Na manhã de quinta-feira (14), o novo presidente da Câmara de Vereadores de Mafra, Edenilson Schelbauer, realizou uma coletiva de imprensa para explanar o planejamento para o exercício de 2016. O vereador esclareceu que seu mandato será feito conforme as regras da casa de leis (regimento interno) e do município (lei orgânica), frisando que política se faz em longo prazo, não pensando apenas no tempo estipulado pelo mandato. “Temos um grande trabalho pela frente. Nossa política tem uma dinâmica maior e por isso vou me fixar muito nas leis”, enfatizou.
Sobre a parceria com o poder executivo, Schelbauer disse esperar que o governo do atual prefeito Wellington Bielecki continue dando certo, pois a responsabilidade é parte dos vereadores, os quais colocaram Wellington através de votação para ser chefe do executivo. Em 2015 o vereador votou contra alguns projetos por entender que não estavam prontos para passar por votação. “Vamos trabalhar aliados a esta administração, mas acima de tudo: alinhados as regras”, pontuou.
CENTRO CÍVICO SERÁ PAUTA MAIS UMA VEZ
O novo presidente da Câmara sinalizou a favor da construção de um Centro Cívico em Mafra. Segundo Schelbauer, o legislativo já está à procura de um terreno e que este processo precisa ser iniciado o mais breve possível, citando os problemas que a casa de leis tem enfrentado com a estrutura precária do prédio que está instalada atualmente, principalmente com relação à acessibilidade.
TEMAS POLÊMICOS
O vereador foi questionado sobre a polêmica taxa de lixo do município gerada pela empresa Seluma e que segundo a assessoria jurídica da Câmara, vem há vários anos sendo cobrada de forma indevida da população. O assessor jurídico da casa, Luiz Fernando Flores Filho, explicou que a solução deve ser feita de forma jurídica em uma ação coletiva no Ministério Público, por exemplo. “Os vereadores não tem poder para intervir no contrato. A maior responsabilidade é do poder executivo”, afirmou. Schelbauer reiterou dizendo que este assunto será levado ao prefeito e diz que vai orientar a população para procurar o poder legislativo para debater a questão. A taxa começou a ser cobrada na sexta-feira (15) e o presidente da casa foi cobrado pela imprensa presente para que o imposto não seja mais um dos assuntos pendentes em Mafra, assim como tem sido o IPTU há anos, o qual não teve uma solução viável e demorou anos para ser dirimida. Além desses assuntos, a implantação do estacionamento rotativo, pauta de várias matérias da Gazeta, também foi trazida novamente pelos jornalistas, pois o projeto vem sendo discutido desde 2012.
A imprensa também pediu uma maior parceria entre o governo de Mafra e de Rio Negro para solucionar questões de saúde, transporte público e segurança. A construção da terceira ponte também foi um ponto levantado durante a coletiva de imprensa, onde o novo presidente foi fortemente questionado e cobrado para sua gestão. O presidente afirmou que sua intenção é fortalecer o que há de público no município e citou as pedreiras municipais localizadas em 2015, pois após ser encontradas não foi preciso comprar pedras em Mafra. Schelbauer citou ainda que o último ano o trabalho entre a Câmara e o executivo foi uma grande parceria e que espera o mesmo para 2016. Schelbauer prometeu se reunir com executivo e levar as pautas propostas pela imprensa local para serem discutidas com o prefeito Wellington Bielecki.
CPI’S TERÃO CONTINUIDADE
O presidente da câmara afirmou ainda que as comissões parlamentares de inquérito (CPI) instauradas em 2015 terão continuidade neste ano. O vereador afirmou ainda que sempre cobrou transparência na política e que agora não será diferente.
IMPRENSA QUER UNIÃO E MAIOR COMPROMETIMENTO DA CLASSE POLÍTICA
Durante a entrevista coletiva a imprensa local presente, “soltou o verbo” e ao invés de fazer apenas questionamentos, aproveitou a ocasião para lembrar que em 2016 é um ano importante e crucial para Rio Negro e Mafra, pois novamente teremos eleições municipais para prefeito e vereadores, sendo assim, um momento importante para que a classe política assuma um comprometimento maior com a nossa sociedade, onde muitas promessas até projetos foram esquecidos nos últimos anos.
Entre os vários pedidos e cobrança, os meios de comunicação pedem que brigas “politiqueiras” sejam deixadas de lado neste ano eleitoral e que nossos representantes pensem grande e concentrem sua atenção aos problemas mais relevantes da nossa sociedade, pois muitas coisas deixaram de serem realizadas em favor da população devido a questões meramente politicas.
O representante do jornal Gazeta de Riomafra, lembrou questões como: trânsito, estacionamento rotativo, transporte público, terceira ponte, segurança, saúde e até mesmo questões pontuais da educação, são temas que devem ser resolvidos entre os dois municípios (Mafra/Rio Negro) com ampla participação de ambos os legislativos, entidades de classe, bem como de toda sociedade, mas que, no entanto, parece que são “empurrados com a barriga” ano após ano, mandato após mandato, aumentando cada vez mais o problema.
Lembrou que muitos destes itens podem ser de responsabilidade dos estados, porém o problema é nosso. “Se nossos representantes não tomarem iniciativas em favor da população de Riomafra, não será o estado que fará algo por nós, sem ser provocado e até mesmo cobrado” – disparou.
No caso pontual da terceira ponte, foi lembrado, várias reuniões na Câmaras de Vereadores foram realizadas, inclusive até um protocolo de intenções ocorreu em dezembro de 2014, com grande “pompa” onde o aludido evento contou com participação maciça de autoridades do executivo e legislativo de ambos os municípios, além de forças vivas e líderes políticos de Riomafra, imprensa e população em geral, porém, se passou mais de um ano e o assunto parece ter sido esquecido por nossos representantes políticos e pela própria sociedade riomafrense.
Um representante da imprensa disparou que: “nossos políticos locais enquanto estão com sob o efeito dos “holofotes ligados” da mídia, demonstram imensa e voraz vontade resolver todos os problemas, porém quando eles se apagam, parece que juntos vão as intenções de resolverem os mesmos e tudo parece cair no esquecimento, contando com desinteresse da própria sociedade riomafrense que é pouco participativa”. Isto parece ser um problema cultural da nossa classe política e permissível pela nossa sociedade.
Questões como a vinda de novas indústrias para Mafra, bem como a crise e o desemprego também foram temas lembrados e cobrados. Entende-se que não é só a busca de novas empresas que devem ser priorizadas, mas sim aquelas que já estão aqui a décadas ou até mesmo a centena de anos, bem como as que ainda estão engatinhando e estão por nascer, merecem a mesma atenção e investimentos do poder público local.
Outros casos também foram lembrados pela imprensa, como a questão da sustentabilidade do nosso aterro sanitário, onde recebemos lixo de mais de 21 municípios, inclusive do Paraná. Questionou-se: “o que Mafra e sua população está tendo de benefícios com a vinda de toneladas de lixo para cá”? “Quem está fiscalizando o tipo de resíduos que está vindo parar em Mafra”? “O que o município e nossa população está realmente ganhando com isto”? “Cadê a tal usina de lixo que ninguém mais falou nada”?
Outra questão antiga cobrada foi a desanexacão da localidade de Águas Claras de Mafra para Rio Negrinho que até hoje ainda não foi julgada pelo TJ-SC, talvez a única a não ser julgada no estado até hoje. Até hoje não se sabe o que Mafra ganhou e perdeu com ida daquela localidade para o vizinho município e muito menos o real motivo disto ter acontecido.
Todas estas cobranças foram feitas pela imprensa, não só ao legislativo ou ao novo presidente da Câmara, mas sim, que sejam levadas ao executivo e demais entidades representativas e toda classe politica, já que iniciamos um novo ano, em que teremos eleições municipais, sendo de extrema necessidade entabular o comprometimento e a responsabilidade de nossos representantes com a nossa sociedade neste ano que se inicia e nada melhor do que fazê-la oportunamente na casa do povo, o “legislativo”.