O ano de 2020 a Assistência Social de Quitandinha se divide em dois momentos até então, sendo eles os momentos pré e pós 10 de Março, data em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o Coronavirus como epidemia de nÃvel mundial. Desde esse dia, a pasta mais do que triplicou o número de atendimentos particularizados, realizando mais de mil deles no perÃodo de 10 de Março até o começo de Julho.
Desde o dia primeiro dia de janeiro até o dia 10 de março, a Assistência realizava em média 168 atendimentos particularizados. No mesmo mês de Março, houve um aumento de 33% na procura pelos serviços da pasta, chegando a triplicar esse número de Março em Junho, cuja demanda tende ser ainda maior no mês de Julho, que já contabiliza 50 atendimentos antes mesmo do fim de sua primeira semana.
A Secretária de Assistência Social de Quitandinha, Dirlene Resner, explica que a função da pasta é prover acesso ao bem ou direito que todos os cidadãos têm, baseando-se em suas situações de necessidade ou vulnerabilidade. “Nossos assistentes sociais tem como missão identificar as vulnerabilidades e necessidades da população em situação de risco, seja por busca ativa ou por demanda recebida dentro da secretariaâ€, explica.
Entretanto, desde o dia 10 de Março, todos os conceitos de necessidade e vulnerabilidade se alteraram, e aquilo que era comum dentro das atribuições da pasta, tomou proporções inimagináveis. “Dentro e fora do nosso trabalho, tudo aquilo que considerávamos ‘normal’ se alterou de maneira muito rápida e violenta. De repente muitas pessoas se encontraram em situações de vulnerabilidade social ao perderem seus empregos, ao não poderem se sustentar, tendo em vista as restrições impostas para as atividades que representariam risco à disseminação do vÃrus. Tivemos que nos adaptar de forma diária a todas essas mudançasâ€, conta.
OPERAÇÕES
Um dos primeiros e grandes desafios da Assistência Social foi operacionalizar todos os benefÃcios concedidos pelas esferas municipal, estadual e federal. “Quitandinha teve um auxÃlio emergencial próprio que contou com ajuda da Câmara Municipal, depois disso teve o Cartão Comida Boa, que tinha o mesmo perfil que o nosso, mas seguia diretrizes do Estado. E junto com os dois, tivemos que operacionalizar também o acesso ao AuxÃlio Emergencial do Governo Federal em conjunto com a Caixa Econômicaâ€, conta.
O desafio aumentou ainda mais quando o perfil de beneficiários também se alterava com o tempo, tendo em vista que a quantidade de necessitados aumentava a cada restrição de atividade econômica proposta pelas esferas governamentais. “Nós intensificamos as nossas buscas ativas, pois os dados que tÃnhamos de dados do Cadastro Único e de outras fontes de mapeamento não contemplavam a realidade da populaçãoâ€, conta Dirlene, que agora usa tecnologia de georreferenciamento para manter atualizado o mapeamento de vulnerabilidade da cidade.