O novo decreto com a mudança foi publicado nesta manhã no Diário Oficial. UFSC questiona decisão.
O governo de Santa Catarina decidiu retirar a obrigatoriedade do uso de máscaras em todo o estado a partir deste sábado (12). O novo decreto com a mudança foi publicado nesta manhã no Diário Oficial.
Em ambientes fechados em que não é possível manter o distanciamento, no transporte público, hospitais e quem tem sintomas da doença, porém, fica recomendado a continuar usando a proteção.
Antes do decreto, a máscara já não era obrigatória em locais abertos, mas precisava ser usada em lugares fechados com aqueles ao ar livre em que não era possível o distanciamento social.
Veja abaixo as determinações sobre a recomendação para uso de máscaras da Secretaria de Estado da Saúde (SES):
- Para quem apresente sintomas gripais ou que teve contato prévio com caso suspeito ou confirmado de Covid-19 nas últimas 48 horas, mantendo isolamento ou quarentena conforme orientação do serviço de saúde;
- Para pessoas que possuam fatores de risco para agravamento da Covid-19;
- Para qualquer pessoa em locais fechados como transporte público, estabelecimentos de saúde e demais em que não seja possível manter o distanciamento físico;
- Para os trabalhadores e prestadores dos estabelecimentos em geral a recomendação é utilizar máscaras durante todo o período de trabalho, seguindo as orientações do fabricante quanto ao seu uso e substituição, conforme legislação federal.
Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) já tinham questionado a decisão do estado (veja mais abaixo), que foi anunciada na quinta (10) pelo governador Carlos Moisés (Republicanos).
UFSC questiona
O Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (Necat), da UFSC, produz boletins semanais sobre a situação da pandemia e questionou a decisão do governo. No texto, o professor Lauro Mattei citou que Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou a comprovação científica de uma nova variante que está circulando na Europa, a deltacron, uma recombinação nas variantes delta e ômicron do coronavírus.
Ele também falou sobre o aumento do número de casos no início deste ano, com “elevação expressiva do número de casos e de óbitos. Tais fatos indicam claramente que a pandemia ainda persiste, sendo necessário manter as principais medidas preventivas até que o percentual da população vacinada atinja um patamar capaz de frear a contínua propagação do novo coronavírus”.
Para o professor, a situação da vacinação é Santa Catarina é preocupante. “É alarmante o número de pessoas acima de 50 anos que deixaram de tomar a dose de reforço e, por outro, a vacinação das crianças continua num ritmo extremamente lento”, escreveu.
“Esse cenário recomenda cautela neste momento, deixando claro que ainda não é hora de relaxar com as medidas preventivas essenciais, especialmente a flexibilização do uso de máscaras em qualquer ambiente. Como dissemos ainda em novembro de 2021, o processo de controle da pandemia está sendo bastante penoso para todos, porém não se pode perder tudo o que foi conquistado até o momento pela simples pressa de se abandonar medidas preventivas comprovadamente eficazes”, concluiu.