O tal “pó amarelo” avistado nas calçadas de Rio Negro e Mafra nesta semana está intrigando muitas pessoas.
Nesta quinta-feira (26), com a chuva breve que caiu em Riomafra, o tal pó ficou ainda mais visível. Muitas pessoas defendem a ideia que ocorreu uma chuva ácida. Outras defendem que seja pólen, que é algo normal para a época. E muitas outras pessoas simplesmente alegam que é algo causado pela poluição que temos atualmente no ar.
Até o momento nenhum site especializado em meteorologia publicou algo sobre chuva ácida ocorrida no dia de hoje na região. Sendo que é algo de extrema importância, é fato que seria algo muito bem noticiado se ocorresse de fato.
Durante a semana, antes da chuva de hoje, muitas pessoas relataram que viram o “pozinho amarelo” pelas calçadas, vidros da casa ou do carro.
Segundo Everton Wilner, biólogo e professor da Universidade do Contestado, em Mafra, o pó amarelo é o pólen dos pinus, árvores muito tradicionais na região por causa da forte indústria madeireira.
Everton explica que a “chuva de pólen” é algo comum, que acontece anualmente, mas que acabou chamando atenção neste ano por causa da falta de chuvas.
“Nos outros anos, a liberação desse pólen não era tão visível porque vinha chuva e lavava tudo. Já neste ano, a gente está num período mais seco, choveu muito pouco e lavou o telhado das casas, ruas e calçadas, só que a água não escorreu e o pólen ficou concentrado nas poças”, conta.
Assim, quando a chuva passou, o pó amarelo acabou ficando visível nas poças d’água, chamando a atenção dos moradores. “Foi uma combinação de fatores, mas todo ano tem isso”, destaca Everton.
O biólogo explica que o pólen é a estrutura reprodutiva das plantas. Por isso, no período que antecede a primavera, o pólen dos pinus, parte reprodutiva masculina dessa planta, sai com o vento para entrar em outras árvores de estrutura feminina e possibilitar a reprodução.
Como também ocorre no caso de outras plantas, a polinização do pinus pode causar alguma irritação em quem tem alergia nos olhos ou rinite. Porém, de forma geral, o pó amarelo “misterioso” não causa nenhum mal à saúde.
Everton explica o que é o pó amarelo – Vídeo: Everton Wilner
CHUVA ÁCIDA
A chuva ácida é formada a partir da reação dos óxidos presentes nos gases poluentes com as gotículas de água que se encontram em suspensão na atmosfera. Nesse processo, ocorre a formação de compostos ácidos, que, no momento da condensação e precipitação, são depositados sobre as cidades, vegetação e superfícies aquáticas. Em função disso, a chuva ácida é chamada também de deposição ácida.
O fenômeno da chuva ácida é extremamente prejudicial para os ecossistemas terrestres e aquáticos, bem como para a saúde humana. Sua ocorrência traz ainda efeitos destrutivos para os monumentos públicos e estruturas urbanas de um modo geral. Os ventos podem carregar as águas com elevada acidez para outras localidades, ampliando a sua escala de danos.
Entre as principais consequências das chuvas ácidas estão:
- Acidificação da água dos rios, lagos e mananciais, causando a morte de peixes e outras espécies aquáticas;
- Destruição de folhas e galhos de árvores, levando à degradação da cobertura vegetal;
- Aumento da acidez dos solos e mudanças na sua composição nutricional, afetando o ciclo de desenvolvimento da vegetação e, em alguns casos, causando o seu envenenamento;
- Contaminação das reservas subterrâneas de água;
- Corrosão de monumentos instalados ao ar livre, sobretudo aqueles feitos em mármore e pedra-sabão;
- Corrosão de estruturas metálicas de edificações públicas e residências;
- Danos à saúde humana pelo consumo de água poluída;
- Surgimento ou agravamento de problemas respiratórios e até mesmo danos aos olhos associados à maior presença de óxidos de enxofre na atmosfera e sua inalação.
PÓLEN
O pólen é muito mais do que um “pozinho amarelo”. O pólen é a substância que faz as plantas produzirem sementes. As sementes dão origem a novas plantas. Tanto as plantas floríferas (que dão flores) como as coníferas (plantas cujas sementes nascem dentro de cones ou pinhas) produzem pólen. Um grão de pólen é tão pequeno que é mais fácil vê-lo com a ajuda de um microscópio.
O pólen é transportado de muitas maneiras. Ele pode ser carregado pelo vento, pela água ou por animais. Muitas plantas possuem flores perfumadas ou coloridas para atrair aves e insetos (especialmente abelhas). Esses animais procuram as flores para tomar um líquido doce chamado néctar. Enquanto o animal absorve o néctar, o pólen da flor se gruda no seu corpo. Quando as aves ou os insetos pousam em outras flores para se alimentar mais, transportam o pólen para elas.
Como estamos próximos da estação da primavera, este período do ano também é caracterizada pelo alto índice de umidade, tempo seco e pelo desabrochar de diversas espécies de flores – o que aumenta a concentração de partículas de pólen no ar. A junção do tempo com a polinização das flores, processo de reprodução em que grãos de pólen circulam em maior quantidade pelo ar, pode favorecer o surgimento e a também a piora de algumas condições, a exemplo de alergias.
Durante a semana, antes da chuva de hoje, muitas pessoas relataram que viram o “pozinho amarelo” pelas calçadas, vidros da casa ou do carro.
“É justamente o pólen no ar, somado à condição de tempo mais seco, que contribui para o aparecimento de reações alérgicas em adultos, crianças e até bebês”, explica Felipe Folco, pediatra e diretor médico da Cia. da Consulta.
Seja chuva ácida, pólen ou poluição em geral, temos que nos cuidar com a umidade relativa do ar.
A umidade relativa do ar está baixa na região devido à intensificação da massa de ar seco que atua no estado.
De acordo com o médico pneumologista da Secretaria de Estado da Saúde, Gilberto Ramos Sandin, a queda da umidade deixa as vias aéreas e mucosas mais ressecadas, principalmente em pessoas com doenças crônicas como asma e rinite. “A pessoa pode sentir também ardência e sensação de areia nos olhos. Tudo isso está relacionado com a época do ano”, relatou.
Para evitar ou minimizar a ocorrência de problemas de saúde, o médico chama a atenção para alguns cuidados importantes, como a ingestão de água, evitando bebidas diuréticas como café, refrigerantes e alguns chás. Sandrin também indica o uso de soro fisiológico para evitar o sangramento das narinas e ressecamento de outras mucosas, como boca e olhos. É ideal reduzir o consumo de alimentos com alto teor de sal, aumentando o de frutas e verduras, além de evitar a prática de exercícios físicos entre 10h e 17h.
O uso de bacias com água ou toalhas molhadas ajudam a aumentar a umidade de um ambiente. Umidificadores de ar também contribuem, mas Gilberto Sandin alerta que esses aparelhos requerem alguns cuidados. “O uso de umidificadores por muito tempo pode aumentar a proliferação de fungos no ambiente e, para quem já tem a predisposição genética para asma e bronquite, isso pode ser um fator de agravo da doença. Para quem quiser fazer o uso do umidificador antes de dormir, a dica é ligar duas ou três horas antes de dormir”, explicou.
Se for pólen de pinus. ,pensem no perigo que estamos correndo ,diz ser altamente cancerígeno, e não eliminam a plantação desta planta tão prejudicial, que muiito tempo se comenta.
Isso acontece todos os anos nessa época, sempre limpei as janelas e calçadas com o pó amarelo…acho q é pólen.