O cultivo da mandioquinha-salsa, também conhecida como batata salsa ou batata baroa, vai estar em discussão no IX Encontro Nacional de Mandioquinha-Salsa e I Encontro Latino-Americano de Arracacha. Os eventos acontecem entre 8 e 10 de maio, em Senador Amaral, em Minas Gerais, com a participação de três profissionais da Epagri. A promoção é da Emater-MG e da Embrapa.
Carlos Alberto Koerich, extensionista da Epagri em Angelina, vai palestrar no primeiro dia do Encontro sobre o cultivo da mandioquinha em Sistema de Produção Direta de Hortaliças (SPDH). No mesmo dia, o extensionista da Gerência Regional da Grande Florianópolis, Marcelo Zanella (foto), participa do painel de produção (área, produção e desafios), apresentando os números de Santa Catarina.
Além das palestras, os técnicos da Epagri também levam para o evento um banner, um pôster e um resumo estendido.
O engenheiro-agrônomo Edson O. Correa, da Gerência Regional da Epagri de Mafra, integra a comitiva catarinense. Edson, que é o lÃder do projeto de olericultura da Epagri no Planalto Norte participa do evento com o intuito de trazer novos conhecimentos para os olericultores da região.
No dia 10 acontece a parte internacional do evento, com a presença de nove paÃses da América Latina.
Atualmente Santa Catarina tem 1.245 hectares de hortas cultivadas com mandioquinha-salsa. Há dois anos, eram dois mil hectares, mas a queda do preço fez os agricultores abandonarem o cultivo, esclarece Zanella. Ele explica que para contornar esse problema é preciso organizar melhor a cadeia produtiva, de modo que se possa diminuir o número de atravessadores, aumentando a lucratividade do produtor rural.
Segundo Zanella, atualmente 60% de toda a produção do Estado depende de atravessadores, que vêm de outros Estados – principalmente da região Sudeste – buscar o nosso produto. Mas a Epagri já vem trabalhando para contornar essa situação e prepara o agricultor para processar o produto e entregá-lo diretamente ao mercado. Em Angelina já foram instaladas, com apoio da Epagri, quatro unidades lavadoras de mandioquinha.
O cenário catarinense é favorável ao aumento de produção. Enquanto que a média da produtividade brasileira é de oito toneladas por hectare, em Santa Catarina algumas propriedades chegam a produzir 30 toneladas no mesmo espaço. A média catarinense é de 11 toneladas por hectares, mas em Angelina, a principal cidade produtora do Estado, essa média fica em 14 toneladas por hectare. Angelina produz 8,5 milhões de toneladas de mandioquinha-salsa ao ano.
O grande diferencial da produção catarinense de mandioquinha é a adoção do SPDH. O Sistema, recomendado pela Epagri há pelo menos 20 anos, tem como foco a promoção de saúde às plantas, através de uma série de técnicas, principalmente aquelas voltadas à conservação e melhoria da qualidade do solo. Também preconiza a rotação de culturas e a utilização de adubação verde como planta de cobertura de solo na entressafra, com o revolvimento do solo restrito a linha de plantio (berço das mudas). Trata-se de um Sistema que permite o uso de menos agrotóxicos, com alta produtividade e sustentabilidade.