Tabela 1: Casos de SRAG segundo classificação final e agente etiológico. Santa Catarina, 2017.
MAFRA ESTÁ NA 5ª POSIÇÃO COM 7 CASOS DE GRIPE
Os municípios que apresentaram casos confirmados de SRAG pelo vírus Influenza foram: Blumenau (13 casos), Itajaí (11 casos), Joinville (11 casos), Florianópolis (09 casos), Mafra (07 casos), Lages (05 casos), Araranguá (04 casos), Balneário Camboriú (04 casos), Brusque (04 casos), Caçador (04 casos), Tunápolis (04 casos), Videira (04 casos), Braço do Norte (03 casos), Pomerode (03 casos), Tubarão (03 casos), Canoinhas (02 casos), Gaspar (02 casos), Gravatal 02 casos), Jaguaruna (02 casos), Palhoça (02 casos), Rio Negrinho (02 casos), Sangão (02 casos), São Miguel do Oeste (02 casos), Águas Mornas, Balneário Arroio do Silva, Camboriú, Capivari de Baixo, Catanduvas, Chapecó, Criciúma, Cunha Porã, Ibirama, Imbituba, Imbuia, Indaial, Iomerê, Ituporanga, Jaraguá do Sul, Lontras, Maravilha, Monte Castelo, Pinheiro Preto, Rio do Sul, Santa Rosa de Lima, São Bento do Sul, São José, Taió, Tangará, e Tijucas (1 caso cada), e quatro casos residentes em outros estados. (Figura 1).
Em relação à idade, os casos de SRAG confirmados por influenza acometeram indivíduos nas faixas etárias: <2 anos (nove casos), de 2 a 4 anos (três casos), de 5 a 9 (oito casos), 10 a 19 anos (oito casos), de 20 a 29 (quatorze casos), de 30 a 39 (quatorze casos), de 40 a 49 (quatorze casos), de 50 a 59 (quinze casos) e acima de 60 anos (cinquenta e dois casos). (Tabela 2)
TABELA 2: Casos confirmados de SRAG por influenza segundo faixa etária (em anos) e subtipo viral. SC, 2017.
Dos 137 casos de SRAG confirmados como influenza, 81 apresentaram algum fator de risco associado, dos quais 52 (64,2%) eram idosos (acima de 60 anos), 11 (13,6%) eram obesos, nove (11,1%) eram crianças com idade abaixo de 2 anos e oito (16,3%) eram portadores de doenças crônicas, além de uma gestante (tabela 3).
TABELA 3: Casos confirmados de SRAG por influenza segundo fatores de risco. SC, 2017.
PERFIL DOS ÓBITOS EM SANTA CATARINA
Até o dia 03/06/2017, dos 624 casos notificados de SRAG, 72 evoluíram para óbito. Destes, 16 (22,2%) foram confirmados pelo vírus Influenza A (H3N2), 53 (73,6%) tiveram resultado negativo para o vírus influenza A e B, sendo classificados como SRAG não especificada e três casos (4,2%) diagnosticados como SRAG por outros vírus respiratórios (Tabela 4).
Tabela 4: Óbitos de SRAG segundo classificação final e agente etiológico. Santa Catarina, 2017.
Os 16 óbitos acometeram pacientes residentes em Caçador (02 casos), Florianópolis (02 casos), Joinville (02 casos), Lages (02 casos), Águas Mornas, Blumenau, Catanduvas, Jaguaruna, Jaraguá do Sul, Santa Rosa de Lima, São José e São Miguel do Oeste (01 caso cada).
Em relação a faixa etária, a maior proporção de óbitos ocorreu em pessoas acima dos 50 anos de idade.
Dos 16 óbitos de SRAG por influenza, treze (81,3%) apresentaram algum fator de risco para agravamento (idosos, obesos e doentes crônicos) e três (18,8%) não apresentaram fator de risco associado (tabela 6). Desses, 14 fizeram uso de oseltamivir em média quatro dias após o início dos sintomas.
TABELA 6: Óbitos confirmados de SRAG por influenza segundo fatores de risco. SC, 2017.
Comparação de casos confirmados de SRAG pelo vírus influenza 2015- 2017
O monitoramento dos casos de SRAG, confirmados por influenza por meio do SINAN Influenza Web,indica que no período de 2015 o aumento na detecção de casos iniciou na última semana do mês de abril. Já em 2016, observa-se um aumento no número de casos confirmados de SRAG por influenza a partir da SE 9 (28/2 a 5/3), com um pico na SE 14 (3 a 9/4), logo após, verifica-se uma queda no número de casos até a SE 21 (22 a 28/5). Em 2017, até a SE 22, os casos apresentados estão dentro do esperado para o período, com uma tendência de aumento nas últimas semanas.
Casos de SRAG por influenza, uma ocorrência atípica para este tipo de vírus. Os meses de maio a agosto são aqueles em que, historicamente, há maior circulação do vírus influenza, e a ocorrência de casos em 2016 acompanhou a tendência histórica. Em 2017, os números acompanham as tendências apresentadas até o ano de 2015 (tabela 7).
TABELA 7: Casos confirmados de SRAG por influenza mês de início dos sintomas. SC, 2012-2017.
Em relação aos tipos de vírus influenza predominantes em Santa Catarina, em 2012 houve predomínio do vírus influenza A (H1N1) pdm09, com 722 casos e 75 óbitos. Em 2013, o vírus influenza A (H1N1) pdm09 também predominou (229 casos e 34 óbitos), no entanto, os casos de influenza A (H3N2) também foram significativos (133 casos e seis óbitos). Em 2014, ocorreu um predomínio na circulação do vírus influenza A (H3N2) (146 casos e nove óbitos). Em 2015, ocorreu uma baixa circulação de ambos os vírus. Em 2016, houve o predomínio do vírus influenza A (H1N1) pdm09 (722 casos e 114 óbitos). Em 2017, até o fechamento deste boletim, é possível indicar que o vírus que irá circular nessa temporada será o vírus A (H3N2). (Tabela 8).
TABELA 8: Casos confirmados de SRAG por influenza segundo classificação final. SC, 2012-2017*.
COMO FOI A VACINAÇÃO EM MAFRA E REGIÃO
O município do planalto norte, mais eficiente, ou seja, que vacinou a maior parte da população desejada, foi o município de Três Barras, com 94,32% – 3.471 doses aplicadas. Já Mafra ficou em 3º lugar com uma eficiência de 87,39%, com 9.636 doses aplicadas. O município que menos vacinou foi Monte Castelo com 73,82% da população.
Veja o raking dos municípios da região em eficiência de vacinação por/população alvo
1º – Três Barras: 94,32% – 3.471 vacinados
2º – Canoinhas: 92,81% – 10.058 vacinados
3º – Mafra: 87,39% – 9.636 vacinados
4º – São Bento do Sul – 87,22% – 11.708
5º Itaiópolis: 85,63% – 3.492 vacinados
6º – Ireneópolis: 85,04% – 1.756 vacinados
7º – Major Vieira: 80,75% – 1.120 vacinados
8º – Porto União: 80,69% – 5.912 vacinados
9º Rio Negrinho: 79,43% – 5.703 vacinados
10º – Campo Alegre: 77,60% – 1.826 vacinados
11º – Papanduva: 77,54% – 2.624 vacinados
12º – Monte Castelo: 73,82% – 1.252 vacinados