A devoção ao Senhor Bom Jesus da Coluna do Rio Negro teve inÃcio juntamente com os primeiros povoadores que aqui se fixaram.
A construção da Estrada da Mata do Sertão (atual BR116), ligando o sul do paÃs com as provÃncias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, tinha por objetivo abrir um caminho para a passagem das tropas, que transportavam pessoas, vÃveres e gêneros de primeira necessidade, para abastecer a corte imperial de animais de corte e tração, abundantes no Rio Grande do Sul, bem como facilitar o comércio nesta região.
Para essa construção, foi encarregado o sargento-mor João da Silva Machado – Barão de Antonina, dando origem à povoação que se estabeleceu inicialmente à margem esquerda do Rio Negro. As primeiras construções eram de palha, e destinavam-se aos trabalhadores da nova estrada e passou a denominar-se Vila da Mata. Tornou-se um ponto de pouso das tropas que passavam de São Paulo para o sul e vice-versa. Para defender os trabalhadores da Estrada da Mata, do ataque de Ãndios e animais ferozes, foi designada uma coluna militar composta de um cabo e oito soldados, que lhes servia de escolta.
O governo mandou construir em 1827 uma Capela de madeira, a fim de proporcionar aos novos moradores conforto espiritual. Foi designado como vigário o padre Marcelino José dos Santos. No ano seguinte, foi demarcada a jurisdição eclesiástica e territorial, com a denominação de Nova Capela Curada da Estrada da Mata do Sertão, com a invocação do Senhor Bom Jesus da Coluna do Rio Negro.
Acredita-se que o termo coluna não se refere à coluna a qual Jesus foi amarrado quando açoitado e coroado, mas sim à Coluna do Rio Negro, o destacamento militar citado anteriormente.
A vinda da imagem do Senhor Bom Jesus para a velha capela provisória, ainda à margem esquerda do rio Negro, é registrada por volta de 1846. Mais tarde demolida e transportada para a margem direita do rio, a Capela passou por demolições, construção e reformas, até o Santuário do Senhor Bom Jesus da Coluna, como vemos nos dias de hoje.
A Capela Provisória, também chamada Capela da Mata, foi logo elevada a Capela Curada, isto em 26 de julho de 1828.
Em fevereiro de 1829, chegam a Rio Negro, os primeiros imigrantes alemães. Todos os imigrantes aqui chegados eram declarados católicos e muito se alegraram por encontrarem uma capela.
A capela provisória mandada construir por João da Silva Machado, onde os moradores se reuniam para orações, era pobre desprovida de imagem. Conta-se que um dos imigrantes trouxe em sua bagagem, para sua proteção e de sua famÃlia, uma pequena imagem do Senhor Bom Jesus, adquirida na França, pouco antes de imigrar e ele levava para a Capela a sua Imagem do Senhor Bom Jesus, que passou a ser a devoção de todos.
Conta-se ainda que o uso de “Senhor†que antecede “Bom Jesus†tornou-se costume devido assim os imigrantes o invocarem “Senhor Bom Jesusâ€. Confiava plenamente na proteção do Senhor Bom Jesus.
Com um ofÃcio de João da Silva Machado que acompanhou um abaixo assinado de 108 moradores aqui residentes, solicitando a criação da Freguesia, D. Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, baixou em 09 de setembro de 1828, o…
…â€Termo de Divisão da Paróquia desta Vila Nova do PrÃncipe de Santo Antônio da Lapa com a Capela Curada do Senhor Bom Jesus da Coluna do Rio Negro, erigida na Mata do Sertão, em virtude da Provisão de 26 de julho e 09 de setembro deste corrente ano de 1828â€. (primeiro documento que nomeia nosso Padroeiro).
Em 1846, adquirida na França, registra-se a vinda da Imagem do Senhor Bom Jesus, juntamente com a pequena Imagem de Nossa Senhora da Conceição, para a velha Capela Provisória, construÃda em madeira situada na margem esquerda do rio Negro.
Em 1859 esta Capela foi transladada para a margem direita do rio Negro e erigida no local, hoje esquina da Travessa Bom Jesus com Rua Dr. Vicente Machado, na atual Praça da Matriz.
A primeira capelinha estava situada à margem esquerda do Rio Negro quando esta cidade e Mafra formavam uma só comunidade.
A primeira igreja matriz de alvenaria foi construÃda à margem direita do rio Negro, em 1885. Por ser pequena e sem arte foi demolida em 1916, após a construção do novo templo, situado na atual Praça Coronel Buarque, em torno da qual cresce a cidade.
No ano de 1903 cogitava-se da construção de uma nova Matriz, em substituição a esta última, havendo para esse fim uma comissão, que a 05 de outubro desse ano requereu e obteve gratuitamente da Câmara Municipal todo o perÃmetro do largo, mesmo local das duas matrizes anteriores.
A igreja matriz, construÃda a esforços do padre José Ernser, teve a sua benção com toda a solenidade no dia 08 de setembro de 1916, isto é, 13 anos após o projeto de sua construção.
O Padre José Ernser foi Vigário da paróquia do Senhor Bom Jesus da Coluna do Rio Negro de 1903 a 23 de dezembro de 1935, data de seu falecimento.
A atual construção mede 40 metros de comprimento por 18 de largura e foi construÃda em estilo romano, simples e belo. Projetada para duas torres, até 1960 possuÃa somente uma concluÃda, medindo 38 metros de altura. Frei Eraldo Michalim (1956 – 1964) concluiu as duas torres laterais de igual altura e estilo, bem como reformou todo o templo, colocando magnÃficos vitrais, altar-mor de mármore, novo forro de Eucatex e iluminação adequada.
Em 1960 houve uma reforma do interior da igreja, principalmente na área onde se encontra o altar.
A festa Tradicional do Senhor Bom Jesus
As recordações das festas do Senhor Bom Jesus da Coluna pelo sr. Francisco Seidl, remontam a sua infância ou seja o inÃcio dos anos 60.
E conta que arrecadavam-se prendas, geralmente no interior do municÃpio, onde estavam as capelas. As prendas eram animais e produtos da lavoura.
As estradas eram quase intransitáveis naquela época.
Frequentemente algum dos sacerdotes franciscanos como Frei Eraldo, Frei Silvio ou Frei Clementino iam pessoalmente pedir prendas para a festa. O pai do sr. Francisco Seidl os acompanhavam. Iam de jipe ou com um Ford 29, conhecido apenas como fubica do frei Eraldo.
Mais de uma vez o pai do sr. Francisco ouviu crianças entrarem correndo em casa, ao avistarem a fubica e gritarem: “Mãe, tem dois padres aÃâ€.
Os fieis do interior eram especialmente generosos, engordando um porquinho e tratando alguns franguinhos de modo especial, quase como se fossem objetos sagrados, pois era para a festa do Senhor Bom Jesus.
A festa era precedida pela novena. Nesses dias precedentes as barraquinhas já estavam montadas e serviam-se quentão todas as noites. Bebida ótima para aqueles dias frios do inverno rio-negrense.
A festa começava com alvorada festiva, missa solene, animada com a Banda de Música Padre José MaurÃcio. Havia um serviço de alto falante, através do qual se tocavam músicas, em geral dedicada por alguém a outrem. Havia pouquÃssimos discos. Assim, as músicas se repetiam com bastante frequência.
Na festa havia barraquinhas de diversão e de comidas. Entre as diversões havia o aviãozinho, tiro ao alvo, bingo, etc.
Comidas tÃpicas como aluske não faltavam. Abria-se uma vala no chão e ali eram assados os churrascos, que se comia com pão e maionese. Como acontece a Tradicional festa do Bom Jesus nos dias de hoje.
E assim os anos foram passando, neste dia 08 de Setembro de 2016 que completamos o centenário da construção da Igreja, temos a frente de nossa paróquia o padre Marcos Kastel, que reformou e pintou o salão e a casa paroquial, pintura interna e externa da Igreja e a cada dia novos planos e projetos vem sendo executados, para melhor acolher os muitos paroquianos de Riomafra que frequentam esta bela Igreja.
Deixamos nosso reconhecimento , agradecimento a todos os padres e Freis, que deixaram suas marcas registradas e o trabalho de amor e dedicação a esta Igreja do Senhor Bom Jesus da Coluna, e cada qual com seu jeito de ser e seu carisma muito fizeram por esta paróquia.
“O tempo presente e o tempo passado, talvez estejam ambos, presentes no tempo futuro. E o tempo futuro contido no tempo passadoâ€.