Incluindo 420 doses da Janssen. No total dos 13 municípios que fazem parte da UDVE de Mafra foram recebidas 10.726 doses dos 3 laboratórios
Na última quinta-feira 24, Santa Catarina recebeu e começou a distribuir as 265.130 doses de vacinas contra a covid-19. Três remessas chegaram ao estado: 126.200 do laboratório Sinovac/Butantan, 86.580 da Pfizer e 52.350 da Janssen. As vacinas foram encaminhadas para a Central Estadual de Rede de Frio, em São José, para organização da logística de distribuição.
“A cada chegada de remessas ficamos um pouco mais próximos da volta à normalidade. Mas para isso é importante que todos estejam atentos ao cronograma de vacinação, escolham ser vacinados e retornem para a segunda dose”, disse o governador Carlos Moisés, vacinado nesta quinta-feira, em Laguna.
No período da tarde, o avião do Corpo de Bombeiros Militar levava as doses das centrais de Mafra, Videira, Joaçaba e Lages.
A distribuição
Mafra recebeu na tarde de sexta-feira (25/06), um total de 1.616 doses, incluindo 420 doses da Janssen.
Nesta remessa, serão encaminhadas aos municípios catarinenses 202.030 doses. As 86.580 doses da Pfizer e as 52.350 doses da Janssen serão distribuídas integralmente para aplicação da D1 e dose única, respectivamente. No caso da Coronavac, serão distribuídas, neste momento, metade das doses recebidas, ou seja, 63.100 unidades, para a reserva da segunda dose (D2).
Neste lote Mafra recebeu 1.616 doses, sendo:
500 SINOVAC/BUTANTAN (D1);
696 PFIZER/COMIRNATY (D1);
420 JANSSEN (DOSE ÚNICA)
Todos os 295 municípios catarinenses receberam vacinas de 3 fabricantes
Com mais remessa, o estado dará continuidade à vacinação dos grupos prioritários e da população com idade entre 50 e 54 anos e dará início à vacinação da população com idade entre 45 e 49 anos. “É importante reforçar que os municípios só devem avançar para a próxima faixa etária, antes das datas estabelecidas pelo e stado, caso a cobertura vacinal do grupo que estiver sendo vacinado for superior a 75%. Essa medida é importante para que uma parte considerável da população seja vacinada antes de avançar para a próxima”, assinala o diretor da Dive, João Augusto Brancher Fuck.
Veja as doses de todas as vacinas distribuídas na região de Mafra
Veja como funciona a vacina da Janssen que chegou em Mafra e região
De origem belga-americana, a Janssen (Johnson & Johnson) produziu a vacina de vetor viral não replicante em uma parceria com o Centro Médico Beth Israel Deaconess, um dos mais renomados centros hospitalares de estudo, ligado à Escola de Medicina de Harvard.
A eficácia global, calculada a partir de um ensaio clínico de fase 3 conduzido simultaneamente em oito países, incluindo o Brasil, foi de 66% -uma taxa considerada excelente para uma vacina de apenas uma dose.
A vacina oferece ainda uma proteção de 82% contra casos graves 14 dias após a aplicação e de até 88% com 28 dias ou mais. Veja abaixo algumas informações sobre a Janssen, seu mecanismo de ação e possíveis efeitos colaterais.
Como funciona a vacina?
A vacina, chamada de Ad26.CoV2.S -abreviação para adenovírus 26 Sars-CoV-2 proteína S-, é produzida a partir do adenovírus 26 (vírus de resfriado comum) modificado. Os cientistas inseriram no material genético do adenovírus a sequência responsável por codificar a proteína S (a espícula do vírus utilizada para entrar na célula do hospedeiro). O adenovírus também é modificado para ser incapaz de se replicar.
Dentro do organismo, o adenovírus modificado entra nas células humanas e libera o seu material genético no núcleo celular. Ali, o código genético é lido e transformado em RNA mensageiro, que vai então ser transcrito para produzir a proteína S. A célula então passa a exibir uma estrutura igual à proteína S na membrana celular.
O sistema imune reconhece essas partes do vírus como um potencial invasor e começa a produzir anticorpos específicos e células de defesa. Ao entrar em contato com o vírus verdadeiro, o organismo já estará preparado para combater o patógeno.
Quão eficaz é a vacina?
A vacina da Janssen tem eficácia global de 66% contra casos sintomáticos de Covid 28 dias após a imunização (66 casos nos indivíduos vacinados contra 193 no grupo placebo).
Os dados foram publicados em artigo na revista científica The New England Journal of Medicine (NEJM), uma das mais importantes da área médica.
O estudo avaliou mais de 44 mil participantes em oito países: África do Sul, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, EUA, México e Peru. Separadamente, a eficácia da vacina nos países latino-americanos foi igual, de 66%; nos EUA, é de 74,4%; e na África do Sul, ela é de 64% contra casos moderados a graves de Covid. Já em relação à proteção contra hospitalização, a vacina apresentou uma eficácia 28 dias após a aplicação de 86% nos Estados Unidos, 88% no Brasil e 82% no subgrupo sul-africano.
Não houve uma eficácia calculada de proteção contra mortes porque o número de óbitos foi muito baixo. Na África do Sul, onde ocorreram 16 óbitos -nenhum no grupo vacinado-, a eficácia foi estimada em 100%.
A vacina é segura?
Nos estudos de fase 3, a vacina da Janssen apresentou a menor taxa de efeitos adversos em comparação aos outros imunizantes testados, e 48,6% dos participantes reportaram efeitos leves, como dor no local da aplicação.
O segundo efeito colateral mais frequente foi dor de cabeça (38,9%), e apenas 0,4% relataram eventos adversos graves, com necessidade de hospitalização.
Outras vacinas em uso no Brasil apresentaram nos ensaios clínicos maior frequência de efeitos colaterais, a maioria de leve a moderado.
No caso da Coronavac, 71% dos participantes do estudo feito no país reportaram efeitos leves após a vacina. A vacina da Pfizer teve como principais efeitos dor após a injeção (71% para primeira dose e 78% após a segunda dose), fadiga (59%) e dor de cabeça (52%). Já nos estudos da Oxford/AstraZeneca, relataram efeitos colaterais 88% dos participantes com idade entre 18 e 55 anos, 73% daqueles com 56 a 69 anos e 61% dos participantes com mais de 70 anos.
Em abril, a FDA (agência regulatória americana de medicamentos e vacinas) pediu a suspensão do uso da vacina no país após a detecção de seis casos de coágulos associados à trombocitopenia (baixa contagem de plaquetas) possivelmente ligados ao imunizante.
Os casos foram identificados após a aplicação de quase sete milhões de doses da vacina nos EUA, apontando para uma incidência de 1 para um milhão de vacinados.
Durante a fase de ensaio clínico, foram identificados 11 casos de eventos tromboembólicos no grupo dos vacinados e três nos participantes que receberam placebo, mas os pesquisadores afirmaram que os pacientes tinham histórico de trombose e outras comorbidades.
Após a análise e monitoramento dos casos, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) e a FDA deram aval para a retomada do uso da Janssen.
Até o momento, não foi identificada uma possível causa ligada à vacina para os eventos tromboembólicos reportados.