Representantes da maior indústria de tabacos do paÃs, Souza Cruz, estiveram presentes em Quitandinha na última semana para discutir, junto com as autoridades municipais, o futuro da fumicultura, que move mais da metade da produção agrÃcola da cidade.
Uma das pautas da visita foi a necessidade de readequação no tamanho das safras futuras, tendo em vista os problemas que a indústria tabagista tem passado nos últimos tempos. A falta – ou a má distribuição – de chuvas nas regiões produtoras de fumo, junto com o avanço galopante do contrabando de cigarros no paÃs, são os principais responsáveis pelos desafios atuais do setor.
De acordo com Eduardo Martins, Gerente Regional da Souza Cruz, o fato de 57% dos cigarros comercializados no Brasil serem provenientes do contrabando ilegal, explica a necessidade de uma readequação nos tamanhos das próximas safras. “Estamos perdendo mercado para os cigarros contrabandeados, e isso gera um efeito negativo em toda a cadeia produtiva, soma-se a isso, também, o fato de termos a qualidade do tabaco diretamente afetada pelos problemas climáticos recentes. Esses dois fatores criam um cenário em que o produtor se encontra com um alto estoque de produtos, cuja qualidade é indesejada. Esse fumo, invariavelmente, será inutilizado e perdidoâ€, afirma.
Com esse panorama, o esforço daqui para frente se concentra em um único objetivo: fazer com que a próxima safra seja de qualidade equilibrada, em um volume de produção condizente com o mercado. “A Souza Cruz esta realizando uma adequação na contratação de volume com os produtores para a safra 2020/2021, descontinuando, neste momento, o contrato de alguns produtores devido à necessidade de reduzir o volume para o tamanho da demanda previstaâ€, afirma Daniel Gomes, Gerente Territorial da Souza Cruz.
POSITIVISMO
Mesmo com o panorama nada favorável para o mercado legal de tabaco, Quitandinha se posiciona de forma positiva frente à produção fumÃgena. “Nossos produtores estão no mesmo barco de todo o mercado, sofrendo as mesmas dores que todos os envolvidos. Porém, a visita da Souza Cruz em Quitandinha diz muito sobre a qualidade do nosso fumo e sobre a preocupação da empresa em continuar comprando dos nossos produtores. Disponibilizaremos toda nossa estrutura para ajudar o agricultor a continuar buscando a melhor qualidade da sua produçãoâ€, afirma Jean Bastos, Secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Quitandinha.
Sobre o futuro da fumicultura no municÃpio, Eduardo Martins relembra que garantir a qualidade e a quantidade de fumo contratado é a chave para a continuidade da parceria. “Os produtores devem seguir a risca as orientações técnicas fornecidas, tais como época de plantio, espaçamento, adubação, capação e, principalmente, plantar apenas o que foi contratado, para garantir que a produção venha com a qualidade requerida pelo mercado, assegurando ao produtor a manutenção de seu negócioâ€, completa.