Por Lucas Luiz Hones
Mafra, SC
Antes de iniciar, quero garantir que não sou um desses muitos que se expressam apenas porque todo mundo está se proclamando. Na verdade, ainda estava a perguntar-me do porque de minha demora tão significativa para a manifestação da indignação que – também – é notória na maioria dos rostos inteligentes deste “país emergente”. Mas, talvez, como muitos fariam, a resposta é simples: a tardança talvez seja o reflexo da convivência com um país corrupto, desinteressado e que bate recordes a cada dia na questão da ignorância.
Maçante ‘convivência’. Realmente não gostaria que esta palavra continuasse sempre acompanhando ‘corrupção’. Porém, assim como Flamengo é Flamengo, Brasil é Brasil. Na explicação mais rápida e satisfatória, lê-se: tardei a escrever assim como o homem tarda em entender que não pode comer dinheiro; como as pessoas tardam em entender de uma vez por todas que a educação no Brasil esta a poucos centímetros do fundo do poço; como o governo tarda em criar vergonha na cara.
Doce e bela política. Aristóteles propunha, na Grécia antiga, uma forma de se viver em sociedade, buscando juntamente com a ética, ações benéficas para a coletividade. Evoluímos? Creio ser necessário mostrar os fatos: “O Supremo Tribunal Federal manteve no ano de 2011 o piso salarial de R$1.187,97 para a carreira de professor exercida por 40 horas semanais, conforme a lei nº 11.738 de 16 de julho de 2008.*”; “O Governo Federal proferiu que, acaso o Governo Estadual justificasse a falta de condições para o pagamento do piso salarial para os professores, haveria um auxílio do Governo Federal para o cumprimento da Lei.”
Entretanto, passa a ser desnecessário dizer – já que as seguidas notícias de paralisação dos professores catarinenses exigindo o cumprimento da Lei Federal, falam por si – que o Governo de Santa Catarina sequer justificou o não pagamento do piso. Indago: “Santa Catarina é um dos estados mais desenvolvidos do país, qual seria o motivo principal do não cumprimento da norma federal?”. Creio também, ser desnecessário dizer que uma paralisação por tempo indeterminado, acarreta em danos e prejuízos a todos os envolvidos, sendo estes alunos, professores e, posso dizer, até o Estado.
Embora pareça óbvio aos olhos populacionais que o Estado sai prejudicado, o mesmo não acontece a olhos críticos, explanando o leque para a questão nacional. Durante anos o Brasil vem colocando-se como um país emergente, mas não acredito na expressão. A população já colocou suas vendas para a maioria dos assuntos que levam um país a ser desenvolvido. Assuntos esses, que prefiro impor no singular. Educação, essa é a base. O Brasil investe cerca de 4,6% do PIB nela. Muito? Não, nem um pouco. Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas pela Infância), o Brasil deveria investir ao menos 8% do PIB para reverter as desigualdades e os problemas de qualidade que ainda persistem. Porém, a questão não é somente dinheiro.
É claro e óbvio para a maioria das pessoas perspicazes que o investimento em educação traz melhorias significativas para o avanço de uma nação. Mas nossos superiores são espertos. Eles não desejam críticos, filósofos e pensadores para o futuro. Esperam somente pessoas acomodadas que, assim como a maioria, busquem na urna os algarismos necessários para reelegê-los e dizer que esta tudo ótimo. Apenas almejam que nós pensemos que são ignorantes. Caminhamos para uma ditadura novamente, porém com um partido socialista em nossa frente. Ironia? A máscara esta em cada face dos membros da estrelinha vermelha. Em oito anos já conseguiram transformar a cabeça de mais da metade dos eleitores. Terão mais quatro para fazer isso – ou quem sabe oito – com a outra parte deles. A abolição de um projeto improfícuo que insere nos livros didáticos o uso da ‘linguagem vulgar’** passa a ser um exemplo clássico do que os ‘nossos superiores’ desejam fazer de nosso futuro.
Em questão de diálogo social, fui indagado se, assim como em épocas de ditadura, poderíamos lutar e reivindicar a melhora da sociedade. Minha resposta tem três letras: NÃO! Em todas as situações impostas, o Brasil mostra-se dividido. ‘População das bolsas’ e ‘População do trabalho’. Isso já foi justificado com o movimento sulista, denominado ‘O Sul é o meu País’*** onde, se a inserção de São Paulo não existisse, teria se realizado. São Paulo seria se não a única, uma das únicas fontes de renda do Brasil. Já que as outras se preparavam para tornar-se um dos países mais ricos do mundo. Portanto, para haver uma mudança, terá de haver guerra. Aí sim, talvez houvesse uma solução. Porém a parte norte, sairia perdendo, e feio… Mas desculpem-me, estou sonhando. Por mais que haja planos, não haverá tais ações. No fundo, é possível perceber, que para se conseguir algo é necessário lutar. Sem sentido figurado, somente na raiz da expressão. Por isso, ressalto: se anseiam por um país melhor, preparem-se para uma guerra interna. Seremos os guerreiros, enquanto o Palácio do Planalto observará de camarote. Não evoluímos. Apenas o Coliseu cresceu.
*- http://www.grzero.com.br/piso-salarial-dos-professores-2011/
**- http://www.youtube.com/watch?v=kRdrDLrr_fM&feature=share
muito legal seu texto
parabéééns!!!