As últimas duas semanas não foram nada fáceis para o povo de Quitandinha. O município, que apresentou estabilidade e consistência no combate contra a doença por quase dois meses, viu desde o dia 07 de maio uma alta violenta nos seus números, saltando de dois casos confirmados para vinte e sete em menos de duas semanas, culminando com a morte de uma munícipe na última segunda-feira (25).
O salto nesse número tem explicação, cuja resposta está na resistência de entendimento da população com relação aos cuidados necessários e tão enfatizados desde quando a pandemia foi declarada. “O Coronavírus, por enquanto, não tem cura comprovada. Enquanto a vacina não chega, o isolamento social é a única arma que temos para evitar a disseminação da doença. O problema é que quanto mais eficaz o isolamento social for, mais desnecessário ele vai parecer ser, porque as pessoas veem que os números não aumentam e criam a falsa sensação de que a doença já foi embora, ou que nem passou por aqui. É aí que consiste o grande erro que explica o aumento dos números”, aponta Caroline Przybylok, Secretária de Saúde de Quitandinha.
APOIO
De acordo com a Secretária, o apoio da população em cumprir as regras e as indicações de combate à doença se fazem mais imprescindíveis do que nunca neste momento. “No dia a dia dos trabalhos de fiscalização e monitoramento, nós notamos uma grande resistência das pessoas em cumprirem com as recomendações. Desde que abrimos o canal de denúncia, temos recebido várias indicações de aglomerações indevidas, reuniões e afins”, destaca.
A Secretária ainda enfatiza que o confinamento total – chamado de Lockdown – ainda é uma ferramenta possível para intensificar a ação contra o vírus. “Temos estudado várias possibilidades. Nós estamos batalhando e fazendo a nossa parte, realizamos barreiras sanitárias, intensificamos nossa fiscalização, porém não temos olhos em todos os lugares. Se nada disso funcionar, se a população não tomar consciência do seu papel no combate e se, por conseguinte, os números continuarem a aumentar, podemos aderir o Lockdown como estratégia sim”, afirma.
HISTÓRICO DE AÇÃO
Desde que foi declarada a situação pandêmica do Coronavirus pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 11 de Março, a Secretaria de Saúde e a Prefeitura traçaram planos de contingência e ação de enfrentamento ao vírus, tais como os decretos municipais que determinam as condições e horários de funcionamento do comércio e de templos religiosos, assim como centralizou a demanda de atendimentos referentes ao Corona no Posto Sede, que até então está sob livre demanda,sem sobrecarga e com eficiência de atendimento.
Quitandinha apresentou a sua primeira confirmação no dia 7 de Abril. O segundo caso confirmado veio uma semana depois, no dia 13 de Abril. Desde a confirmação do primeiro caso, os números da cidade ficaram estabilizados por um mês inteiro, até que no dia 07 de Maio a curva de confirmações subiu. Em duas semanas e meia, foram 25 confirmações seguidas, sendo 18 delas vindas da região do Pangaré.
Vendo o aumento drástico dos números no município e nesta região em específico, no dia 22 de Maio a Prefeita Maria Julia assinou o decreto nº 1.335/2020, adotando medidas emergenciais específicas para a contenção da disseminação da doença no Pangaré, como o enrijecimento das fiscalizações e maior controle do fluxo de pessoas na região.
No dia 14 de Maio, por meio do Decreto Municipal 1.332/2020, a Prefeitura e a Secretaria de Saúde abriram dois canais, um de dúvidas e outro para denúncias, em que o munícipe possa exercer a sua ajuda no combate à doença na cidade, seja se informando melhor dela ou denunciando àqueles que estão descumprindo com as ordens vigentes.
No Central Coronavirus, o cidadão pode tirar dúvidas com relação aos cuidados e sintomas da doença no número (041) 99795-3966. A Fiscalização Municipal pode ser acionada no número (041) 99795-7594. Neste número, o munícipe pode fazer denúncias de aglomerações em festas, reuniões ou outras situações que exponham um claro risco de disseminação do Coronavirus.