Neste dia 15 de novembro Rio Negro comemora 147 anos de emancipação política, uma data para comemorar, festejar, porém, repensar a nossa cidade.
Devemos olhar para o passado quando os primeiros imigrantes chegaram nestas terras e plantaram sonhos. Olhar para o dia 15 de novembro de 1870 e imaginar o que aquelas pessoas que participaram do ato de emancipação política imaginavam para o futuro.
Daqui três anos Rio Negro estará fazendo 150 anos, e qual o legado que a cidade está deixando para as gerações futuras?
Não podemos mais aceitar viver em uma cidade de propaganda, precisamos de ações, precisamos de desenvolvimento social, cultural e econômico! Uma cidade não é construída apenas com asfalto, meio fio pintado e flores nos canteiros. Rio Negro não pode ficar dependente de outras cidades!
Não adianta os políticos fazerem propaganda da educação de Rio Negro e divulgando o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) como um dos melhores da Região Metropolitana de Curitiba quando os pais rionegrenses brigam na justiça para manter seus filhos estudando em Mafra.
Não adianta falar em saúde, sendo que há cerda de 5 anos nem maternidade (pública) existe mais, onde as mães continuam tendo os filhos rionegrenses em outras cidades. As futuras mamães querem e tem o direito de ter seus filhos aqui em Rio Negro, sem correr riscos e sofrimentos nas grandes viagens até o hospital do Rocio em Campo Largo.
No quesito segurança… Segurança, o que seria isso!? Rio Negro está abandonada, o governo do estado pouco faz em favor da nossa população e nossos políticos aplaudem? Rio Negro hoje está quase na total dependência da segurança da polícia de Mafra, pois o tão prometido aumento de policiais e viaturas ficou até o momento nas promessas polliticas.
Onde estão as ações para o desenvolvimento econômico? Faz algum tempo que não é anunciado a chegada de uma nova empresa no município, na verdade vemos apenas elas indo embora e outras fechando por falta de apoio.
Rio Negro caminha para seus 150 anos sem ter ao menos um centro de eventos ou até mesmo uma local mais apropriado para fazer a festa que a cidade e sua população merece.
RIO NEGRO 147 ANOS… UM POUCO DA HISTÓRIA…
O município de Rio Negro completa no próximo dia 15 (terça-feira), 146 anos de emancipação política.
Sua história, porém, começa muitos anos antes. Rio Negro era habitado em seus primórdios por índios botocudos. Esta região era ainda atravessada por tropeiros, que conduziam o gado de Viamão, Rio Grande do Sul, à Sorocaba, em São Paulo. Devido à perigos causados pelos difíceis caminhos abertos pelo próprio gado, gerando prejuízos, em 1816 os tropeiros requereram ao então rei Dom João VI a abertura de uma estrada ligando a Estrada do Campo do Tenente (onde hoje fica a Lapa) à Campo Alto (onde hoje fica Lages). O que existia com o nome de “Estrada da Mata” era tão somente uma vereda aberta pelo próprio gado, só trilhada.
A história de Rio Negro confunde-se com a da “Estrada da Mata”, onde passavam os tropeiros, conduzindo o gado. Depois dos tropeiros foram chegando os imigrantes à região onde hoje fica Rio Negro. Na época, a parada era chamada de “Capela da Mata”.
De Capela da Mata ela passou a “Capela Curada” em 26 de julho de 1828. Rio Negro passou de Capela Curada à “Freguesia do Senhor Bom Jesus de Rio Negro” em 28 de fevereiro de 1838 e elevada à vila em 02 de abril de 1870.
No dia 15 de novembro de 1870 deu-se a instalação do Município de Rio Negro, com a posse da primeira Câmara de Vereadores. Em 20 de outubro de 1916, com o fim da Guerra do Contestado, o município perdeu uma parte de seu território, com o estabelecimento do acordo de limites entre Paraná e Santa Catarina. Esse território deu origem às cidades de Itaiópolis, Três Barras e Mafra.
O rio Negro, que estabelece o limite entre Rio Negro – Paraná e Mafra – Santa Catarina, tem atualmente qualidade da água avaliada pelo IAP, Instituto Ambiental do Paraná, como classe 02. Ou seja, pode ser utilizado para o consumo, desde que a água seja tratada, e liberada para o lazer.
Rio Negro apresenta hoje uma área total de 604,63km² e a sua população é de quase 34 mil habitantes. No município existe o Clube de Tropeiros “Estrada da Mata”, que tem por objetivo resgatar a história dos tropeiros e do município, além de preservar os costumes e tradição do tropeirismo. O Clube do Tropeiro Estrada da Mata está localizado no bairro Motocross.
IMIGRANTES
Na época em que existia na região de Rio Negro o povoado “Capela da Estrada da Mata”, vieram para cá famílias alemãs em 06 de fevereiro de 1839.
Com a chegada desses colonos, a povoação ganhou impulso e cria um movimento notável para a época. No total, foram 20 famílias, que compunham aproximadamente 100 pessoas, as primeiras a chegar a Rio Negro.
Nos anos de 1887 e 1888, os bucovinos emigraram em duas levas para o Brasil, mais especificamente para Rio Negro, totalizando 377 pessoas divididas em 77 famílias. Na região, os alemães bucovinos realizaram as tarefas do desbravamento, a começar pela derruba das matas para o plantio e o estabelecimento de sua cultura. Os bucovinos conversaram no Brasil suas características específicas, como a língua (dialeto), tradições, danças folclóricas e culinária. Hoje, Rio Negro e Mafra formam juntas a maior colônia bucovina existente no mundo.
Em 1890 Rio Negro recebeu um considerável número de colonos poloneses. Eles marcaram definitivamente sua presença no município em 1891, alojando-se primeiramente num barracão às margens do Rio Negro. Foram surpreendidos por uma enchente avassaladora, que causou a morte de vários colonos. Além disso, as epidemias causadas pós-enchente mataram mais de trezentos imigrantes poloneses, sem contar os que foram mortos por ocasião do Cerco da Lapa, durante a Revolução Federalista, onde lutaram. Posteriormente emancipada de Rio Negro através do Acordo de Limites entre Paraná e Santa Catarina, em 1916 a antiga colônia deu origem ao município de Itaiópolis, que preserva até hoje as tradições polonesas.
Atualmente, Rio Negro e região se destacam pela simbiose no relacionamento sócio-econômico e ainda no setor de transportes, sendo cortada pelo principal corredor de transporte rodo ferroviário que liga a Região Sul às demais regiões do país. O destaque vai para a BR-116, tronco da América Latina Logística e ainda para a BR-280.