A saúde é um problema sério e está em situação difícil em quase todo o Brasil. Em Mafra houve três sérias questões relacionadas à saúde pública nas últimas semanas. Segundo informações, pacientes atendidos por médicos particulares, não estão podendo ser internados no hospital São Vicente de Paulo pelo SUS, ou seja, poderão ter que pagar particularmente todo o internamento. Nossa reportagem recebeu uma denúncia que na última quinta feira (17), um paciente, acometido de dores extremas e febre, teve o seu internamento negado via SUS pelo hospital, pois teria consultado com um médico particular e o hospital entendeu que desta forma o mesmo já teria optado pelo atendimento particular. Inclusive o hospital teria pedido um valor de R$ 2.300,00.

Só que o paciente antes de ter consultado com um médico particular, procurou o pronto atendimento (PA), mas nada puderam fazer devido às fortes dores, não restando alternativa, devido as fortes dores, procurar um médico particular, que recomendou imediata internação devido ao estado do paciente. Ao chegar ao hospital, lhe foi negado a internação pelo SUS, sob alegação de que o paciente já havia feito sua opção de atendimento quando consultou um médico particular e que não poderia ser internado pelo SUS.

Conforme informações extra oficiais, devido à negativa de atendimento através do SUS, a filha desse paciente teria ido até o Ministério Público e conseguido o internamento imediato através da intervenção da promotoria. A Gazeta procurou o Ministério Público, que não confirmou o caso. Também o administrador do hospital, Dário Staczuk e o secretário municipal relataram desconhecer o episódio.

A Gazeta procurou se inteirar do caso, com profissionais na área do direito e da saúde, porém as opiniões foram unânimes, convergindo no sentido de que o hospital não pode agir desta forma, pois na hora do ato do internamento é o momento em que se deve fazer a opção pelo tratamento particular, convênio ou SUS. É um direito explicito do paciente escolher, sendo que o hospital não pode interferir na sua opção, não está previsto em lei onde paciente atendido por médico particular não podem ser internado pelo SUS. Sendo que o acesso à saúde via Sistema Único da Saúde (SUS) é um direito constitucional, conforme garante a lei 8080 de 19/09/1990. A respectiva lei em seu capítulo II, artigo 7 , garante: “universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência”. Além do mais, não se pode comparar o valor de uma consulta particular, com o valor de um internamento, ou seja, não quer dizer que um paciente que possa pagar uma consulta particular, tenha condições também de arcar com internamento particular no hospital.

Nas próximas edições publicaremos o custo de um internamento particular no hospital São Vicente de Paulo, para melhor esclarecer a população.

Ambulâncias

Em ofício nº 015/2013, enviado para o diretor do hospital Dário Clair Staczuk, o secretário de saúde, pede que as altas hospitalares que precisem de ambulância, sejam solicitadas em horário normal, de segunda a sexta feira. E que as solicitações fora desse período e também aos finais de semana sejam autorizadas se somente forem emergenciais. O questionamento fica no sentido de que os pacientes que por ventura ganharem alta nos finais de semana teriam que ficar até segunda-feira no hospital, ocupando vaga de novos pacientes? Procurado por nossa reportagem o secretário de saúde Tadeu Geronasso, diz que há uma ambulância de plantão aos finais de semana e que se não estiver sendo utilizada, os pacientes que obtiverem alta podem usar. Porém não foi isso que aconteceu quando um paciente que teve amputação dos membros inferiores teve que ir para casa em um veículo, no porta malas e sem os bancos. O secretário afirmou que desconhece esse este caso.

Sem pão e água…

Os pacientes que fazem hemodiálise, também sofrem com o caos que está se tornando a saúde pública. Durante todo o procedimento, eles não podem beber água ou qualquer outro líquido, assim a cerca de oito anos, os pacientes recebiam um pão para ingerir e atenuar o desconforto e perda de energia ocasionada pelo processo de hemodiálise. Agora, por ordens expressas, pelo secretário municipal de saúde, o pão dado aos pacientes foi cortado, conforme informou um funcionário. Nossa reportagem também ouviu o secretário Tadeu Geronasso, o qual nos informou que a responsabilidade disso é do Pró Rim, que é prestadora de serviços do município. Geronasso esclarece que o pão foi cortado por falta de pagamento aos fornecedores e por estarem fazendo um recadastramento dos pacientes. Enquanto essas questões não são solucionadas os pacientes seguem sem nenhum tipo de suplementação após a sessão de hemodiálise.