Transformar uma pequena área de alguns metros quadrados, na região interiorana de Mafra, denominada de Espigão do Bugre, (KM 9), em patrimônio histórico – cultural, turístico e ambiental. Esse é o desejo de um grupo formado por três mulheres mafrenses, apaixonadas por história: a escritora e historiadora mafrense, Alice Fürst Biernaski, a pesquisadora de história, Roselene A. Becker e a professora, Juciane Terezinha Carvalho. Com a colaboração do também pesquisador, David Luiz Haas, elas desenvolveram um breve documento histórico contando sobre a importância da tão conhecida Estrada Dona Francisca, para o desenvolvimento de diversas cidades catarinenses e paranaenses.
Ocorre que nessa área estudada, ainda pode se observar cerca de 100 metros lineares, intactos (originais) da pioneira e tão importante estrada que ligava Joinville á Rio Negro. Elas justificam o pedido de preservação histórica, ao observar que; “esse trecho foi trajeto e parada de carroceiros e tropeiros que faziam o transporte de cargas. Também os indígenas, imigrantes e moradores dos arredores e os carroções, ou tropas de “muares” entre outros, utilizavam desse crucial ponto de ligação entre as terras catarinenses e paranaenses”.
ÁRVORE CENTENÁRIA E ESTAÇÃO FERROVIÁRIA
Paralela ao trecho original e intacto da Estrada Dona Francisca, existe também uma centenária e igualmente importante árvore “sombreira”, cuja sombra servia para abrigar os carroceiros, tropeiros e demais transeuntes que por ali passaram. Com o passar dos anos, a velha estrada acidentada e lamacenta, deu lugar a construção de novas estradas e asfaltos, essenciais ao progresso geral dos dois Estados vizinhos. A estrada levou esse nome, em homenagem à princesa Francisca, (filha de Dom Pedro I), imperador do Brasil. Ela faz parte do nosso desenvolvimento. Suas obras iniciaram em março de 1852 e só foram concluídas em 1888, ligando Joinville á Rio Negro (na época a cidade de Mafra, ainda não existia). O grupo defensor do projeto de preservação histórico – cultural da área, quer incluir, além do trecho original da estrada Dona Francisca (localizado no alto da rua André Liebl), duas áreas próximas onde encontram – se respectivamente, a centenária árvore e a desativada estação ferroviária da RFFSA que no passado, abrigou o primeiro posto de telegrafia do planalto norte catarinense e sul paranaense.
REPRESENTANTE DO LEGISLATIVO VISTA O TRECHO HISTÓRICO
No último sábado 23, o atual presidente da Câmara de Mafra, Valdir Sokolski acompanhado do jornalista e representante da imprensa no COMTUR/MAFRA (Conselho Municipal de Turismo), Paulo Roberto Peyerl e do grupo de anfitriãs que idealiza o projeto, visitaram ás áreas históricas. Foram realizadas caminhadas e fotos, registrando os locais a serem alvo de preservação e visitas ás famílias próximas explanando a estas, a importância histórica do local. O próximo passo do grupo de defensores (as), do projeto, será comparecer a tribuna livre da Câmara de Vereadores de Mafra, para sensibilizar os legisladores municipais, da importância em se aprovar documento que caracterize oficialmente esses locais, como de preservação histórico – cultural e ambiental.
O vereador presidente se prontificou a interceder junto a casa legislativa para analisar a viabilidade do pleito das historiadoras, bem como verificar juridicamente essa viabilidade, na questão dos terrenos particulares próximos à área.
A nossa centenária estrada Dona Francisca, agora com outro nome (respeito as leis aprovadas), mas acho que foi um equívoco, poderia sim ser um patrimônio toda a extensão da Antiga Estrada Dona Francisca. Mas estamos em Mafra, terra de muitos reuniões, muitos conselhos e pouca solução.