Os 146 anos de emancipação política de Rio Negro vêm acompanhados não só por alegrias e festa. Diante do cenário atual, com a visível carência nos setores da segurança, saúde e desenvolvimento, a população almeja um maior investimento nestas áreas. Afinal, hoje, vemos o crescente e assustador número de delitos, os nascimentos e atendimentos hospitalares fora da cidade e empresas indo embora. A reversão desse quadro seria um “presente”” à altura dos rionegrenses além de festas, shows artísticos e pirotecnia.
Rio Negro necessita com urgência, retomar o crescimento, atrair novas empresas e valorizar as que aqui estão e estiveram durante todos estes anos fazendo parte da sua história.
Nos últimos anos o município teve a perda de grandes empresas, como a Electrolux e Santana Embalagens que foram perdidas para os vizinhos município da Lapa e Campo do Tenente.
Também existe a urgente necessidade de reativar a maternidade, que foi fechada no início desta gestão. As futuras mamães querem e tem o direito de ter seus filhos aqui em Rio Negro, sem correr riscos e sofrimentos nas grandes viagens até o hospital do Rocio em Campo Largo.
Já a questão da segurança é um capítulo ainda mais preocupante, vida dos rionegrenses que a cada dia se sentem mais ameaçados, assistindo a impotência e falta de vontade de agir da classe política rionegrense.
Esperamos que os mesmos deputados e demais políticos que todo ano são agraciados e bajulados com pomposas festas, banquetes e títulos de “cidadãos honorários de Rio Negro” façam jus a eles e realmente ajudem Rio Negro a sair da estagnação a que se encontra.
Um pouco da história…
O município de Rio Negro completa neste dia 15 de novembro, 146 anos de emancipação política.
Sua história, porém, começa muitos anos antes. Rio Negro era habitado em seus primórdios por índios botocudos. Esta região era ainda atravessada por tropeiros, que conduziam o gado de Viamão, Rio Grande do Sul, à Sorocaba, em São Paulo. Devido à perigos causados pelos difíceis caminhos abertos pelo próprio gado, gerando prejuízos, em 1816 os tropeiros requereram ao então rei Dom João VI a abertura de uma estrada ligando a Estrada do Campo do Tenente (onde hoje fica a Lapa) à Campo Alto (onde hoje fica Lages). O que existia com o nome de “Estrada da Mata” era tão somente uma vereda aberta pelo próprio gado, só trilhada.
A história de Rio Negro confunde-se com a da “Estrada da Mata”, onde passavam os tropeiros, conduzindo o gado. Depois dos tropeiros foram chegando os imigrantes à região onde hoje fica Rio Negro. Na época, a parada era chamada de “Capela da Mata”.
De Capela da Mata ela passou a “Capela Curada” em 26 de julho de 1828. Rio Negro passou de Capela Curada à “Freguesia do Senhor Bom Jesus de Rio Negro” em 28 de fevereiro de 1838 e elevada à vila em 02 de abril de 1870.
No dia 15 de novembro de 1870 deu-se a instalação do Município de Rio Negro, com a posse da primeira Câmara de Vereadores. Em 20 de outubro de 1916, com o fim da Guerra do Contestado, o município perdeu uma parte de seu território, com o estabelecimento do acordo de limites entre Paraná e Santa Catarina. Esse território deu origem às cidades de Itaiópolis, Três Barras e Mafra.
O rio Negro, que estabelece o limite entre Rio Negro – Paraná e Mafra – Santa Catarina, tem atualmente qualidade da água avaliada pelo IAP, Instituto Ambiental do Paraná, como classe 02. Ou seja, pode ser utilizado para o consumo, desde que a água seja tratada, e liberada para o lazer.
Rio Negro apresenta hoje uma área total de 604,63km² e a sua população é de quase 34 mil habitantes. No município existe o Clube de Tropeiros “Estrada da Mata”, que tem por objetivo resgatar a história dos tropeiros e do município, além de preservar os costumes e tradição do tropeirismo. O Clube do Tropeiro Estrada da Mata está localizado no bairro Motocross.
Imigrantes
Na época em que existia na região de Rio Negro o povoado “Capela da Estrada da Mata”, vieram para cá famílias alemãs em 06 de fevereiro de 1839.
Com a chegada desses colonos, a povoação ganhou impulso e cria um movimento notável para a época. No total, foram 20 famílias, que compunham aproximadamente 100 pessoas, as primeiras a chegar a Rio Negro.
Nos anos de 1887 e 1888, os bucovinos emigraram em duas levas para o Brasil, mais especificamente para Rio Negro, totalizando 377 pessoas divididas em 77 famílias. Na região, os alemães bucovinos realizaram as tarefas do desbravamento, a começar pela derruba das matas para o plantio e o estabelecimento de sua cultura. Os bucovinos conversaram no Brasil suas características específicas, como a língua (dialeto), tradições, danças folclóricas e culinária. Hoje, Rio Negro e Mafra formam juntas a maior colônia bucovina existente no mundo.
Em 1890 Rio Negro recebeu um considerável número de colonos poloneses. Eles marcaram definitivamente sua presença no município em 1891, alojando-se primeiramente num barracão às margens do Rio Negro. Foram surpreendidos por uma enchente avassaladora, que causou a morte de vários colonos. Além disso, as epidemias causadas pós-enchente mataram mais de trezentos imigrantes poloneses, sem contar os que foram mortos por ocasião do Cerco da Lapa, durante a Revolução Federalista, onde lutaram. Posteriormente emancipada de Rio Negro através do Acordo de Limites entre Paraná e Santa Catarina, em 1916 a antiga colônia deu origem ao município de Itaiópolis, que preserva até hoje as tradições polonesas.
Atualmente, Rio Negro e região se destacam pela simbiose no relacionamento sócio-econômico e ainda no setor de transportes, sendo cortada pelo principal corredor de transporte rodo ferroviário que liga a Região Sul às demais regiões do país. O destaque vai para a BR-116, tronco da América Latina Logística e ainda para a BR-280.