Concerto da Banda Padre José Maurício comemora o bicentenário da imigração alemã

Por Click Riomafra - 04/11/2024
Apresentação no palco do histórico Cine Teatro Antônio Cândido do Amaral, na sede da Prefeitura de Rio Negro, Paraná (foto: Silvana Herzer Born).

No sábado (2), às 19h, a Banda Padre José Maurício realizou um concerto no Cine Teatro Antônio Cândido do Amaral, junto à Prefeitura de Rio Negro, Paraná, em comemoração ao Bicentenário da Imigração Alemã. O evento foi promovido pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, da Prefeitura de Rio Negro.

Solenidade de encerramento das comemorações da concerto em homenagem ao bicentenário da imigração alemão (Rogério Born)

O evento, com grande público, contou com a presença do prefeito James Karson Valério, da primeira-dama, Raquel Valério e do secretário de Cultura e Turismo, Gerson Haide e um grande público. Também foram apresentadas a rainha, a 1.ª e a 2.ª princesas da colonização de Rio Negro, Julia Pedro, Camila de Castro Nogueira e Maria Julia Mariano Barros, eleitas na sexta-feira.

Entrega das comendas ao maestros Mathias Herzer (esquerda) e Mauri Deniz (direita) pelo prefeito James Karson Valério (fotos: Rogério Carlos Born)
Entrega das comendas ao maestros Mathias Herzer (esquerda) e Mauri Deniz (direita) pelo prefeito James Karson Valério (fotos: Rogério Carlos Born)

A Banda foi homenageada com a comenda “Honra a quem tem honra” entregue pelo prefeito James Valério aos maestros Mathias Herzer (fundador) e Mauri Alcione Deniz (presidente da Associação Musical Mafrense).

Nos discursos, foi lembrado o legado de 70 anos de existência da Banda e a regência pelo fundador, o maestro Mathias Herzer, com 95 anos de idade. Também foi comemorada a participação das primeiras mulheres a integrar a Banda em concerto oficial, as músicas Luiza Eduarda Pimentel Ribeiro e Bianca Padilha dos Santos de Souza.

Bianca e Luiza com os trompetes de vara. (Rogério Carlos Born)

O concerto foi iniciado com a execução do Hino da Alemanha (Deutschlandlied) e encerrado com Goodbye my love, auf Wiedersehen, de Mario Panas, Klaus Munro e Jean Trèves. Durante a apresentação foram executadas as músicas San Carlo – OscarTschuer; Waldzauber, de Peter Fihn; Kommheutezu mir, de J.Parrel; Rosmarin, de Josef Augustin; Flott Voram, de Siegfried Rundel; Juventas, de Peter Fihn; Schumbeilparade; Musicauteulaune, de Peter Fihn; Perfídia; O primeiro, de Ubaldo de Abreu; Gostoso, de Mario Zan e Messias Garcia e Som da primavera, de autoria desconhecida.

Importância da Banda para a comunidade riomafrense

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A Associação Musical Mafrense, é reconhecida como entidade de utilidade pública pela Lei Estadual 1.567/1956 que foi ratificada pelas Leis 16.733/2015 e 18.278/2021, de Santa Catarina e executa suas apresentações com instrumentos recebidos no passado pelo Ministério da Cultura.

A Banda tem como presidente, o maestro Mauri Alcione Deniz, e conta com aproximadamente 30 membros efetivos, inclusive um fundador, o maestro Mathias Herzer e, além deste, o músico mais antigo é Vigando Ziehlsdorff.

Nos 70 anos de existência, faz parte da história da cidade de Mafra e considerada patrimônio cultural da cidade sempre participando dos grandes momentos da vida da cidade de Mafra, Santa Catarina, e a irmã gêmea, Rio Negro, no Paraná.

Ao longo de sua história, esteve sempre presente nas duas cidades, em inaugurações, festividades religiosas, desfiles, cerimônias militares, comícios e representando o município em diversas oportunidades em várias oportunidades, permanecendo a sua música na memória de várias gerações de riomafrenses.

Histórico

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Primeira composição da Banda Padre José Maurício com o maestro Mathias Herzer da primeira fila/
(acervo da Associação Musical Mafrense).

Em 14 de junho de 1954, por iniciativa do Juiz de Direito Dr. Francisco de Oliveira, em colaboração com o advogado e professor Dr. Antônio Hélio do Amaral e o atual maestro Mathias Herzer foi criada a Sociedade Musical Mafrense, cuja sede foi instalada provisoriamente na sala de sessões do antigo Fórum local, onde foram realizadas as primeiras atividades da Banda Padre José Maurício.

Esta sociedade tem como objetivo proporcionar aos amantes desta arte, aulas teóricas e práticas de música e execução de sopro e corda.

Dois anos depois, mais precisamente em 14 de abril de 1956, o maestro Mathias Herzer apresentou em público, pela primeira vez, a Banda Padre José Maurício, nome dado em homenagem ao grande mestre e compositor da música erudita no Brasil.

Assim, com o apoio de toda a comunidade mafrense da época, o maestro Mathias Herzer fez estrear a banda, em data inesquecível de sua apresentação para orgulho da Sociedade Mafrense.

A Banda foi formada por alunos da Sociedade Musical Mafrense, juntamente com outros músicos veteranos. Foram dois anos de lutas e sacrifícios para reunir o instrumental adquirido com recursos extraordinários.

Em comemoração ao 12º aniversário, a Banda Padre José Maurício lança o seu primeiro disco de vinil (Long play ou LP), sendo sempre motivo de orgulho da cidade e sua presença se tornou imprescindível nos desfiles, quermesses, procissões religiosas e recepções à autoridades quando em visita ao município e também por muitas vezes se apresentou nas principais cidades do Paraná e Santa Catarina em retretas, bailes e programas de rádio e televisão.

Uma das apresentações que registrou a história, foi quando a Banda Padre José Maurício recepcionou o Presidente da República, Juscelino Kubitscheck de Oliveira e o Ministro da Guerra, General Henrique Teixeira Lott, quando da inauguração da estrada de ferro Mafra-Lages, construída pelo 2º Batalhão Ferroviário, estabelecido na cidade de Rio Negro, Paraná.

Conservatório Maestro Mathias Herzer

Conservatório Maestro Mathias Herzer e sede da Banda Padre José Maurício

A Associação Musical Mafrense ao denominar o Conservatório com o nome de maestro Mathias Herzer, homenageia, em vida, um regente que dedica mais de 70 anos à música e a história dos municípios de Mafra e Rio Negro. A importância da Banda e do seu Maestro ainda foi reconhecida pelas Câmaras Municipais de Mafra, de Rio Negrinho e de São Bento do Sul, em Santa Catarina, e de Rio Negro, no Paraná.

Logo no início, em 1954, com muito sacrifício e doações financeiras de famílias da sociedade mafrense, como empresários, médicos, engenheiros, magistrados, políticos, religiosos, a Sociedade Musical Mafrense adquiriu centro da cidade de Mafra, uma área de 1.700 m² localizada na Rua Professora Maria Espírito Santo, 400, no centro, onde está localizada a atual sede, onde são realizados os ensaios da banda, bem como várias reuniões e de Diretoria, inclusive são administradas aulas de musica por meio da criação do Conservatório Maestro Mathias Herzer, em 2019.

Construção da sede da Sociedade Musical Mafrense em 1957 e antes da demolição em 2008.
Construção da sede da Sociedade Musical Mafrense em 1957 e antes da demolição em 2008.

Em 2008 foi acordado com a Associação dos Municípios do Planalto Norte (Amplanorte), a construção da sede no mesmo terreno e, em contrapartida, seria construído um novo espaço anexo de uso vitalício para Associação Musical Mafrense, incluindo nesse acordo que a Amplanorte daria toda a manutenção necessária ao espaço.

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