Mutirão de cirurgias eletivas do SUS é cancelado em Mafra também

Por Gazeta de Riomafra - 07/06/2016

No último dia 01, os presidentes da AHESC regional, Hilário Dalmann e do SINDHOSP, Darci Ferreira Costa Filho e dos Sindicatos dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Joinville e Região Nordeste – Lorival Pisetta e de Mafra e Planalto Norte, Laurentina Luis, juntamente com mais de uma dezena de dirigentes dos sindicatos laborais e patronais, estiveram reunidos no município de Mafra para debaterem a crise que afeta o setor da saúde em todo o estado, em especial a região, devido a histórica defasagem dos valores repassados pelo SUS aos hospitais, tendo em vista o atraso aos pagamentos e cancelamento do mutirão de cirurgias eletivas.

Cerca de 70% da população usuária do SUS no estado são atendidas nos hospitais filantrópicos, as quais já sofrem este impacto. Além destes, os trabalhadores destes hospitais também poderão sentir este reflexo, já que houve demissões e atrasos nos pagamentos dos funcionários.

Nesta reunião, ficou acordado que as entidades patronais e laborais atuarão conjuntamente na ampla discussão sobre este grave problema na saúde a comunidade catarinense, junto a lideranças políticas, associações empresariais, clubes de serviço, imprensa e demais lideranças comunitárias, tendo como objetivo, a busca de uma imediata e urgente solução para a crise que está causando graves problemas sociais à população.

A próxima reunião está marcada para o próximo dia 09 de julho, às 19h, na Câmara de Vereadores de Canoinhas, onde serão debatidas com estas lideranças, soluções para a atual crise que a saúde vem enfrentando.

Hospital São Vicente de Paulo

O coordenador geral do Hospital São Vicente de Paulo, Dario Clair Staczuk, explicou que a suspensão das cirurgias eletivas do SUS foi tomada em deliberação da CIB – Comissão Intergestores Bipartite através da deliberação 093/CIB/2016, de 12/05/2016, onde suspendeu a Campanha Estadual de Cirurgias Eletivas e do Aparelho de Visão de Santa Catarina, sendo encerrado o envio de cotas de AIH’s – Autorizações de Internações Hospitalares aos municípios, ficando impossibilitados de encaminharem os pacientes do SUS aos hospitais filantrópicos, o que impede que este tipo de atendimento seja realizado em hospitais filantrópicos. Por enquanto, os atendimentos da rede de urgência e emergência do SUS permanecem na normalidade, mas se persistir esta situação também ficarão, inevitavelmente, comprometidos.

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O atraso nos pagamentos, defasagem dos valores repassados pelo SUS e suspensão do mutirão de cirurgias eletivas são aspectos relevantes a crise também, tendo a possibilidade de demissões de funcionários da saúde. Porém, Dário destaca que, no momento não há perspectiva de demissões no hospital mafrense, “Essa situação não implica em demissões imediatas, visto que este não é o único serviço prestado pelo hospital São Vicente de Paulo. Porém, há hospitais filantrópicos de outras localidades, que já vem sentindo os reflexos e começam a atrasar o pagamento de seus profissionais e realizar cortes no funcionalismo. Agora, uma coisa é certa, todos os hospitais filantrópicos que atendem ao SUS estão sofrendo os impactos dessa situação – uns mais outros menos e a perdurar esta situação ninguém escapará: será o caos total” – destaca.

Nossa equipe de reportagem tentou entrar em contato com os responsáveis do Hospital São Vicente de Paulo, para esclarecer: Qual a situação que se encontra as cirurgias eletivas no hospital mafrense? A quantidade de pacientes que estão aguardando para realizá-las? Os valores envolvidos? Quais as cirurgias consideradas de emergência? O procedimento que os pacientes devem tomar a respeito do assunto? Como ficam as cirurgias que já foram agendadas? Se há alguma solução para o problema? Porém, até o fechamento da edição do dia 04 não obtivemos as respostas.

O que diz a AHESC Regional

A Gazeta de Riomafra entrou em contato com Hilário Dalmann, presidente da AHESC-Regional (Associação de Hospitais do Estado de Santa Catarina), o mesmo disse que o mutirão de cirurgias eletivas foi suspendido devido à falta de recurso recebido pelo SUS. Além disso, o presidente menciona que a população é a mais prejudicada, já que necessita do atendimento nos hospitais. A população é a mais prejudicada, já que é quem necessita do atendimento e aguarda longos tempos em filas. Se já tem bastante gente na fila, imagina parando ela? Vai aumentar cada vez mais” – menciona.

Hilário comenta ainda, que uma proposta de utilizar as devoluções de valores da ALESC (Assembleia Legislativa do Estado) e do Judiciário, por exemplo, que sobram por mês, poderia ser destinado à saúde, ajudando na solução do problema.

Segundo Dalmann o pedido já foi feito a Alesc, porém, aguarda-se uma resposta, “caso tenhamos um posicionamento favorável da Assembleia Legislativa, seriam milhões de reais que sobram mensalmente, podendo ser amenizada a grave crise na saúde brasileira, em especial, ao estado de Santa Catarina” – pontuou.

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Enquanto soluções não são tomadas, o presidente diz que cada hospital deve se adequar a nova situação, tentando realizar o atendimento da melhor forma, dentro das novas normas e leis. Outra medida que Hilário pontua, é os hospitais entrarem em acordo com os médicos para que possam reduzir o preço das cirurgias, já que serão os pacientes que deverão fazer o pagamento quando necessário, onde muitos não possuem condições financeiras para consultas e procedimentos particulares. “Cada hospital deverá se adequar. É claro que devem buscar outras saídas, como realizar pacotes, por exemplo, deixando o preço mais acessível a quem não tem condições para cirurgias particulares” – disse.

Apesar desta busca pela economia no estado, o presidente diz não concordar com a nova regra, já que o custo para uma cirurgia de emergência pode ser o dobro de uma cirurgia eletiva, além dos riscos que o paciente corre em seu estado de urgência. “O governo não tem visão. Se for realizada a cirurgia eletiva, o custo será menor, agora, se for realizar somente em estado de emergência o custo será muito maior, podendo precisar de UTI e outros procedimentos que não seriam necessários, sem contar o risco que o paciente corre. Se esta é uma forma de economia, está sendo errada” – destaca. Os atendimentos em estado de emergência ainda estão sendo realizados através do SUS, segundo Dalmann. “Quando é cirurgia de emergência, o atendimento está sendo realizado. Mas outros casos deverão ser pagos pelos pacientes”– conclui.

Neste dia 08, o presidente participará de uma reunião com o Ministro da Saúde, em Brasília, para que assuntos como este sejam debatidos.

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1 COMENTÁRIO

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  1. Cirurgias canceladas e o Município comprando ônibus que ficará parado na garagem, mofando?
    é isso mesmo que entendi?

    Vão arrumar os postos de saúde do interior ao invés de ficar comprando ônibus para ter mais gastos…

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