Nos últimos 30 anos, 12 municípios de Santa Catarina estão entre os 100 que mais desmataram no país, informou a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nesta sexta-feira (2). A ONG avaliou 3.429 cidades brasileiras que aplicam a lei da mata atlântica.
Conforme o balanço do Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, entre 1985 e 2015, estas cidades catarinenses perderam uma área de 79.586 mil hectares de vegetação de Mata Atlântica.
Entre 2014 e 2015, o vizinho município de Santa Terezinha, foi a cidade que mais desmatou no estado, eliminando 75 hectares de mata nativa. Na sequência, estão Mafra, com 59 hectares, Água Doce, no oeste, com 38 hectares e a outra cidade vizinha da nossa região é Itaiópolis, aparecendo em 4º lugar no ranking com 34 hectares devastados.
O jornal Gazeta de Riomafra fez matéria semelhante no mesmo período do ano passado e segundo dados atualizados deste ano, o desmatamento aumentou, segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica.
Bom Jardim é a 3ª mais preservada do país
Entretanto, em comparação com demais municípios do país, o estado também tem a 3ª cidade mais preservada proporcionalmente. Bom Jardim da Serra, na serra catarinense, manteve 92,7% do bioma natural desta vegetação preservado, que equivale a 86.749 hectares.
Outras duas cidades da Serra catarinense também estão entre as mais preservadas. Urupema manteve 86,6% da sua mata preservada, um total de 30.328 e São Joaquim, com 86% preservado, 162.71 hectares naturais.
ATLAS DOS 30 ANOS
O balanço de 30 anos do Atlas da Mata Atlântica, mostra que as regiões sul e sudeste têm a maior quantidade de municípios entre os 100 que mais desmataram o bioma. Juntos, os estados do Paraná (40), Rio de Janeiro (13) e Santa Catarina (11) responderam por 64% desse ranking.
A Bahia tem 10 cidades no levantamento dos 100 municípios que mais desmataram a mata atlântica em 30 anos, seguida por Minas Gerais (9), São Paulo (6), Mato Grosso (4), Espírito Santo (3), Piauí (2) e Rio Grande do Sul (2).
O ranking dos 10 maiores desmatamentos entre1985 e 2015 é liderado pelo Paraná, com cinco cidades, seguido pelo Rio de Janeiro (2), Bahia (2) e Santa Catarina (1). Juntas, as 10 cidades desse ranking desmataram 169.858 hectares (1.698,58 quilômetros quadrados), área um pouco maior do que a da capital de São Paulo (1.522,9 km²).
Com base em imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8, o Atlas da Mata Atlântica, que monitora o bioma há 30 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para avaliar os remanescentes florestais acima de 3 hectares (ha). “Foram anos de trabalho para que pudéssemos consolidar uma base temática (mapa) que permite atualizações anuais consistentes. A possibilidade de o cidadão comum poder acompanhar a dinâmica da cobertura florestal do município onde reside é, sem dúvida, a materialização de uma intenção que tivemos no passado”, afirma Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE.
AQUI TEM MATA
É possível acompanhar a situação dos remanescentes florestais em 3.429 municípios abrangidos pela lei da Mata Atlântica no ‘Aqui tem Mata?’, hotsite que disponibiliza, por meio de mapas interativos e gráficos, informações sobre o estado de conservação de florestas, mangues, restingas e outros ambientes do bioma. Basta inserir o nome de um município para descobrir o que resta de vegetação, as bacias hidrográficas presentes na cidade, o ranking municipal de desmatamento e se existe alguma área preservada de Mata Atlântica no bairro ou em regiões próximas, como parques, reservas federais, estaduais e municipais, entre outras informações.
Acesse www.aquitemmata.org.br.
Confira as listas completas em: https://nuvem.sosma.org.br/index.php/s/ublrLR8Vp4Fm6IX
Os mapas dos principais rankings nacionais estão disponíveis em: https://nuvem.sosma.org.br/index.php/s/zPxBZePmCXIFfXN
Pelo menos em alguma coisa Mafra ganha