A maior coleção científica de paleontologia do Estado de Santa Catarina estará disponível para consulta em nível mundial. A novidade é que os pesquisadores do Centro Paleontológico da Universidade do Contestado (CENPALEO), situado em Mafra, iniciarão o processo de catalogação digital das coleções.
Atualmente, o CENPALEO possui cerca de 24 mil peças ao todo, sendo que metade já está catalogada, colocando o Centro Paleontológico da UnC entre os 10 maiores acervos de paleontologia do Brasil.
O processo de absorção de peças na coleção científica do Cenpaleo é chamado de tombamento, e consiste na codificação e catalogação das informações de uma peça, geralmente um fóssil, amostra de rocha ou artefato arqueológico em um banco de dados, buscando facilitar a busca e sintetizar conhecimentos sobre esse patrimônio. Com a digitalização do acervo, este banco de dados ficará também disponível online e poderá ser acessada por pesquisadores do mundo inteiro.
ACESSO AO ACERVO
Para realizar consulta ao acervo era necessário que o responsável pela coleção fosse contatado para, então, percorrer os catálogos nos livros tombo da coleção em busca dos espécimes desejados. No entanto, a partir da catalogação digital, qualquer pessoa poderá fazer essa consulta diretamente e, então, solicitar o material para estudo. Esta iniciativa de digitalização, que consiste em um desafio para coleções científicas do mundo todo, termina por aumentar a área de influência do acervo, de um parâmetro macro-regional para o parâmetro global.
“A coleção científica aqui do Centro Paleontológico da Universidade do Contestado possui dezenas de fósseis da série tipo, que são os materiais usados como referência para descrever novas espécies, além de centenas de fósseis utilizados para construção de conhecimento em diversas frentes, com incontáveis trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado, teses de doutorado e artigos em revistas científicas, algumas indexadas em revistas de alto renome, como Nature e Science”, afirma o paleontólogo do CENPALEO, João Zahdi Ricetti.
O pesquisador explica que um número significativo dessas peças foram e ainda são utilizadas em atividades de extensão e de divulgação científica. Mas devido as limitações de acesso à coleção, o uso ocorria principalmente pela rede de contatos da equipe do Centro. “Agora, com o processo de digitalização do acervo esperamos que o uso desta coleção aumente drasticamente, consolidando a Universidade do Contestado como eminente promotora das geociências no Brasil”, avalia.