O Ministério Público enviou a Câmara de Vereadores de Rio Negro, um ofício, com o objetivo de alertar aos parlamentares, as razões pelas quais, a promotoria local, não vinha conseguido dar andamento as investigações, para apurar irregularidades no repasse de verbas ao Hospital Bom Jesus. A justificativa exposta no oficio seria a falta de alguns documentos para concluir as apurações.
Visando resolver o imbróglio o MP, estabeleceu o prazo de dez dias para que a administração do hospital envia-se os documentos que faltavam. Caso a medida não fosse cumprida, o hospital poderia responder a um inquérito, podendo ser penalizado com multa, conforme estabelece o artigo 10 da lei 7.347/85 que diz: Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa de 10 (dez) a 1.000 (mil), Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional – ORTN, a recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público.
A promotora responsável pelo caso, Gisele Silvério, afirmou que após as notificações, os documentos foram enviados: “eles foram autuados, após a notificação eles começaram a intensificar o fornecimento dos documentos”- esclareceu.
Dra. Gisele explicou que as certidões requeridas por meio de oficio, correspondiam tanto a atual administração, quanto há períodos anteriores “eu não consegui dar andamento a auditoria em função da falta de documentos tanto da gestão atual, como documentos antigos de períodos anteriores, segundo informação dos administradores do hospital, esses documentos não estavam devidamente organizados, por isso da dificuldade de encontrar toda essa documentação antiga, mas ressalto que não era só documentação antiga, eu estava pedindo também documentos da atual gestão que não estavam sendo repassadas ao MP.” – disse.
A promotora afirma que o inquérito foi instaurado para investigar em especifico o período da intervenção “eu me dirigi até a Câmara de Vereadores em uma audiência pública, nessa audiência, eu levei o procedimento porque na época havia boatos de que um dos motivos que levaram a dívidas no hospital foi o que ocorreu no período da intervenção, então como existia na promotoria esse procedimento que apurava especificamente essa situação e eu fui solicitada em dar uma resposta como representante do Ministério Público na comarca, eu me dirigi a Câmara de Vereadores para apresentar naquele momento o que o Ministério Público estava fazendo em relação a esses fatos” – explicou.
Sendo assim, após a audiência pública, foi instaurada uma auditoria para investigar o hospital “Naquele período pedi em caráter de urgência uma auditoria, da nossa equipe técnica do núcleo de auditoria do Ministério Público, eles atenderam prontamente meu pedindo, enviaram um auditor para o hospital, no entanto, o auditor não pode dar andamento nas investigações em função do não fornecimento da documentação que tinha sido solicitada” explicou à promotora.
Ainda segundo a promotora, a auditoria, só não foi concluída até o momento, devido à falta de documentos: “a auditoria parou e só não foi concluída devido à falta de documentos, se não fosse isso nós teríamos hoje um relatório final”- disse.
Com todos os documentos em mãos, Gisele afirma que terá que esperar para que se conclua a auditoria “os auditores atendem no Paraná interiro, então eles têm uma ordem cronológica de auditorias para serem feitas, vou solicitar, após todos os documentos encaminhados, espera-se que no inicio do ano que vem, eles voltem aqui para dar encerramento a essa auditoria, não posso garantir que eu vá conseguir isso agora, dependo da agenda deles” – concluiu.
Respostas do hospital
Segundo o diretor geral do Hospital Bom Jesus, Marlon Witt, os documentos vem sendo encaminhados à promotoria do estado “Nós já repassamos para a promotora os balancetes até julho de 2013 e agora só está faltando tirar cópia dos documentos que deram suporte para esses balancetes, fora isso o restante da documentação foi entregue”– disse.
Sobre a questão da auditoria, Marlon alega: “a gente não localizou alguns documentos da época de 2006 a 2008, inclusive enquanto o auditor do MP esteve aqui no hospital, abrimos às salas para ele e explicamos: se tem alguma documentação é nessa sala, fizemos uma busca juntamente com ele, mas não conseguimos localizar a documentação de 2006 a 2008, mas não por falta de interesse nosso. Com relação aos documentos não encontrados daquela época, entendemos que compete à promotora solicitar aos que estavam na época na direção do hospital que apresente essa documentação” – disse.
Porém, a promotora Gisele contesta alegando que nem os documentos da atual gestão vinham sendo repassados para o Ministério Público. Marlon afirma que o atraso no envio dos documentos se deu por vários motivos, entre eles, o fato de a contabilidade do hospital ser feita por ele, o gestor da casa de saúde, o que gerou uma sobrecarga de tarefas. “eu sou formado em contabilidade possuo registro no CRC tanto em Santa Catarina quanto no Paraná, ai é agente que está fazendo essa parte contábil também, mas isso é só para reduzir custos, uma vez que consigamos equilibrar as contas do hospital, seria mais interessante uma empresa de fora fazer a contabilidade” – disse.
Que tristeza.
E continuam recebendo dinheiro público mesmo não prestando contas. Ninguém sabe? E o salário dos diretores e etc?
Enquanto isso vão mandando os doentes e mulheres grávidas pra Mafra……….