Mafrense é um dos candidatos à vaga do Papa Bento XVI

Publicado por Gazeta de Riomafra - 16/02/2013 - 22h42

O Papa Bento XVI vai renunciar a seu pontificado em 28 de fevereiro – tendo anunciado sua decisão pessoalmente na última segunda-feira, durante um encontro de cardeais no Vaticano.

A Santa Sé anunciou que o papado, exercido pelo teólogo alemão desde 2005, vai ficar vago até que o sucessor seja escolhido, o que se espera que ocorra “o mais rápido possível” e até a Páscoa, segundo o porta-voz Federico Lombardi.

No comunicado, Bento XVI, que tem 85 anos, afirmou que vai deixar a liderança da Igreja Católica Apostólica Romana devido à idade avançada, por “não ter mais forças” para exercer as obrigações do cargo.

O Vaticano negou que uma doença tenha sido o motivo da renúncia, embora confirme uma queda no último ano, quando o Pontífice bateu a cabeça e também a recente micro cirurgia para trocar a bateria de um aparelho ligado em seu coração.

O pontífice afirmou que está “totalmente consciente” da gravidade de seu gesto. “Por essa razão, e bem consciente da seriedade desse ato, com total liberdade declaro que renuncio ao ministério como Bispo de Roma, sucessor de São Pedro”, disse Joseph Ratzinger.

Sucessor de João Paulo II, Bento XVI havia assumido o papado em 19 de abril de 2005, com 78 anos.

O Vaticano afirmou que a renúncia vai se formalizar às 20h locais de 28 de fevereiro (17h do horário brasileiro de verão), uma quinta-feira. Até lá, o Papa estará “totalmente encarregado” dos assuntos da igreja e irá cumprir os compromissos já agendados, segundo a Santa Sé.

O novo Papa será escolhido pelo conclave de cardeais, como de costume.

Decisão surpreendente

O porta-voz do Vaticano disse que a decisão do Papa surpreendeu a todos do seu círculo mais próximo.

Lombardi afirmou que, após a renúncia, Bento XVI vai à residência papal de verão, em Castel Gandolfo, próximo a Roma, e depois irá morar em um mosteiro dentro do Vaticano, que vai ser reformado para recebê-lo.

Lombardi também disse que Bento XVI não vai participar do conclave.

O porta-voz afirmou que Bento XVI mostrou “grande coragem” no seu gesto e descartou que uma depressão tenha sido o motivo da renúncia.

Ele também descartou que Bento XVI vá interferir no papado de seu sucessor.

Aparência frágil

Nos últimos meses, o Papa parecia cada vez mais frágil em suas aparições públicas, muitas vezes precisando de ajuda para caminhar.

Em seu livro de entrevistas publicado em 2010, Bento XVI já havia falado sobre a possibilidade de renunciar caso não tivesse condições de continuar no cargo.

Georg Ratzinger, irmão mais velho do Papa, afirmou à France Presse que o pontífice já planejava a renúncia havia alguns meses.

O diretor do jornal do Vaticano, o ‘L’Osservatore Romano’, Giovanni Maria Vian, disse que a decisão foi tomada há quase um ano.

Crises no pontificado

Bento XVI, ou Joseph Ratzinger, foi eleito para suceder João Paulo II, um dos pontífices mais populares da história.

Ele foi escolhido em 19 de abril de 2005, quando tinha 78 anos, 20 anos mais idoso do que seu predecessor quando foi eleito.

O papado do conservador alemão foi marcado por algumas crises, com várias denúncias de abuso sexual de crianças e adolescentes e acobertamento por parte do clero católico em vários países, que abalou a igreja, por um discurso que desagradou aos muçulmanos e também por um escândalo envolvendo o vazamento de documentos privados por intermédio de seu mordomo pessoal, o chamado “VatiLeaks”, que revelou os bastidores da luta interna pelo poder na Santa Sé.

Os escândalos de pedofilia o levaram, em várias ocasiões, a expressar um pedido de perdão público às vítimas e parentes e a reconhecer, durante sua viagem a Portugal, em maio de 2010, que a maior perseguição que sofria a Igreja não vinha de seus “inimigos externos” e sim de seus “próprios pecados”. Na ocasião, ele prometeu que os culpados responderiam “ante Deus e a justiça ordinária” pelos crimes.

Como Papa, Bento XVI tomou medidas que confirmaram o seu perfil conservador, como autorizar a missa em latim, em setembro de 2007.

Em janeiro de 2009, ele suspendeu a excomunhão de quatro bispos integristas do movimento ultraconservador de Marcel Lefebvre, entre eles o britânico Richard Williamson, que nega a existência do Holocausto nazista.

Em duas ocasiões, Bento XVI visitou a América Latina

A primeira em maio de 2007, para assistir à assembleia geral da Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe (Celam), celebrada na cidade de Aparecida, São Paulo.

Nessa ocasião, ele negou que a religião católica tivesse sido imposta pela força aos povos americanos, o que lhe valeu duras críticas de religiosos e laicos que recordaram as atrocidades cometidas pelos conquistadores da América em nome da fé.

Ele também canonizou Frei Galvão, primeiro santo brasileiro.

Em março de 2012, ele visitou o México e Cuba, onde defendeu a liberdade e os direitos da Igreja e recordou a primeira e histórica visita de João Paulo II à ilha comunista em 1998.

Nas questões morais, ele se manteve inflexível como seu antecessor.

Em nome da defesa da vida, Bento XVI manteve a condenação do aborto, da manipulação genética, da eutanásia e do casamento gay.

Segundo ele, o cristianismo só é crível se for exigente. Bento XVI prefere uma Igreja minoritária e convencida a uma grande comunidade de fé vaga.

Bento XVI escreveu três encíclicas: “Deus caritas est” (Deus é caridade, 2005), sobre a caridade e o amor divino, “Spe salvi” (Salvos pela esperança, 2007), na qual faz uma autocrítica ao cristianismo moderno e analisa principalmente o pessimismo e o materialismo que sacode os europeus, e “Caritas in veritate” (Na caridade e na verdade, 2009).

O Papa era aguardado no Rio de Janeiro em julho deste ano, onde iria participar da Jornada Mundial da Juventude, que vai reunir jovens católicos do mundo inteiro. A Arquidiocese do Rio afirmou que a renúncia do Papa não vai mudar a programação do evento.

O Vaticano vai fazer uma cerimônia de despedida para Bento XVI antes do término de seu pontificado, à qual devem comparecer fiéis de todo o mundo e autoridades “de muitos países”, disse o cardeal decano, Angelo Sodano.

Ãntegra do discurso em que o Papa anunciou sua renúncia:

“Caros irmãos:

Convoquei-os para este consitório, não apenas para as três canonizações, mas também para comunicar a vocês uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Após ter repetidamente examinado minha consciência perante Deus, eu tive certeza de que minhas forças, devido à avançada idade, não são mais apropriadas para o adequado exercício do ministério de Pedro. Eu estou bem consciente de que esse ministério, devido à sua natureza essencialmente espiritual, deve ser levado não apenas com palavras e fatos, mas não menos com oração e sofrimento. Contudo, no mundo de hoje, sujeito a mudanças tão rápidas e abalado por questões de profunda relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e proclamar o Evangelho, é necessário tanto força da mente como do corpo, o que, nos últimos meses, se deteriorou em mim numa extensão em que eu tenho de reconhecer minha incapacidade de adequadamente cumprir o ministério a mim confiado. Por essa razão, e bem consciente da seriedade desse ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério como Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, confiado a mim pelos cardeais em 19 de abril de 2005, pelo qual a partir de 28 de fevereiro de 2013, às 20h, a Sé de Roma, a Sé de São Pedro, vai estar vaga e um conclave para eleger o novo Sumo Pontífice terá de ser convocado por quem tem competência para isso.

Caros irmãos, agradeço sinceramente por todo o amor e trabalho com que vocês me apoiaram em meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. E agora, vamos confiar a Sagrada Igreja aos cuidados de nosso Supremo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e implorar a sua santa mãe Maria para que ajude os cardeais com sua solicitude maternal, para eleger um novo Sumo Pontífice. Em relação a mim, desejo também devotamente servir a Santa Igreja de Deus no futuro, através de uma vida dedicada à oração.

Vaticano, 10 de fevereiro de 2013.

BENEDICTUS PP. XVIâ€

Brasil tem cinco cardeais concorrendo ao Papado

Um deles é natural de Mafra, o arcebispo emérito de Brasília, Dom João Braz de Aviz

O processo de votação para a escolha do novo papa, chamado de conclave, é feito a portas fechadas. Apenas os cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto. Ao todo, 117 cardeais podem votar, cinco deles brasileiros: o cardeal arcebispo emérito de São Paulo, Dom Claudio Hummes; o arcebispo emérito de Salvador Dom Geraldo Majella; o arcebispo de São Paulo, Odilo Scherer; o arcebispo emérito de Brasília João Braz de Aviz – que hoje exerce importante cargo no Vaticano, sendo considerado como “braço direito†do Papa; e o presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno.

O mafrense Dom João Braz de Aviz

Dom João Braz de Aviz nasceu em Mafra no dia 24 de abril de 1947 e é um cardeal católico romano brasileiro, atual prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano e Arcebispo-emérito de Brasília. Em 06 de janeiro de 2012, o Papa Bento XVI anunciou a sua criação a Cardeal em 18 de fevereiro do mesmo ano recebeu o barrete cardinalício, na Basílica de São Pedro, pelas mãos do Papa.

Foi um dos oito filhos de João Avelino de Aviz e de Juliana Hack de Aviz. Durante a sua infância, com a família, se instalou na cidade de Borrazópolis. Com a idade de onze anos, aos 21 de abril de 1958, ingressou no Seminário São Pio X, dos padres do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras, na cidade de Assis, interior de São Paulo, onde estudavam os seminaristas menores da Diocese de Londrina.

Em 1964 a cidade de Borrazópolis passou a integrar a nova diocese de Apucarana e também o jovem seminarista. Estudou Filosofia na cidade de Curitiba no Seminário Maior Rainha dos Apóstolos e na cidade de Palmas, interior do Paraná. Concluída a Filosofia seguiu para Roma, onde cursou a faculdade de Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana.

Retornando ao Brasil foi ordenado padre por Dom Romeu Alberti na Catedral de Apucarana aos 26 de novembro de 1972. Durante seu sacerdócio exerceu alguns encargos pastorais: pároco de algumas paróquias; diretor espiritual e reitor do Seminário Maior de Apucarana (em 1984 e 1985) e de Londrina (em 1986 a 1988); diretor espiritual do Seminário do Ipiranga, em São Paulo; foi membro do Conselho de Presbíteros, do Colégio de Consultores e Coordenador geral de pastoral da Diocese de Apucarana. De 1989 a 1992 fez o doutorado em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Lateranense em Roma. Nos anos de 1992 a 1994 reitor e professor de Teologia Dogmática no Instituto Paulo VI de Londrina e pároco da Catedral Nossa Senhora de Lourdes de Apucarana.

Episcopado

No dia 06 de abril de 1994 foi nomeado pelo Papa João Paulo II, bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória com a sede titular de Flenucleta, sendo consagrado bispo em 31 de maio de 1994 por Dom Domingos Gabriel Wisniewski, C.M.. Escolheu como lema de vida espiscopal: TODOS SEJAM UM (Jo 17, 21).

Atuou na Arquidiocese de Vitória de 1994 a 1998, quando foi nomeado bispo da Diocese de Ponta Grossa, onde ficou até 2003, tomando posse seu sucessor na Diocese de Ponta Grossa: dom Sérgio Arthur Braschi. Aos 17 de julho de 2002 foi elevado a dignidade de arcebispo, sendo nomeado para a Arquidiocese de Maringá, onde tomou posse no dia 4 de outubro do mesmo ano.

No dia 28 de janeiro de 2004 foi nomeado arcebispo da Arquidiocese de Brasília e tomou posse no dia 27 de março do mesmo ano, sucedendo ao cardeal José Freire Falcão. Em 2007 foi eleito presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB. Ainda na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil foi membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé e vice-presidente das Edições CNBB.

No mês de maio de 2010 esteve à frente da organização do XVI Congresso Eucarístico Nacional que aconteceu em Brasília, ano do cinquentenário da capital federal.

Aos 04 de janeiro de 2011 foi nomeado pelo Papa Bento XVI, como prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano.

No dia 06 de janeiro de 2012 o Papa Bento XVI anunciou a sua criação a Cardeal. No Primeiro Consistório Ordinário Público de 2012 realizado no dia 18 de fevereiro, recebeu o barrete cardinalício e o título de Cardeal-diácono de Santa Helena fora da Porta Prenestina, na Basílica de São Pedro, pelas mãos do Papa Bento XVI.

Párocos de Riomafra comentam sobre a renúncia e um mafrense concorrer ao Papado

Para o padre Dulcio Antônio de Araújo, Paróco do Santuário Nossa Senhora Aparecida, de Mafra, “o Papa renunciou com dignidadeâ€.

“O Papa Bento XVI é respeitado no mundo inteiro por ser um teólogo renomado e um homem sábio. Sua renúncia foi mais um gesto de sabedoria aliada à humildade e coragem.

O Papa nos deixou a lição de sabedoria ao perceber que estava na hora de deixar o governo da Igreja por causa da fragilidade de seu vigor físico proveniente de sua idade avançada. Além do gesto de sabedoria o Papa nos ensina que é preciso ter humildade para despojar-se do poder e muita coragem para enfrentar as críticas da sociedade relativista e secularizada em que vivemos, e que o próprio Bento XVI tanto combateu em seu pontificado. No entanto, creio que é senso comum que o Papa renunciou com dignidadeâ€, aponta o padre Dulcio.

No caso de concretizar-se a possibilidade do cardeal mafrense dom João Braz de Aviz ser eleito Papa no próximo conclave, definitivamente o “Projeto Mafra no Mapaâ€, que já existe na cidade, vai realizar-se plenamente, diz o Pároco. “Mafra vai tornar-se conhecida e projetada mundialmente. Mas, a nossa atitude deve ser de perceber se é a vontade de Deus que o Cardeal nascido em Mafra seja o futuro Papa. Cabe nessa hora aos cidadãos e cristãos mafrenses rezarem para que a vontade de Deus prevaleça na escolha do novo Papa, pois só assim será melhor para nós, para a Igreja e toda a humanidadeâ€.

 

Já para o Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Rio Negro, padre Pedro Kohut (Pe. Pedrinho), “pela conjuntura atual do Vaticano, é até normal o Papa deixar a função de pontífice a um outro cardealâ€. Segundo ele, as exigências são demasiado preocupantes para a situação de conflito que o mundo vem passando e ainda mais para Bento XI com 86 anos. “Ele já passou por 02 derrames, faz 10 anos que usa marca paço e teve um braço quebradoâ€, destaca o padre Pedrinho, salientando que Bento XVI se afasta, mas deixa um legado muito grande, tanto na organização, como nos escritos que são de uma relevância muito importante para a Igreja, a exemplo do Documento do Ano da Fé; o Porta Fidei. “Nos seus posicionamentos chamou atenção de países em guerra, e onde ainda tem restrição para a missão da Igrejaâ€.

Quanto a expectativa do sucessor  vir a ser o mafrense João Braz de Aviz, o padre Pedro Kohut diz ser remota, porque faz pouco tempo que está nesse meio. “A sua posição é até favorável, por ocupar uma função considerada braço direito do Papaâ€.

O Pároco concorda com Leonardo Boff, ao afirmar que o mais condizente com a caminhada da Igreja aqui na América Latina, é o cardeal de Honduras. “Mas peçamos a Deus, que seja escolhido o melhor para conduzir o povo de Deusâ€.

 

O Pároco Andre Lach, da Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Vila Ivete, se manifestou da seguinte forma:

Renúncia do Papa Bento XVI

(Algumas considerações)

No dia 11 de fevereiro, pela manhã, recebemos a notícia que o Papa Bento XVI renunciou o cargo de Supremo Pastorda Igreja Católica. A notícia surpreendente alcançou em poucos minutos o mundo inteiro suscitando várias perguntas, especulações e dúvidas. Com esta breve matéria queremos contribuir para melhor entendimento do que ocorreu e tranquilizar a nossa população católica em nossa região.

1) Renúncia:

A nossa sociedade se dirige pela Legislação Civil e a Igreja Católica tem também sua própria legislação onde o livro maior chama-se Código de Direito Canônico.

a) No Cân 538parágrafo 03 lemos: “Tendo completado75 anos de idade, o Pároco é solicitado apresentar ao próprio Bispo Diocesano sua renúncia ao ofício; o Bispo considerando todas as circunstâncias da pessoa e do lugar, decide se aceita ou adia…â€

b) Cân 401 parágrafo 01diz: “O Bispo Diocesano que tiver completado 75anos de idade é solicitado a apresentar a renuncia do ofício ao Sumo Pontífice que, ponderando todas as circunstâncias, tomará a providência.

Parágrafo 02 – O Bispo Diocesano que por doença ou outra causa grave se tiver tornado menos capacitado para cumprir este ofício é vivamente solicitado a apresentar a renúncia do ofício.

c) O Cardeal JosephRatzinger, quando foi eleito Papa no dia 19 de abril de 2005 estava com 78 anos de idade, e aqui poderia entrar a norma da Igreja que a idade lhe impedirá de assumir algum cargo importante da Igreja. Mas quando se trata a eleição do Sumo Pontífice a idade se junta com várias qualidades (experiência pastoral, domínio de vários idiomas, preparo catedrático – universitário, o dom de conciliação, exemplo de vida, etc…)para que o candidato seja eleito Papa. Por isso JosephRatzinger foi escolhido Papa à pesar que na época ele já demonstrava a fragilidade da sua saúde.

d) No Cân 332 parágrafo 02 lemos: “Se acontecerque o Romano Pontífice renuncie a seu múnus, para a validade se requer que a renúncia seja livremente feita e devidamente manifestada, mas não que seja aceita por alguémâ€. Conforme este Cânon, Bento XVI tem legítimo direito de renunciar o governo da Igreja Católica.

2)Renúncia de Bento XVI:

A Rádio Vaticano divulgou a informação que o Papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira (11/02/2013) que renunciará o cargo no dia 28/02. Citamos dois trechos do anúncio Papal, tirados do site: www.cnbb.org.br:

“…depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei a certeza de que as minhas forças, devido a idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério Petrino…Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de abril de 2005, pelo que à partir de 28 de fevereiro de 2013 às 20:00 horas na sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a tal compete,  o Conclave para eleição do Sumo Pontífice. – Bento XVIâ€.

O Papa Bento XVI cumpriu por integra a prescrição do Cân 332 parágrafo 02, anunciando a sua renúncia no Consistório (reunião dos Cardeais residentes em Roma para tratar da Canonização ou Beatificação dos Santos ou para tratar algum assunto importante para a Igreja Católica). E como ele próprio afirmou, tomou decisão “com plena liberdadeâ€.

3)Escolha do novo Papa – Conclave:

No dia 28 de fevereiro o Papa Bento XVI entregará o seu cargo de Sumo Pontífice nas mãos do Decano dos Cardeais em Roma. O Decano enviará as cartas convite para todos os cardeais do mundo inteiro, que não completaram 80 anos, para comparecerem em Roma no tempo de 15 dias, quando se dará início do Conclave. Conclave significa Reunião com as Portas Fechadas. Durante estes 15 dias o Vaticano preparará toda a logística para a realização do Conclave que pode ser breve ou durar vários dias. Segundo as informações que chegam, deveriam ser convocados entre 115 à 118 Cardeais do mundo inteiro, no meio deles 05 brasileiros: Dom Claudio Hummes, 78 anos, Arcebispo emérito de São Paulo; Dom Geraldo Magela, 79 anos, Arcebispo emérito de Salvador; Dom Raimundo Damasceno, 76 anos, Arcebispo de Aparecida do Norte; Dom Odilo Pedro Scherer, 63 anos, Arcebispo de São Paulo e Dom João Braz de Aviz, 65 anos,  Prefeito da Congregação para os institutos de vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica (Mafrense de nascimento) que reside atualmente em Roma. O Papa Bento XVI não participará do Conclave.

4) Os Papaveis:

Depois de passar o susto, o mundo começou especular quem será o futuro Papa: um europeu? Um africano?Um americano?Um asiático?Um latino-americano? Somente Deus sabe quem será o futuro Papa. Com certeza os Cardeais olharão para aquele candidato que poderá dar conta dos desafios nos quais a Igreja se encontra e quem estará melhor preparado. O Papa Bento XVI sugere que seja um Papa jovem. Existe o antigo ditado que diz que todos entram Papas no Conclave mas sai somente um. Alguns se perguntam, será que não será um Cardeal brasileiro? Será que não será por acaso Dom João Bráz de Aviz – nosso mafrense? Somente Deus sabe… Cabe a nós elevar ao céu uma intensa oração de agradecimento pelo pontificado do Papa Bento XVI e pedir também a luz do Espírito Santo para que seja escolhido o melhor…

“Se fosse eleito Dom João Bráz de Aviz, a nossa cidade de Mafra se tornará centro das atenções do mundo inteiro… Virão jornalistas, equipes de TV do mundo inteiro querendo saber do novo Papa, onde foi batizado, onde fez a sua primeira comunhão e Crisma, onde vivem seus parentes, familiares, amigos de escola, etc… Imagina o crescimento da cidade, turismo, surgem oportunidades nunca vistas em Mafra… E depois a Missa de posse no Vaticano onde devem compor todos os Mafrenses (delegação oficial do governo Municipal, representantes das Paróquias Católicas de Mafra, amigos, parentes, familiares felizes. Representação oficial do Estado Brasileiro…) estamos sonhando… e depois queridos jovens, o Papa Brasileiro dirigindo a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro nos dias 23 à 28 de Julho de 2013. Seria inesquecível…É bom imaginar 

 

Representando a Paróquia Bom Jesus da Coluna,de Rio Negro, o pároco Marcos Kastel fala que o Papa Bento XVI é um homem como poucos que já passaram pela historia da Igreja. “Um homem honesto, claro e especialmente prudente. Um homem que soube ser pastor em todas as horas, que soube guiar, anunciar e profetizar com alegria; tema crucial do seu pontificado. Soube apresentar o valor da verdade e da caridade juntas. Nos diversos atos públicos deste pontificado descobri que quando o Papa falava, o mundo queria ouvi-lo! Ouvir a verdade, aquela que brota do ser mesmo do Filho de Deusâ€.

Para o padre Marcos, nestes oito anos muito mais do que encantar multidões, ou fazer representações ou chamar a atenção simbolicamente, ensinou a todos nós que ser discípulo de Cristo, significa ser mártir e viver o martírio. Teve a coragem de denunciar flagelos que feriam o clero, a cúria e a hierarquia em si mesma. Mostrou-se tal e como sempre tinha sido um homem de fé, de princípios, filho de uma família cristã. Soube dialogar com os não cristãos numa altura nunca vista. Teve a tenacidade de mostrar tanto na Alemanha como na Espanha que os jovens são os construtores de uma sociedade no futuro sempre e quando não traiam os princípios. Muitos o estigmatizaram por ser chamado de conservador e tradicionalista, o que muitos não sabem, foi que aproximou um imenso numero de católicos de novo a casa a Igreja onde eles também podiam expressar sua fé. Suas encíclicas, os sínodos especialmente o da Palavra mostraram ao mundo todo; que a preocupação da igreja não é com o poder humano e sim com a Evangelização.  Foi violentada sua correspondência, seu apartamento, sua intimidade e em nenhum momento perdeu a paz, ao ponto de perdoar a quem o tivesse feito.

“O seu jeito desinstalado de viver fez com que aprendêssemos que o poder da Igreja não está nos títulos, nem muito menos no que possa aparecer. Afirmar que não tem mais a as forças suficientes para continuar sendo o bispo de Roma; leva-nos a pensar na nossa contingência. Sua teologia impar no conteúdo. Suas catequeses obras magistrais em todos os campos. Bento, bendito seja! No silêncio destas horas queremos continuar unidos na oração a vossa Santidade e a toda Igrejaâ€.

Ele destaca que o próximo Papa pode ser Brasileiro. “Rezemos que o Espirito Santo suscite o sucessor de Pedro entre os 05 cardeais brasileiros. E que o mesmo seja verdadeiro pastor de suas ovelhasâ€, finalizou.

 

Pároco da Paróquia São José, de Mafra, o padre Luiz Carlos Sartor diz acreditar que o primeiro motivo da renúncia de Bento XVI foi seu problema de saúde – lembrando que o mesmo foi eleito para ser um Papa de Transição. Citou ainda que na Igreja há problemas e muitos deles não se consegue resolver.

Citando a extrema inteligência do Papa que ora renuncia, o padre Luiz Carlos diz não acreditar que o mesmo tenha sido pressionado a renunciar, afirmando que, “como bom professor que sempre foi, por vezes pode ter entrado em conflito com próprios segmentos da Igrejaâ€.

O representante da Paróquia São José diz que o Papa Bento XVI tentou voltar um pouco na história e isso nem sempre se consegue, tamanhas as mudanças de conceitos que vêm ocorrendo em todo o mundo. “Um exemplo foi o Papa João Paulo II, que no início de seu Papado tinha um discurso e ao final, outro, acompanhando as mudanças. Bento XVI não mudou seu jeito e sua linha de pensamentoâ€, discorreu.

Embora afirme que uma reviravolta no Catolicismo já deveria ter ocorrido cerca de 15 annos atrás, Luiz Carlos Sartor diz não acreditar em grandes mudanças,. “Deve continuar na mesma linha, na mesma doutrinaâ€, diz. Indagado se a renúncia dá a luz de alguma transformação, responde que pode haver, mas pessoalmente acha que não, a não ser que haja surpresas. “A renúncia é um sinal e deve haver continuidade dos trabalhos. Só o tempo dirá se foi bom ou ruim a renúnciaâ€, salientou.

Sobre a viabilidade do mafrense Dom Aviz vir a ser o novo Papa, acha pouco provável. Para o Pároco, ele ainda não está preparado para o cargo, está junto ao Vaticano há 03 ou 04 anos e estaria preparado em período igual vindouro. Ele não conhece todos os Departamentos e responsáveis pelos mesmos.

Na opinião do padre Luiz Carlos, o novo Papa será um europeu, até porque a Europa é considerada o centro da Igreja, do Catolicismo. “O que importa realmente é que seja eleito um Papa comprometido com os fiéis e com o mundo e é para que isso aconteça que devemos rezarâ€, concluiu.

- Publicidade -
6 comentários publicados
  1. Sem querer perder a esperança

    Perdoem-me se minhas palavras estiverem um “pouco ásperas”… mas eu acredito que a cúpula do Vaticano não passa de uma disputa de poder que sofre constante pressão política.., assim como praticamente em todas as religiões.
    E sinceramente, prefiro que aumente cada vez mais o número de mafrenses e rionegrenses que ainda continuam a fazer atos de caridade e espalhar o bem pelas cidades do simplesmente ter um papa mafrense.
    Vamos construir mais valores morais sólidos em ações benéficas para a sociedade e dar menos importância para os “altos cargos” de Poder da Igreja (qualquer que seja).

  2. Marisa

    Que bom pra Mafra, o mundo inteiro vai saber que aqui o casamento dos padres já é liberado faz décadas.

    • Sem querer perder a esperança

      Como assim?? Curiosidade…

  3. Marcos

    Não compreendo os padres comentando que o Dom Braz não estaria preparado para o cargo, penso que se ele for predestinado, ele já nasceria pronto correto? ou ele não estaria pronto para lidar com a manipulação política e disputa por cargo e dinheiro que existe dentro do Vaticano?

    É preciso justamente por alguém que não é daquele meio, para que possam expulsar essa escória que está presente e todos sabem no alto escalão da igreja católica.

  4. anabelly

    q deus ilumine quem sai e q entrar tb;;;;;

  5. elis

    que deus ilumine..o joao e familia esta muito feliz por ele…..que o espirito santo ilumine e que ele seja o vencendor o nosso papa mafrense…afinal ele esta la en roma porq esta preparado sim..estudioso e estar como o braço direito do papa.boa sorte avis..a familia hack…esta muito orgulhosa de vc..afinal temos mais o padre mario hack..um abraço pra ele tbm..deus esta com vcs…

ENVIE UM COMENTÁRIO

IMPORTANTE: O Click Riomafra não se responsabiliza pelo conteúdo, opiniões e comentários publicados pelos seus usuários. Todos os comentários que estão de acordo com a política de privacidade do site são publicados após uma moderação.