Na última sessão da Câmara de Mafra, nesta terça-feira (15), os vereadores aprovaram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar uma denúncia, feita de forma anônima, contra a secretária de Saúde, Jaqueline Fátima Previatti Veiga. A denúncia é de enriquecimento ilícito.
Os vereadores que pela primeira vez na história do legislativo aceitaram um denúncia anônima sem identificação foram: Abel Bicheski (Belo), Cláudia Bus, Dimas Humenhuk, Edenilson Schelbauer e Eder Gielgen. Curiosamente um deles – Schelbauer – é candidato a prefeito e dois – Cláudia e Eder – são do MDB, partido da base do governo, porém com candidatura própria a Prefeitura nas próximas eleições.
Os vereadores Cirineu Cardoso e Marise Valério estavam com ausência justificada, segundo o presidente da Câmara. O vereador Valdir Sokolski estava presente, mas não assinou.
No plenário, alguns dos vereadores presentes justificaram porque não assinaram o pedido de abertura da CPI.
A denúncia anônima foi feita através do site fala.br, plataforma de ouvidoria e acesso à informação da Controladoria Geral da União (CGU). No site é possível realizar denúncia se identificando com os dados protegidos nos termos da lei 13.460/2017 ou de forma anônima, onde é considerada uma comunicação.
A denúncia que é de enriquecimento ilícito acusa Jaqueline de superfaturamento na contratação de ambulâncias terceirizadas e de facilitar a contratação de laboratório sem licitação, além de imóveis comprados em nome de familiares
Jaqueline nega as acusações
Em vídeo publicado nas redes sociais na tarde desta quarta-feira (16) a secretária da Saúde disse que as denúncias não são verdadeiras, apontou que tudo o que conquistou na vida foi com o seu trabalho e que tudo não passa de uma armação política, “Tudo que tenho, do meu patrimônio é resultado do meu trabalho, de mais de 10 anos de trabalho. Tudo que eu tenho está declarado. As pessoas que estão usando meu nome como palanque político são todas pré-candidatas em Mafra”, disse.
Ausente na sessão
O vereador José Marcos Witt que esteve ausente na sessão durante a abertura da CPI, alegou que estaria tratando de assuntos da coligação partidária.
Vereador Wittinho emitiu nota esclarecimento a imprensa
A verdade dos fatos
Como vereador sempre atuei na Câmara com coerência e responsabilidade, e principalmente ética, quando se trata de denúncias anônimas. Imagine você, se te acusassem e de pré-julgassem dentro da sua família, no seu local de trabalho, através de uma denúncia anônima.
O que acontece hoje na Câmara de Vereadores, é isso, um pré-julgamento através de uma denúncia anônima em época de eleições. Qual o interesse? O que está por trás disto? Seria uma cortina com fundo eleitoreiro de dois grupos políticos com interesses eleitorais?
Mafra não precisa disto, está prática deveria ter ficado no passado!
É muito estranho que um pré-candidato grave e compartilhe nas redes sociais um vídeo anunciando os fatos sem eles mesmos terem passado pelo plenário.
Sempre votarei a favor de CPIs, mas desde que as denúncias sejam fundamentadas e assinadas. A Câmara é uma instituição séria que não deve ser usada para fins eleitoreiros.
Façam suas análises, se nesta ou em outra situação a parte acusada for inocente, como fica essa pessoa, sua família, seus amigos. Será que aqueles que estão pré-julgando e condenando irão pedir desculpas?
Por fim, analise, o líder da denúncia nas redes sociais é candidato com dois vereadores em sua chapa e o MDB que desde o início está ao lado do atual governo também tem candidato para estas eleições. O que realmente está em jogo?
Enfim, a consciência é de cada um e devemos respeitar. Porém, não devemos pré-julgar e muito menos sentenciar…
Vereador José Marcos Witt